tag:blogger.com,1999:blog-2697899689882085312024-03-12T20:36:49.565-03:00REVISITANDO CASTELO BRANCOaldeia de castelo branco mogadouro,JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.comBlogger453125tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-91221329017694112592015-12-20T06:31:00.000-02:002017-08-06T22:11:32.287-03:00Para matar as saudades<p><strong><em><font color="#800000" size="2">Autor: Isabel Cristina Pardal</font></em></strong></p> <p align="justify">Em meio ao inverno de 2010 com frio inimaginável, ações e pensamentos troteiam por imagens que conectam Albicastrenses próximos ou distantes de sua terra natal. Espero que gostem.</p> <p align="center"><iframe height="360" src="http://www.youtube.com/embed/d1F8x-yuglU" frameborder="0" width="480" allowfullscreen></iframe></p> <p>Isabel Cristina Pardal</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-5608615123701851302015-04-13T22:53:00.000-03:002015-04-13T22:54:19.765-03:00Nem só do pão, mas dos fornos…<div align="justify"><b><i><span style="color: maroon">Autor: Arlindo Parreira</span></i></b></div> <h5 align="center">MAIS UMA CRÓNICA DO ULTIMO REGEDOR DE CASTELO BRANCO</h5> <div align="center"><a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/TBGVZy6Hp3I/AAAAAAAAL7U/ESerKueWkBA/s1600-h/carta%20do%20regedor%5B8%5D.jpg"><img title="carta do regedor" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="carta do regedor" src="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/TBGVbnzDdLI/AAAAAAAAL7Y/wMzJKw-Rtkc/carta%20do%20regedor_thumb%5B6%5D.jpg?imgmax=800" width="329" height="253"></a> </div> <div align="justify">Vamos voltar no tempo para Castelo Branco dos anos 60, hoje que quero lhes falar dos fornos de nossa aldeia. Isto para complementar o que o Luis Pardal falava dos moinhos. Nestes tempos havia em Castelo Branco mais ou menos uns 20 fornos de cozer o pão e umas 50 padeiras. Quase todas as famílias coziam o seu, e visto que as famílias eram numerosas, em média de 5 a 7, filhos imaginem a quantidade necessária para alimentar tanta gente. </div> <div align="justify">Chegou um tempo, em que a lenha era um produto raro e difícil de se encontrar, as terras estavam todas cultivadas, e a lenha que se arranjava da limpa das oliveiras, poda das vinhas, etc; não era suficiente para tantas fornadas de pão. As giestas e estevas sempre foram uma alternativa, boa, barata e eficiente para esquentar os fornos. Mas, diferente de hoje, que as há por todo lado, quando se precisava delas tinha que se ir para a serra ou em lugares distantes da aldeia. </div> <div align="justify">Os empregos eram na lavoura, trabalho puxado, que exige do corpo esforço constante e força física, e para aguentar só com uma boa alimentação. O pão, para nós albicastrenses, sempre foi a base. Portanto havia que dar de comer a toda a gente e sem pão até o melhor cabrito assado com o melhor vinho fica sem gosto. Somos grandes apreciadores de pão. </div> <div align="justify">A maioria das nossas padeiras, coziam também para fora para abastecer as aldeias vizinhas e a Vila de Mogadouro. O pão de nossa terra sempre foi famoso e a fama de nossas padeiras maior ainda. Mulheres da pá virada, fenomenais no sentido da palavra , tinham a mão certeira e sabiam fazer o pão como ninguém, autentico pão dos céus. Porem era uma vida sacrificada. </div> <div align="justify">Quase todos os fornos eram alugados, e tinham custo para lá fazer o pão. Por exemplo, cada vez que se fazia uma fornada pagava-se um pão pelo uso do forno. No forno do Dr. Virgilio, por exemplo, ele substituiu o pão pelo pagamento em farelos visto que ele os utilizava para alimentar os animais. Mas pagando em farelos ou em pão, sempre se tinha que pagar pelo uso do forno. E era uma boa maquia... Cada fornada dava em média uns vinte grandes pães, sabem bem como são enormes os pães de nossa terra, nunca vi de tamanho igual em outros lugares. </div> <div align="justify">Ainda me lembro muito bem, dos dias de forno e fornadas de pão da minha mãe e de um fato interessantíssimo da solidariedade do povo de nossa aldeia. Ainda a fornada estava quente, a sair do forno, e quase metade dela já estava destinada para devolver os pães que tínhamos pegado emprestado de outras padeiras. Antes mesmos de sair do forno, os pães eram entregues para as vizinhas e padeiras que tinham emprestado pão para nós. Em poucas horas se acabava! Por outro lado quando cozia uma das famílias a quem tínhamos emprestado era nossa vez de ir ao forno buscar o pão que fora emprestado. Todos unidos era mais fácil, e pensando bem, nosso povo é sábio, desta forma, todos tinham pão quentinho e fresco, em casa, toda a semana. </div> <div align="justify">Um outro detalhe muito interessante das tradições mais bonita que já vi de nossa aldeia e das rotinas das lidas do forno das, era de que a padeira que usava o forno sempre deixava, na masseira, uma medida de massa com fermento para a padeira que vinha a seguir. Isso é que era pensar nos outros, um ciclo virtuoso de boas ações que a todas beneficiava. </div> <div align="justify">Quem tinha filhos pequenos fazia uma bola para os mais novos. Era um presente esperado com muita alegria e entusiasmo. Eram tempos difíceis e muitas vezes não se tinha outra coisa para dar além de uma boa de pão. Mas, como eram maravilhosas as bolas de nossas padeiras. Meu filho Domingos, por exemplo, sempre ganhava a bola da tia Marquinhas, mulher do Sr. Nascimento, um grande alfaiate de nossa terra. Até hoje ele fala disso com muita saudade e consideração. </div> <div align="justify">Do que não sabiam ainda a respeito das andanças do Regedor é antes da carreira de homem público e representante do poder, ele foi um grande e experiente vendedor de pão. Sim, podem crer, e também lhes vou contar como era o oficio e os truques para se vender muito pão. </div> <div align="justify">Eu e a minha irmã íamos a vender pão, a Vale Verde, quase sempre aos Domingos. Era uma aldeia grande, onde não se tinha boa água para fazer o pão e, como tínhamos lá bastante família isso nos ajudava a firmar a clientela. </div> <div align="justify">Como sabem, nos negócios a aparência conta muito. Tínhamos que preparar tudo nos “trinques”. Assim os nossos machos eram escovados e as albardas enfeitadas com tapetes feitos no tear. Mais tarde ainda lhes falo dos teares ou se alguém quiser adiantar o assunto, pode começar já, também é bom ouvir as histórias dos outros, não vá eu a ficar aqui a falar sozinho. </div> <div align="justify">Machos arrumados e albardados a caracter, era hora de nós nos vestirmos também com a melhor roupa. Parecia que íamos para uma feste de tão pimpões que ficávamos. E os preparativos para agradar a clientela não paravam por aí, como lhes falei eu tinha meus segredos de venda. O pão era transportado dentro de uns sacos de linho branco, alvejados e corados nas lameiras da ribeira, relampejavam ao sol de tão alvos. Por sua vez os sacos iam dentro de alforjes muito bonitas, bordadas e com umas franjas. Era tudo muito limpinho para deixar as clientes felizes e garanto que elas adoravam pois sempre nos davam uma merenda. Vender pão era um divertimento, mas a atividade servia para levar noticias e manter as as pessoas informadas sobre as novidades de cada uma das aldeias. A cada casa que íamos vender lá perguntavam por todos: - olha a meu primo já voltou da tropa? E a vaca da minha sogra ainda está com o leite empedrado? Assim de porta em porta repetíamos os assuntos vezes sem fim. - Leva lá um recado prá minha prima: Ve se não esqueces de mandar os cem mil reis que te emprestei nos gorazes. E outra ficava perguntando: Olha, a minha irmã já teve a criança? Como podem ver ser padeiro era uma atividade jornalística e de caracter social. </div> <div align="justify">Na hora de cobrar, era um novo trabalho, porque como sabem não é só vender, tem que se saber cobrar para o negócio dar certo. Mas nessas horas, confesso que não era tão bom cobrador como vendedor. Sim é verdade, e minha mãe que o dizia, nessas horas era sempre o coração que falava e, o coração nem sempre é o melhor negociador. Sinceramente, tempos melhores de se viver, e o que não se ganhava em dinheiro voltava em dobro em amizade e simpatia. E assim uns pagavam em dinheiro outros com cereal e outros com o que podiam, e se calhar nem pagavam nunca. Pronto ficava fiado, e daí?</div> <div align="justify">Assim como minha família outras também fizeram da atividade de padeiro o sustento e iam a vender pão para outras aldeias, quem souber que fale. </div> <div align="justify">Via de regra quase sempre o pão era transportado no lombo dos animais de carga, machos, mulas, e burros. Os burros eram rápidos e seguros, além de que naquele tempo havia por lá muitos. </div> <div align="justify">Falavam no nosso povo que uma padeira que ia para Meirinhos, foi assaltada perto da Corte Grande por dois fugitivos da justiça. Ao verem que ela passava fizeram-na parar e pediram dois pães para matar a fome, mas que iriam pagar. Não lhe fizeram mal só lhe recomendaram e pediram para não dizer nada a ninguém. </div> <div align="justify">Os fornos também eram e ainda servem para os famosos folares, ou para assar uns cabritos.</div> <div align="justify">Neste meu relato faltou dizer que o trabalho das padeiras no forno era quase sempre feito de noite porque de dia tinham que trabalhar no campo. Ou seja as mulheres de nossa terra, faziam na maioria das vezes uma jornada dupla ou tripla de trabalhos se acrescentarmos a isto a lida com os filhos e maridos. Jornada esta que poucas vezes foi reconhecida e valorizada. </div> <div align="justify">Mas sabemos do valor de nossas mulheres albicastrenses. Assim e deste modo, quero deixar um louvor muito especial para todas elas que sem dúvida são: as MULHERES mais especiais do mundo inteiro. </div> <div align="justify">Tantas coisas para contar, e falta tempo, juntem a estas lembranças as vossas. Vamos dizer aos mais novos o que era a vida da nossa aldeia anos atrás e sobretudo mostrar para eles o berço de onde herdaram o que são hoje. </div> <div align="justify">Um forte abraço do Regedor, até breve.</div> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-67270784011095932662015-03-23T16:17:00.000-03:002016-10-17T22:39:17.359-02:00A burra russa<p align="justify"><font color="#800000"><strong><em>Autor: Albano Solheira</em></strong></font> <p align="justify">Uma engrideira a pender da albarda, servia de estribo para montar. Era uma figura essa burra... Daquelas com o pelo cheio e espesso que precisava de tosquia como as ovelhas todo o ano no mês de março. <p align="justify">Montaria inseparável, onde o dono ia lá estava ela, companheira certa pra todas as horas. Um animal dócil de olhos meigos, porem teimosa como uma porta. Casmurra fazia o coitado do dono de gato e sapato. <p align="justify">Nos dias em que lhe apetecia, resolvia não trabalhar e não havia quem a fizesse sair do lugar. Nesses dias para a tirar do palheiro era preciso empurrá-la para a rua para a albardar. <p align="justify">Foi comprada dos ciganos na feira de mogadouro quando ainda era nova. Chegou para alegria do dono e auxilio na lida das terras. Espetacular, dava gosto ver como trabalhava pelos caminhos da aldeia, nas hortas a lavrar as batatas com o arado, escondida debaixo dos feixes carregada de ferranha só com a cabeça de fora a abocanhar as espigas, ou então com 5 sacas de trigo ao lombo a caminho da moagem. Não havia par pra ela! <p align="justify">Mas de burra não tinha nada, era sim, um animal muito esperto, que com o tempo começou a decorar os quatro pontos cardeais da aldeia. Anos de trabalho e de canseiras, foram-na fazendo ficar arisca e desconfiada e aos poucos começou a tomar atitudes no mínimo curiosas para um animal. Consoante a época do ano e a direção do caminho que o dono tomava ela saia apressada e prezepeira, ou empacava presa ao chão como se fosse uma estatua. <p align="justify">Por exemplo, quando ia pra devesa sabia que por ali os trabalhos eram poucos, pois só lá ia pra regar a horta, ou então quando subia o caminho da solheira para a ribeira de cavalos sabia que o que lhe tocava era guardar as vacas, ou a cortar o feno, assim toda satisfeita ia sem precisar picá-la, por ali ficava o dia inteiro, no pasto, tranqüila, sem nada para fazer. Mas por outro lado quando virava para vale de cabreiro, indo pelas figueirinhas, a história era outra... Logo ao chegar na praça, ali perto do tanque, ela empacava, bebia sossegada como que para enganar o dono e fazê-lo acreditar em milagres, como se tudo fosse correr bem. Mas logo em seguida, antes mesmo de terminarem os paralelos de cantaria da praça, a esperta empacava e não havia quem a fizesse andar... Fincava as quatro patas e parava. Podiam trazer uma junta de bois valentes para a carregarem que nada a tirava dali. Mas pudera, sabia bem o que a esperava para aqueles lados, era trabalho duro que não acabava mais, puxar a charrua o dia inteiro, lavrar as vinhas... <p align="justify">Mas isto também era só em certas estações, a burra contava o tempo, era só passar a época da lavra e das hortas que a danada levantava o rabo, sacudia as moscas e saia pra onde a quisessem levar. <p align="justify">Na segada gostava de ficar a sombra debaixo dos sobreiros ou carrascos, serena a olhar os donos a trabalhar. Vida boa esta do começo do verão. Trabalho leve. No palheiro pela manhã esperava até a hora perto do almoço, para começar a rotina. Vinham albardá-la para levar a merenda aos segadores. Dois alforges um em cada lado e a filha <em>piquena</em> do dono, montada no meio. A dona ia à frente e guiava a rédea para não correr o risco de derramarem as sopas e deixarem a todos com fome. <p align="justify">Tarefa comprida, ficava presa por uma engrideira amarrada nas arreçanhas perto do restolho, porem longe o suficiente para não chegar perto do molhos de trigo. Por pouco tempo, de tanto forçar as arreçanhas ela dava um jeito de se soltar e á menor distração lá estava ela de boca cheia a comer as espigas gradas dos molhos, um banquete delicioso e farto. <p align="justify">Adorava a época da segada. Mas, à medida que via o trigal sumir diante do restolho e os rilheiros cada vez em maior numero e mais altos, ficava de novo a mesma burra de sempre, arisca e teimosa e antes que desse o tempo da acarreja, a esperta parava de obedecer. <p align="justify">Passaram-se anos e o dono cansou de tanta teimosia. Desistiu comprou uma mais nova para ajudar na lida. Demorou a tomar a decisão, tinhas seus amores pela velha, e no fundo até admirava o caracter do animal, mas teve que aprender um dia de cada vez e com uma novidade depois da outra, que era tarefa perdida. Precisava de substituta para os trabalhos. <p align="justify">Ela por seu lado, enfim descansada, viveu por muitos anos a pastar pelos lameiros e restolhos do chafariz.</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-21509527728530455312015-03-21T18:57:00.001-03:002017-08-06T22:11:48.039-03:00Um lugar no paraiso<p>Tive que partilhar esta descoberta de hoje, a caminho de uma reunião de trabalho,<br>no Município de Rodeio, Sc. São quase 11 km de estrada de macadame para chegar na Tirolesa onde seria minha reunião. Um belíssimo passeio que recomendo fazer em dias de sol e sem chuva. A cada curva da estrada um cartão postal nos surpreende. No meio do trajeto encontrei esta marca construída ao longo de muitos anos por um grande homem. Tive que parar para olhar e fotografar e ficar sem palavras e sem folego diante da paz que se sente como se fosse um objeto ou algo físico.<br>Ao pesquisar no google descobri que este jardim tem um criador, o Sr. Paulo Notari, um hábil e determinado morador que transformou a estrada em um caminho do jardim do Éden. Ele mesmo diz que “em certo momento de sua vida ao olhar tamanha beleza pensou que ali onde morava era o jardim do paraíso”. E no seu olhar simples de apaixonado viu que faltavam apenas as flores para emoldurar este belo quadro. Lembrei do verso de Fernando pessoa: “ Deus quer, o homem sonha, a obra nasce” . E se pensou melhor fez, pôs mão na enxada e iniciou voluntariamente a missão de plantar 9 km de hortênsias, de um lado e outro da estrada que passa diante de sua casa.Mas ao ver tudo florido novamente pensou, ainda falta algo, de novo pôs mãos a obra: criou um molde e reproduziu 64 anjos brancos, os primeiros são de mármore, e os demais de concreto, e não podia deixar de ser, todos os anjos seguram em suas mão um buquê de hortênsias azuis. Foram nascendo um a um e ele os dispôs espalhados ao longo da estrada e dos morros. Ainda faltava algo pensou e para finalizar segunda parte de sua obra, criou um ponto de encontro, no centro do caminho, bem ao lado de sua casa, com um Cristo Redentor de braços abertos, que nos surpreende depois de passarmos pelos anjos. Este pedacinho do céu fica no Alto Ipiranga, próximo a Rodeio, na transição entre as partes baixa e alta do Circuito Vale Europeu.Este pedacinho do céu fica no Alto Ipiranga, próximo a Rodeio, na transição entre as partes baixa e alta do Circuito Vale Europeu. Se forem por lá podem dar sorte de encontrar o Sr. Paulo... <p><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995128207181429&set=pcb.995128667181383&type=1"> <p><img alt="Foto de Luis Pardal." src="https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfa1/v/t1.0-9/p240x240/1513673_995128207181429_5457072415227112325_n.jpg?oh=0da8a6f288cb6d001de45d3aaf6c889a&oe=55A9F11C&__gda__=1433899634_c0a671a48eb223531e16f4da36cd7970" width="426" height="240"> <p></a><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995128280514755&set=pcb.995128667181383&type=1"> <p><img alt="Foto de Luis Pardal." src="https://fbcdn-sphotos-g-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xfp1/v/t1.0-9/q87/s417x417/11071498_995128280514755_6523073304359570452_n.jpg?oh=c86819fd66bd49589e19b6c97d58a47a&oe=5580723B&__gda__=1434474386_bdee307409ea27ca03dc9e6c94212cbb" width="417" height="234"> <p></a><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995128437181406&set=pcb.995128667181383&type=1"> <p><img alt="Foto de Luis Pardal." src="https://fbcdn-sphotos-h-a.akamaihd.net/hphotos-ak-xap1/v/t1.0-9/q83/s280x280/10671318_995128437181406_4557578269309740385_n.jpg?oh=901311af591ea43bc9026a694aab5017&oe=55B0878E&__gda__=1438204191_efdf6b591d4229cd5a13e92ebecde496" width="280" height="157"> <p></a><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995128487181401&set=pcb.995128667181383&type=1"> <p><img alt="Foto de Luis Pardal." src="https://scontent-lga.xx.fbcdn.net/hphotos-xfp1/v/t1.0-9/q83/s280x280/11071517_995128487181401_8909999144405082967_n.jpg?oh=166b631b3a9916297df6fe4db0a45d43&oe=5578309C" width="280" height="157"> <p></a><a href="https://www.facebook.com/photo.php?fbid=995128550514728&set=pcb.995128667181383&type=1"> <p><img alt="Foto de Luis Pardal." src="https://scontent-lga.xx.fbcdn.net/hphotos-xtf1/v/t1.0-9/q83/s280x280/11030721_995128550514728_859436332139399761_n.jpg?oh=a13027dd4199357e82e7602cfbb6c155&oe=557ABFA2" width="280" height="157"></a> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-12911349924121432872015-03-05T19:29:00.001-03:002017-08-06T22:11:48.033-03:00JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-49719658971872709192015-03-01T08:00:00.000-03:002015-06-09T22:26:20.339-03:00A Promessa a São Bernardino.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEnqgnVJjmu2OXtAoCzMimWWoMfKAGyrVoEY_iJZJXjOWmrt4f7mJpcuaKvw4nrSLiJR46hrhrPVfR2jysbR51Mj9CfudZKhCAqeHMIkpJ3m-flhR3GgGUMVduin2xOzA3s6jfH2ppt2mH/s1600-h/Sao+Bernardino.jpg"><img alt="" border="0" height="232" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5213524647614886834" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEnqgnVJjmu2OXtAoCzMimWWoMfKAGyrVoEY_iJZJXjOWmrt4f7mJpcuaKvw4nrSLiJR46hrhrPVfR2jysbR51Mj9CfudZKhCAqeHMIkpJ3m-flhR3GgGUMVduin2xOzA3s6jfH2ppt2mH/s200/Sao+Bernardino.jpg" style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px; cursor: hand; float: right; margin: 60px 20px 10px 30px;" width="150" /></a></div><br />
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</div><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify"><div align="justify">Um saco de linho branco com um alqueire de trigo posto à cabeça. Um lenço enrolado de suporte e base do pesado fardo. </div><div align="justify">Uma moça da aldeia, bonita, como o são as filhas de Castelo Branco, andando em passos firmes no meio da procissão. Final feliz de uma história de amor celebrado. Uma promessa a São Bernardino pronta para ser paga pela graça alcançada. Uma aldeia em festa, cheia de vida e de luz. </div>Estava, desde o raiar do dia, com o coração em sobressalto acordada e irrequieta. Nem tinham tocado as trindades e já era longa a espera na cama de olhos bem abertos na luz pálida do romper da aurora. Contava os minutos, apesar de a missa ser às 11:00 horas com medo de se atrasar. Nervosa e distraida com os pensamentos quase morreu de susto com o estouro dos primeiros morteiros que os mordomos soltaram ao chegar a banda, para despertar a aldeia inteira para o dia de festa do padroeiro.<br />
Acordou muito cedo, ansiosa e ao contrário das irmãs, que correram na janela para ver a banda passar na volta ao povo, ela ficou no quarto, às voltas com a roupa, sem jeito de se arrumar.<br />
Vestiu a roupa, penteou os cabelos em um lote só, não conseguia dar jeito. Depois de muito brigar, e de muitas tentativas, enrolou-os em rabicó e firmou o penteado com ganchos e fivela. Insatisfeita como resultado, tentou se animar, e dizia para ela mesma, querendo se animar se desculpando, que não queria que o cabelo solto atrapalha-se na procissão. Foi até a porta do armário do quarto para se olhar no espelho e ver como estava. Ajeitou detalhes do vestido e saiu para a sala.<br />
A mãe e as irmãs já a esperavam e tinham chamado algumas vezes para apressá-la. Não queriam chegar tarde nem perder o lugar na igreja. Isto porque nos dias de festa ficava apinhada de tanta gente de fora que vinha para a missa e sempre faltava lugar.<br />
O pai desceu na adega, mediu um alqueire de trigo. Pegou o saco de linho branco tecido em casa, que fora lavado e estava da cor da neve, e derramou o trigo do alqueire lá dentro. Depois subiu com o saco até a porta da rua e ficou lá a esperar a filha. Tambem estava preocupado com o pagamento da promessa, e cansaço da filha, receoso de que ela não tivesse as forças necessárias para levear a cabo esta tarefa. Não que ela nao fosse valente, mas era uma menina delicada, que sempre fora poupada das lidas do campo. Afinal dar a volta ao povo com um alqueire de trigo na cabeça não devia ser nada fácil, exige preparo e força fisica. Ficou a pensar no motivo da promessa, tinha acompanhado o o desespero da filha, e de certa forma estava satisfeito por ter dado certo. Promessa para pagar era sinal de que o pedido feito ao santo e que este honrara com a graça alcançada, agora era hora do fiel pagar o prometido. Um corre corre pela casa e o barulho na escadaria das filhas e mulher descendo apressadas deram fim nos pensamentos. Ficou a olhar o grupo com ar de quem nao entendeu o que está a acontecer.<br />
Ela desceu esbaforida, arreliada com a chamada insistente das irmãs que já a esperavam junto do pai. À porta de casa disse: Vamos! Sozinha e sem querer ajuda de ninguém equilibrou o peso na cabeça, firmou as pernas, balançou o corpo devagar para sentir o equilíbrio e saiu de casa com o alqueire de trigo na cabeça. A mãe e as irmãs saíram ao lado para acompanhar e ajudar nos primeiros passos. Logo chegaram na igreja. <br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHtxEhZ16Dzvo-ASNwlvrHiKI0UCF0zLw6QZVvp8BCqF_31pBbO2-pqZDjUkv1r2CmS5JtNWgx0uOkAZstY-ZFoM8BOhWg12Pua8wYG6gywsNpv46RrK3SgSq365XvYsdW_rh6lUnJ9Xg7/s1600-h/DSC01611.JPG"><img alt="" border="0" height="234" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5213533045590717554" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHtxEhZ16Dzvo-ASNwlvrHiKI0UCF0zLw6QZVvp8BCqF_31pBbO2-pqZDjUkv1r2CmS5JtNWgx0uOkAZstY-ZFoM8BOhWg12Pua8wYG6gywsNpv46RrK3SgSq365XvYsdW_rh6lUnJ9Xg7/s200/DSC01611.JPG" style="cursor: hand; float: left; margin: 5px 15px 0px 5px;" width="152" /></a><br />
Foi direto à pia de água benta que ficava na parede no lado da porta de entrada da igreja. Enfiou a mão até ao fundo. Sentiu o frio da água, e apertou os dedos como que a querer segurar toda a água da pia, e toda a força que a fé poderia lhe dar. Fechou a mão em punho e pediu: - Meu rico, São Bernardino, dá-me força para levar até ao fim minha promessa, meu rico santinho. Abriu a mão deixou a água escorrer por entre os dedos e tirou-a devagar de dentro da pia. Depois com um gesto firme e decidido fez o sinal da Cruz. Sentiu-se forte!<br />
Os conterrâneos vão chegando aos poucos na Igreja trazendo os convidados para a festa. Vieram os parentes de longe, amigos, compadres, genros, e noras com os respectivos familiares. A festa de São Bernardino é um momento de reencontro e de celebração. <br />
Acontece no dia 20 do mês de maio, logo depois do fim do inverno e bem no meio da primavera. É um marco no calendário da aldeia. O começo da época das cerejas. O sinal de que o verão logo, logo vai chegar. Sinais nos campos de fartura deixam nosso povo feliz. Os trigais já vão crescidos e as espigas gradas. As vinhas estão cobertas de folhas e o perfume dos cachos em flor faz previsões de uma boa vindima. As oliveiras floriram e cobriram os galhos de pontos verdes de azeitonas a crescer. Os cerejais com os galhos vergados deixam as bocas cheias d’água a espera das cerejas maduras. As figueiras estão com os galhos cheios de bêberas quase maduras. Enfim são tantos os sinais de fartura e de alegria, que até dá vontade de que seja São Bernardino o ano inteiro.<br />
Depois de se benzer na porta da igreja, foi para o lugar costumeiro. Com a ajuda da mãe baixou o saco de trigo e pousou-o no chão, aos pés, na frente dela. Acenou com o olhar para as amigas e vizinhas que a olhavam na expectativa de ver como ela estava. Fez sinal que sim, está tudo bem.<br />
Abafado pelas grossas paredes da igreja ouve-se ao longe, crescendo aos poucos no ar, o som da banda, o estouro dos foguetes, o barulho dos garotos a correr atrás das canas, o burburinho do povo em algazarra à volta da igreja. latem os caes do gado desesperados com medo dos fogos.<br />
Nisto o sacristão, sai da sacristia e cruza a igreja passando pela coxia no meio do povo até chegar na porta do fundo para tocar no sino o sinal da entrada.<br />
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Sao puxadas pelas catequistas e enfileiradas em duas filas uma de cada lado da coxia perto do altar mor. <br />
Ao chegar no lugar da fila esticam os braços para marcar a distância e vão trocando de lugar até ficarem por altura, primeiro os rapazes do menor ao maior, depois as meninas.<br />
Uma faixa branca de tecido com uma cruz bordada em vermelho cruza o peito na diagonal, saindo do ombro direito e presa no lado esquerdo. Olhando de longe parecem um pequeno exército de pestinhas, irrequietos e aprontadores, prontos para saírem em fileiras cerradas pintando e bordando artes.<br />
As catequistas estão nervosas e bravas com as crianças da cruzada. Por mais que tentem não dão fim na confusão que os pivetes aprontam. Perdem a compostura de beatas. Arrumam a fila de um lado e logo do outro eles pintam alguma malandragem.<br />
A banda filarmônica, chega e começa a entrar pela porta dos fundos da Igreja , para complicar mais ainda a vida das catequistas que já estão com a paciência esgotada. Instantaneamente, a garotada da cruzada, como se fosse ligada por um mesmo fio, vira-se para a porta e logo cada um assume um instrumento e começa a tocar em uma sincronia impressionante. Tem maestro, saxofonista, tocador de caixa, pandeiro, clarinete... Em segundos formaram uma segunda banda que as catequistas, a todo o custo, com tapas e puxões de orelha, tentam abafar. Meu São Bernardino, que confusão!<br />
Do lugar dela, ao lado da mãe, acompanha a sorrir as artes das crianças que não param de tocar, apesar das reprimendas e sorri com gosto ao ver que as catequistas finalmente cansam e desistem derrotadas.<br />
Com o percorre a igreja procurando alguem em especial. Se distrai por alguns instantes a olhar as beatas que vão chegando. Lenços na cabeça, olhares falsamente contritos a chegar à pia de água benta com trejeitos esquisitos, todas a porem a mão ao mesmo tampo lá dentro e a fazerem o sinal da cruz com ares de arrepio. Riu ao ver os gestos, e pensou que ainda bem que as moscas não iam à igreja ou já estariam espantadas com tanto arremedo. Mas, inquieta, não conseguiu ficar por mais tempo a ver as beatas na pia, os olhos continuavam a procurar pela igreja, olhando à toda volta sem parar.<br />
<a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl70-_SWZtI/AAAAAAAAJNY/opg3i6CzD2E/s1600-h/DSC01587%5B5%5D.jpg"><img align="left" alt="DSC01587" border="0" height="254" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl70__TEwZI/AAAAAAAAJNc/gziNG7ZMAmI/DSC01587_thumb%5B10%5D.jpg?imgmax=800" style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px; margin: 5px 10px 5px 0px;" title="DSC01587" width="178" /></a>Olhou para os andores e à volta deles. Viu os rapazes que já combinavam qual santo iam carregar na procissão enquanto marcavam com os lenços os lugares nos suportes dos andores. <br />
Combinavam entre si pares da mesma altura para equilibrar o andor e distribuir o peso de forma igual entre os carregadores. <br />
Mas também não o viu ali.<br />
A procura parou com a entrada dos padres no altar. Saindo da sacristia entrou o pároco, o de Vale de Porco e o pregador que veio de Castro vicente, junto com os dois acólitos também paramentados, um de cada lado. Enquanto eles iam até a frente do altar a igreja encheu-se de vozes. O povo em um só coro começou o cântico de entrada.<br />
O ar festivo das vozes, o desafinado proposital das crianças, o tom beatífico de algumas mulheres, a voz grave dos mais velhos, o canto afinado dos padres, misturaram-se no ar criando um sonoro polifônico colorido e interessante. <br />
A esta parte da festa, uma harmonia impar de vozes e sons, toma forma. Quero crer que até o próprio Deus e São Bernardino, que estavam só a olhar incrédulos e curiosos, lá do céu, começaram a cantar também, felizes, seguidos pelos santos, anjos e arcanjos e demais seres celestiais, pena que não formavam coro com os simples mortais, seria interessante de ouvir. Eu acho...<br />
Apesar de animada pela entrada triunfal da missa e pelo cântico inicial, ela estava inconformada. O coração batia apressado a mil pulsos por minuto. Estava trêmula, suava frio. Gotas geladas escorriam pelas costas, quase sem cor.<br />
A mãe viu que empalidecia, e em voz firme disse: - Comporta-te lá rapariga, põe logo sangue nesse rosto! Anima-te, não é nada impossível o que tu vais fazer, eE sei que vais dar conta do recado, podes crer! Senta-te ai um pouquinho. <br />
Olhando enérgica para a filha do meio disse: - Ó Josefa senta aí também com a tua Irmã e dá apoio caso ela precise.<br />
Sentou. Aos poucos, a calma e as enérgicas palavras da mãe, fizeram o rosto enrubescer. Só os olhos continuavam irrequietos a procurar alguém.<br />
Olhou para o lugar onde ele ficava na igreja nas missas dos domingos, mas também não estava lá, ao lado do pai dele. Tentou encontrá-lo perto dos andores, mas não dava para ver. Sabia que devia estar do outro lado do andor do padroeiro, e que de onde ela estava não poderia vê-lo. Mas queria poder olhar para ele e ver-lhe os olhos.<br />
O rapaz era o motivo da promessa. Se ele voltasse são e salvo da guerra do ultramar pagaria um alqueiree de trigo e o levaria à cabeça durante a procissão em pagamento de promessa a São Bernardino. <br />
Esperou mias de tres anos e meio. Perdeu a conta dos rosários rezados, das promessas, dos sacrifícios, dos dias de solidão, sofrimento e inquietude. Felizmente o moço voltou são e salvo. São Bernardino cumprira com a parte dele. Era hora de pagar a promessa.<br />
Feliz por lembrar de como tudo começou foi se tranquilizando... Tinha dezesseis anos e ele dezessete.<br />
<strong></strong><br />
<div align="left"><strong>A vindima.<a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl71AseoUdI/AAAAAAAAJNg/FbLNZvQ-lrQ/s1600-h/cacho_jpg%5B5%5D.jpg"><img align="right" alt="cacho_jpg" border="0" height="167" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl71BbPuBVI/AAAAAAAAJNk/JKs_7DsG0Xs/cacho_jpg_thumb%5B6%5D.jpg?imgmax=800" style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px; margin: 25px 5px 0px 10px;" title="cacho_jpg" width="189" /></a></strong></div>Faziam a vindima na vinha das figueirinhas. <br />
As famílias juntavam-se todos os anos para se ajudar na lida. <br />
Ano apos ano os rapazes desafiavam as moças para ver quem vindimava primeiro o valado de parreiras. <br />
Esta disputa era tradição , e animava o dia, ajudava a fazer a vindima mais interessante .<br />
<a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl71CEc6yEI/AAAAAAAAJNo/nnckGrYL1pI/s1600-h/cacho%202%5B6%5D.jpg"><img align="left" alt="cacho 2" border="0" height="155" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/Sl71C_MKiKI/AAAAAAAAJNs/TvrTii1pxJY/cacho%202_thumb%5B4%5D.jpg?imgmax=800" style="border-bottom: 0px; border-left: 0px; border-right: 0px; border-top: 0px; display: inline; margin: 10px 10px 5px 0px;" title="cacho 2" width="188" /></a> As parreiras carregadas curvavam-se até ao chão, férteis de cachos maduros, fêmeas prenhas a pedir para parir as crias. As folhas nas cores do outono deixavam a paisagem melancólica e paletas coloridas, absurdamente ricas, em tons quentes de uma gama de cores e nuances indescritíveis fazia crer que o verão nao iria embora.. Um quadro maravilhoso, rico de perfumes sabores e sons.<br />
Era cedo, ainda, quando chegaram à vinha. As parreiras umedecidas do orvalho do fim da noite curvavam as folhas, e derramavam lágrimas de tristeza pelos frutos que lhes tiravam ao serem tocadas pelos vindimadores. O sol saía aos poucos e ia aquecendo o ar enquanto espalhava pela encosta uma manta quente de luz e de vida.<br />
A vinha enchia-se de mil abelhas e vespas, zumbindo acordadas, pelo romper da aurora e do calor nas asas. Sabedoras do fim do verão corriam na vinha, para tirar o sustento final, antes do inverno nesta missão de alimentar os corpos e a colméia com o néctar doce das uvas maduras.<br />
Uma sinfonia de zumbidos enche o silêncio dos campos e avisa aos vindimadores para tomarem cuidado. Afinal, elas chegaram primeiro e defendem às ferroadas os ladrões que teimam tirar-lhes os cachos das parreiras. Sempre acontece de alguém se queixar de uma ferroada. Mas, que logo é resolvida na aplicação da lamina de aço da palaçoulo sobre o local, para evitar que inche.<br />
Os rapazes e as raparigas animados pela disputa fazem uma algazarra enorme a correr por entre as parreiras. Espantam os melros que voam assustados a esbarrar nas folhas chilreiam bravos a reclamar da malta. Com uma velocidade impressionante de navalhas palaçoulo nas mãos vão cortando os cachos com uma precisão de cirurgião, tão firmes que quem olha se impressionaria se não soubesse da prática de anos.<br />
De quando em quando, os pais olham e gritam para não deixarem as uvas para trás. E sem se importarem muito, com a algazarra dão risada e incentivam a disputa, a brincadeira sempre ajuda a manter a malta motivada no trabalho duro. E pelo sim e pelo não, sempre revisam os valados para validar a suspeita de que algumas parreiras ficam por vindimar. Mas divina providencia, e apesar disso sempre acontece de algumas parreiras ficarem sem vindima. Salvação de quem anda ao rebusco, dos pássaros no inverno e também dos pastores que ganham a volta da rama da vinha e que ao guardar as ovelhas acabam por encontrar parreiras com os cachos inteiros e felizes voltam para casa com o sarrão cheio.<br />
Na correria dos valados os dois esbarram. A batida forte derrubou-lhes as cestas das mãos e espalhou as uvas no chão. <br />
Olharam-se esbaforidos, com a respiração ofegante e o ânimo exaltado pela disputa. Os olhares cruzam-se faiscando com ares de disputa. Mas, por frações de segundo, os olhos param uns nos outros, profundamente.<br />
A expressão do rosto mudou, e o sorriso foi substituído por uma expressão de surpresa e de novidade.O olhar deles tinha a mesma intensidade e sentimento, com que a fonte olha o rio e a chuva olha a nuvem de onde partiu. Os olhos deles brilharam como gotas de orvalho atingidas pelo sol, faiscando ao primeiro raio. Ficaram mudos… O silêncio calou as respirações ofegantes da corrida e da vindima. Estão presos no olhar, um do outro, em silêncio, surpresos com a descoberta. Em segundos e quase que instintivamente, riram como crianças, um riso solto, inocente, e genuíno. Atordoados, ficaram sem saber o que fazer. Tentavam encher de novo o peito de ar sem conseguir. <br />
Sem entender o que aconteceu realmente, e disfarçando o ocorrido e a surpresa, voltaram a disputar a vindima, como se tudo não passasse de uma distração fugidia, um incidente. <br />
Voltaram para o desafio, ele juntos dos rapazes e ela com as raparigas. Corriam cada vez mais rápido para ver quem ia mais depressa e vindimava mais valados. A disputa estava acirrada.<br />
As abelhas enfadadas tentavam voar,mas não conseguiam mais embebedadas pelo fermentar dos bagosdos cachos de malvasia, verdelho, moscatel e touriga. <br />
O dia ia chegando ao fim, a vinha estava quase vindimada, os cestos nos carros de bois estavam cheios.<br />
Mas algo mudou dentro dos dois. Enquanto corriam, e disputavam os valados, os olhos ficavam à procura uns dos outros por entre as folhas das parreiras e das cestas cheias de uvas. Não paravam de se olhar. <br />
Um aroma de terra e de uvas enchia ao ar de doçura, combinando com o sentimento que surgia no peito dos dois. Tudo parecia distante e alheio. Os corações batiam fortes e em disparada, em uma só sintonia. Uma alegria indescritível, um suave êxtase, deleite, enchia as veias percorrendo todos os poros dos seus corpos. A vindima passou correndo, com os pares de olhos e os corações cada vez mais presos um ao outro. A cada valado vindimado um crescente de emoções e de suspiros deixava no peito um rastro de paixão e encantamento. Estavam felizes, e embriagados. O coração batia assustado, com a descoberta do primeiro amor.<br />
Desse dia em diante, uma grande mudança aconteceu. Os dois passavam o dia a procurar-se, e dedicavam todos os momentos que podiam, a buscar um ao outro, na lida da aldeia. Todo o fim de tarde ele ficava sentado nas escadas da casa da esquina praça à espera que ela fosse ao marco, para poder vê-la e encontrar seus olhos. Os dias passaram a ficar longos e a passar muito devagar. Contava as horas para o fim do dia e aqueles minutos da ída ao marco eram uma eternidade. <br />
Um dia ele escreveu uma carta .<br />
“Em alguns dias, paro e fico quieto, em silencio, á espera do som que antecede a tua chegada. Conheço teu andar e a cadencia de teus movimentos. O som dos teus passos no caminho, me dá a noticia de que te aproximas, e que vais chegar. <br />
É assim todo o fim do dia. <br />
Sento-me, nas escadas da casa, perto do marco, para te esperar. <br />
Mesmo cansado dos trabalhos do dia, fico ali quieto e sem pressa a contar os minutos que me separam de te ver sair de casa e descer a rua com a cantara nas mãos para buscar a água. <br />
Meus dias são, esta continua espera, do fim da tarde chegar...<br />
As mulheres mais velhas que vêem á fonte com suas cantaras esbouçadas, chegam a riem de mim, e ficam prá li a dizer: - não tarde já lá vem, já lá vem... Eu olho e rio, elas riem e olham. Sabem e eu sei, que é a ti que eu espero. Meus finais de tarde são inteiros para te ver e me encantar com teus olhos. <br />
Lembro de ti, no adro da Igreja. Ao lado das crianças organizavas as filas da cruzada para a primeira comunhão. Teu sorriso meigo teu olhar desafiador ficam parados no meu. Desvia o olhar depois, para disfarçar o vermelho do teu rosto e o desconforto por me encarar. Fico sem fôlego e revejo esta imagem vezes sem parar, nos meus momentos em que não te tenho perto. Teus cabelos da cor dos trigais balançavam soltos ao vento e brincavam de esconder e revelar teus olhos. Sabes que eu te olho e ficas com o olhar fixo em lugar nenhum com uma expressão feliz de ternura e felicidade, no rosto.<br />
Lembro do dia de vindima especado sem e saber o que fazer, desde aquele momento te amei com todo a minha alma. Daquele dia em diante tudo mudou. Os dias á tua procura pelas ruas da aldeia. Apaixonei-me por um sorriso que nunca vira antes. Conheço-te desde menina, puxei teus cabelos milhares de vezes no recreio da escola. Cansaste de correr atrás de mim para me pegar e retribuir o puxão. Mas aquele momento, naquele instante, teu olhar foi arrebatador. Descoberta de que o mundo é diferente, meus dias mudaram completamente. "<br />
O amor dos dois nasceu assim, e como um vinho novo, foi fermentando, ao longo do inverno, nas missas de domingo, depurando à volta da fogueira do galo, até amadurecer finalmente, no dia primeiro do ano, quando saíram para cantar as janeiras.<br />
<strong>As Janeiras.</strong><br />
Era primeiro de janeiro.<br />
No meio da tarde formaram-se dois grupos para cantar as janeiras, de porta em porta, um só dos rapazes e outro com as raparigas. Só lá andavam os solteiros.<br />
Começaram separados, cada grupo seguiu por um lado do povo, mas lá pelas tantas, por artes aqui não descritas e por estratégias estudadas friamente para não deixar os pais em alvoroço, os dois grupos encontraram-se na praça e, a partir dali, por todo o povo, seguiram em um grupo só.<br />
De casa em casa paravam a todas as portas e cantavam as quadras:<br />
Ainda agora aqui cheguei<br />
Já pus o pé nesta escada<br />
Logo o meu coração disse<br />
Que aqui mora gente honrada<br />
Senhora que está lá dentro,<br />
Sentada no seu banquinho,<br />
Venha nos dar as janeiras,<br />
Em louvor do Deus Menino.<br />
Os olhos dos dois não paravam de se procurar, sempre que os olhares se cruzavam, tentavam esconder o amor que crescia às escondidas, desde a vindima. Durante a cantoria, enquanto andavam de porta em porta, ou a subir as escadas das casas, buscavam ficar juntos o quanto podiam.<br />
O coração batia forte, a voz saía muda, a letra das quadras faltava. Apesar do frio da noite de inverno que já começava a se fazer sentir, o rosto dos dois estava vermelho quase ao rubro tão brilhante como o aço das relhas deixado na forja.<br />
Ao entrar em uma casa com escadas sem luz, ficaram para trás e deixaram que todos subissem. As mãos entrelaçaram-se e os dedos encontraram-se pela primeira vez. Desajeitados pela pressa prenderam as mãos um do outro. Ficaram assustados com medo que alguém os tivesse visto.<br />
O grupo subiu e continuava a cantar.<br />
A mesa estava posta com rabanadas, castanhas, figos, amêndoas, umas chouriças cortadas em rodelas, uma malga de azeitonas curtidas, pão, alguns copos e um garrafão de vinho tinto, “do nacional”.<br />
Os visitantes aquecidos pelo fogo da lareira, o tilintar dos brindes, e a cantoria sempre a crescer em tom e altura, faziam daquele momento das janeiras um acontecimento muito especial. Cantavam cada vez mais animados. O vinho a encher os copos na mesa combinava acordes com o refrão das músicas.<br />
O riso na voz dos donos da casa demonstrava a satisfação da visita e a alegria que lhes traziam. Serviram a primeira rodada de vinho e sentaram-se junto da lareira, rodeados pelos filhos pequenos. Os pirralhos olhavam os visitantes e riam de boca cheia. Na cara os olhos esbugalhados mostravam que acordaram às pressas com o barulho e algazarra e vieram a correr para a cozinha, para participarem da novidade e não perderem nada.<br />
Os cachorros debaixo da mesa rosnaram para os cantores sem jeito de entenderem que ali não havia lobos, mas tinham lá suas razões, afinal alguns dos rapazes, eram mais ladinos que as raposas.<br />
- Boa pinga ó ti Alberto, o vinho deste ano está melhor que o do ano passado.<br />
- Boa cor ele tem, sim senhor! - respondeu o ti Alberto. E ficou-se a rir do abuso dos rapazes.<br />
- Viva lá o Deus menino!<br />
-De hoje em um ano! E que corra pelo mesmo cano! - Falaram as vozes em desatino.<br />
Voltaram a cantar ...<br />
Boas noites meus senhores,<br />
Boas noites vimos dar,<br />
Vimos pedir as janeiras,<br />
Se no-las quiserem dar.<br />
Como é lei de cada ano<br />
Se no-las houverdes de dar<br />
Somos romeiros de longe<br />
Não podemos cá voltar<br />
Viva lá, senhor Alberto<br />
Na folhinha do loureiro,<br />
Viva lá o senhor da casa<br />
Que é um grande cavalheiro.<br />
Fizeram uma pausa...<br />
As raparigas aproveitaram a parada e começaram a pedir à tia Josefa, por uma jerupiga, que vinho elas não tomavam, era coisa de rapazes. Ela riu e lembrou dos tempos de moça, sabia bem destas desculpas das raparigas, a jerupiga sempre era mais docinha.<br />
Foi ao armário e tirou de lá uma bandeja de vidro, com uma garrafa trabalhada, rodeada por uns copitos com os mesmos detalhes. Ao verem a garrafa as moças gritaram de alegria. Correram para ela e encheram-na de beijos. Ela pôs-se a reclamar, enquanto ria toda contente e dava de beber da jerupiga às moças.<br />
Elas em sinal de agradecimento desataram a cantar com mais vontade...<br />
Senhora que está lá dentro<br />
Assentada na cortiça,<br />
Venha-nos abrir a porta<br />
Ou dê-nos uma lingüiça.<br />
Levante-se de lá, senhora,<br />
Do seu banquinho de prata,<br />
Venha dar-nos as janeiras<br />
Que está um frio que mata.<br />
A tia Josefa foi ao fumeiro, cortou uma lingüiça e duas alheiras. Depois encheu um saco de figos e castanhas. Abraçou uma das moças dizendo que tinham que cantar mais uma moda antes de saírem<br />
E o grupo entoou...<br />
Vamos cantar as janeiras<br />
Vamos cantar as janeiras<br />
Por esses quintais adentro vamos<br />
Às raparigas solteiras<br />
Muita neve cai na serra<br />
Muita neve cai na serra<br />
Só se lembra dos caminhos velhos<br />
Quem tem saudades da terra<br />
Vamos cantar as janeiras<br />
Vamos cantar as janeiras<br />
Por esses quintais à dentro vamos<br />
Às raparigas solteiras<br />
Quem tem a candeia acesa<br />
Quem tem a candeia acesa<br />
Rabanadas, pão e vinho novo<br />
Matavam a fome à pobreza<br />
Os dois ficaram parados na penumbra, ao fundo do vão das escadas. Ouviam o canto e algazarra dos outros que vinha lá do alto da cozinha. Estavam ofegantes como ficaram da primeira vez em que se olharam na vinha. A pouca luz que descia da porta entreaberta no cimo das escadas, iluminava os rostos com tons dourados, cintilantes.<br />
Os olhos brilhavam extasiados de alegria e de paixão. Sem dizer palavras, puxou-a suavemente para si e ela rodeou-lhe o pescoço com os braços. Os dois corpos ofegantes entregaram-se em um beijo leve, suave, tímido e hesitante. Pela primeira vez, próximos um do outro, estreitaram no olhar e nos lábios a intensidade de tantos momentos em que ficaram a olhar-se ao longe.<br />
O segundo beijo foi diferente, um crescente de emoções tomou os dois. A espera dos longos meses destilou a vontade e o desejo na explosão do beijo. As duas bocas colaram e soltaram-se uma da outra várias vezes e percorriam os rostos cobrindo-se de beijos. Os rostos gelados pelo sereno da noite ferviam ao toque dos lábios ardentes.<br />
Afagou-lhe os cabelos, afastou o rosto e voltou para perto para beijar-lhe os olhos. Dizia o nome dela em sussurros a cada beijo sem parar. Beijou-a na testa, aspirou o ar com toda a força para sentir o perfume do corpo e dos cabelos úmidos.<br />
Foram instantes apenas... Minutos breves, mas tão longos, que pareceram uma eternidade.<br />
O serenar da cantoria fez com que caíssem do céu à terra instantaneamente. Ficaram atordoados... - E se nos viram! Sussurrou ela.<br />
Ele fez que não com a cabeça e disse: - Vamos esperá-los aqui, vou dizer que escorreguei no escuro do curral e que tu me ajudaste a levantar.<br />
O grupo não tardou a descer.<br />
Para surpresa e sossego dos dois a malta desceu alegre e cantando glórias pela farta oferta que ganharam das janeiras. Como se fosse combinado, saíram dizendo como que para tranqüilizá-los. Vocês não sabem do que perderam! Do vinho, da boa jeropiga que a tia Josefa nos deu...Quem de trás anda, diante se queixa... Ainda brincaram.<br />
Já no meio da rua, desataram todos a correr para chegar logo na casa seguinte e recomeçaram a cantar. Os dois correram também de mãos dadas. Estavam nervosos e inseguros. De repente começaram a rir deles mesmos às gargalhadas pela cara que fizeram e pelo medo que passaram agora à pouco. Os outros não entenderam nada.<br />
Até ao fim da noite cantaram as janeiras com o grupo. Mas o cantar das janeiras agora tinha um novo sabor.<br />
Os pensamentos a fizeram voltar para a Igreja.<br />
Os olhos percorriam todos os lugares possíveis.<br />
Ao olhar o andor de São Bernardino viu que ele estava lá.<br />
Tranqüilizou-se... Ele também a viu e fez sinal para ela que estava tudo bem e que ficasse calma, já estava com o lugar marcado no andor. </div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-76674120070077262132015-02-27T00:22:00.001-03:002015-02-27T00:28:32.489-03:00O Ti Pauzinho.<div align="justify"> </div> <div align="justify">Talvez sejam poucos os que ainda se lembram dele. Na verdade nem eu me recordo muito bem. Partiu quando em tinha de quatro para cinco anos e, o tempo já apagou da memória as imagens das feições e traços. Restaram as marcas dos feitos e da personalidade, destes sim, eu confesso, que me lembro muito bem. </div> <div align="justify">Impressionavam nele a força, a determinação e a vontade de vencer.</div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Ti Pauzinho. </h2> <div align="justify">O apelido veio do aspecto magro e fino, que lembrava um galho seco “pauzinho”. </div> <div align="justify">A fome e necessidades deram-lhe a aparência e o nome, mas fizeram também a têmpera do caráter, da vontade férrea e teimosia. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">O homem tem a medida do seu sonho. </h2> <div align="justify">Não é a origem nem a falta de sorte que traçam o destino, são as ideias ou a falta delas. Assim o objetivo que traçamos para nós mesmos e a força que colocamos na determinação de alcançar a meta, são determinantes para o resultado de toda uma existência. </div> <div align="justify"> </div> <a name='more'></a> <h2 align="justify">Nasceu em Vale Verde, </h2> <div align="justify">de família muito pobre. Mudou para Castelo Branco para procurar trabalho e sustento. Foi empregado da “Casa Grande”. Serviu como pastor, podador, lavrador e tantos outros afazeres da vida na aldeia. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Do trabalho braçal e das economias de uma vida</h2> <div align="justify"> de sacrifícios conseguiu juntar um patrimônio razoável. Deixou de herança algumas vinhas, olivais e hortas, todas conquistadas, pelas economias e apertos de vida inteira de trabalhos lutas e canseiras. Ficou presente em todos estes lugares a marca do grande homem que foi. As várias vinhas que plantou com a ajuda dos dois filhos e filha, destacavam-se pela variedade e qualidade da casta de uvas. O vinho que produzia, sempre foi um vinho apreciado. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Quem teve a sorte de passar perto da adega</h2> <div align="justify"> e de tomar uns canecos, teve a oportunidade única de provar um dos melhores vinhos que Castelo Branco já produziu. Em todas as vinhas, olivais e hortas, construiu uma casa e um poço. Plantou cerejais, macieiras, pessegueiros e amendoeiras. Um legado que passou dele para a filha Arminda e desta para as filhas Amélia e Guilhermina.</div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">Mas teve um lugar que realmente foi a marca maior desta existência lutadora e para quem o conheceu diria comigo que foi o “estopim” de toda uma vida. Um sonho materializado debaixo de suor, dor e lágrimas.</div> <div align="justify">Este lugar de que quero lhes falar é da horta das pombinhas. </div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">Depois de muitos anos de trabalhos, conseguiu comprar as terras. Eram distantes do povo em um lugar de acesso difícil e com a agravante de que em boa parte do ano a ribeira crescia e não se podia passar para o outro lado facilmente. Mas isso talvez tenha sido um argumento a mais pra negociar e firmar o negócio da compra das terras. </div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">Comprou uma encosta de fragas, piçarras e pedras. Quem conhece o lugar sabe o que digo. O terreno é íngreme, quase a pique, mas tem uma faixa estreita de terra arável fértil e promissora. Esta faixa na época era apenas uma promessa, onde ele antevia grandes colheitas de batatas e verduras, e a garantia da alimentação e futuro da família. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Era um homem visionário </h2> <div align="justify">e de muitos planos, um empreendedor nato, de muita garra e determinação. Mas os dias de fartura só vieram depois de muitos anos de trabalhos e luta contra os revezes que a natureza. </div> <div align="justify">Um dos lados da horta fica paralelo á ribeira que nas grandes trovoadas cresce e leva tudo na frente com a enxurrada. Foram sucessivas reconstruções e perdas de tudo o que plantara. Este fato faria qualquer um desistir. Mas para o Ti Pauzinho não passaram de desafios diante da teimosia e determinação dele. O mais forte ou o mais teimoso há de vencer. Registrem: Foi ele que venceu!</div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Não teve dúvidas e formulou um plano.</h2> <div align="justify"> Construir uma parede ao longo da propriedade capaz vencer as águas da ribeira mesmo quando viessem as maiores trovoadas. Pedra não faltava nas fragas da encosta. Mas tinha que ser solta para poder ser usada. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Assim pensou e melhor o fez. </h2> <div align="justify">Comprou pólvora e estopim e deitou mãos á obra. Com a experiência do trabalho nas minas onde aprendeu sobre explosões e dinamite, fez e aconteceu. Este conhecimento foi o seu maior aliado no desafio de vencer as fragas e a ribeira. Os dias de trabalho e as explosões de fragas foram muitos e duraram alguns anos. Mas o resultado é visível até hoje. Se forem lá olhem a parede que ladeia a ribeira e protege toda a propriedade. Ficarão impressionados...</div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">São toneladas de fraga e pedras</h2> <div align="justify"> carregadas e arrastadas com a ajuda de uma junta de bois. De onde ele tirou a força não sei, as pedras arrastadas são enormes e pesadas. Mesmo nos dias de hoje com as maquinas que dispomos, seria difícil de colocar, assentar, alinhar e fazer parede devido ao formato e tamanho. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">A parede não foi o único marco. </h2> <div align="justify">Construiu lá uma casa, uma corte. Escavou dois poços na fraga, uma cisterna de onde nasce uma fotaela de água fresca e pura. Construiu e montou uma nória junto da ribeira com todos os aparatos e engrenagens. E fez uma ponte para poder atravessar a ribeira nos tempos em que ia cheia. Mas não se pode vencer sempre e, a ribeira levou a melhor nesta partida, a ponte anos depois de ter sido construída foi totalmente destruída em uma trovoada fortíssima.</div> <div align="justify">Tempos atrás na ultima ida a Portugal quis ir ás pombinhas. Quando garoto passei muitos dias e horas por lá a guardar as vacas no lameiro enquanto meu pai e minha mãe lidavam na horta. É um lugar que guardo no peito como um lugar encantado e que visito nos meus sonhos vezes sem conta. </div> <div align="justify">Confesso que fiquei muito impressionado. Apesar de a paisagem ter mudado muito nos ultimo anos, visto que plantaram eucaliptos em todas as encostas que ladeiam a ribeira da Veiga até lá, o que me impressionou foi o carinho e o restauro que minha irmã Guilhermina o Ernesto e os filhos deram a este lugar. </div> <div align="justify">Vejam nas fotos o que lhes conto. E quem sabe vão lá visitar as pombinhas também. Falem com a Guilhermina e o Ernesto. Acredito que terão orgulho e será um prazer receber os amigos por lá. </div> <div align="justify">Depois da visita contem se ainda se escutam os estouros das fragas. Vou gostar de saber! </div> <div align="justify"> </div> <div align="center"><a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROHl7mMeI/AAAAAAAAKEs/V2A8_sRMqyQ/s1600-h/DSC02158%5B11%5D.jpg"><img title="Ribeira das Pombinhas, em castelo Branco Mogadouro" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Ribeira das Pombinhas, em castelo Branco Mogadouro" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROIwU4JeI/AAAAAAAAKEw/JbOKQ7WKDGQ/DSC02158_thumb%5B9%5D.jpg?imgmax=800" width="397" height="303"></a></div> <div align="center"> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1RONYJHRtI/AAAAAAAAKGU/IZRvcoRfjHM/s1600-h/DSC02137%5B13%5D.jpg"><img title="Oliveira e trator perto da horta das pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Oliveira e trator perto da horta das pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" src="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROOTzHeCI/AAAAAAAAKGc/dHryJ9x_rg4/DSC02137_thumb%5B11%5D.jpg?imgmax=800" width="396" height="302"></a></div> <div align="center"> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROXOuY7PI/AAAAAAAAKG0/MR-WkDAoJek/s1600-h/DSC02143%5B21%5D.jpg"><img title="Ribeira das Pombinhas perto da horta do Ti Pauzinho" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Ribeira das Pombinhas perto da horta do Ti Pauzinho" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROYIwDUcI/AAAAAAAAKG4/JSsoRWPR-6U/DSC02143_thumb%5B17%5D.jpg?imgmax=800" width="399" height="304"></a></div> <div align="center"> <a href="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROfuz3VTI/AAAAAAAAKFc/mEqrVuFG-bQ/s1600-h/DSC02147%5B17%5D.jpg"><img title="Vista da ribeira ao longo da propriedade e da parede" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista da ribeira ao longo da propriedade e da parede" src="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROgjh4wDI/AAAAAAAAKFk/v0OCHTbYOJY/DSC02147_thumb%5B15%5D.jpg?imgmax=800" width="401" height="306"></a></div> <div align="center"> <a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROmPyjToI/AAAAAAAAKHE/rvOaTblZFqE/s1600-h/DSC02151%5B11%5D.jpg"><img title="Vista do poço e das paredes" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista do poço e das paredes" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROoQvkvwI/AAAAAAAAKHM/AkwYopv9v-o/DSC02151_thumb%5B9%5D.jpg?imgmax=800" width="399" height="305"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROuERwSoI/AAAAAAAAKHk/DsBI9BA0xD8/s1600-h/DSC02154%5B14%5D.jpg"></div><img title="Amendoeira em Flor. Esta ainda foi o Ti Pauzinho que plantou" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; float: none; margin-left: auto; display: block; border-top-width: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Amendoeira em Flor. Esta ainda foi o Ti Pauzinho que plantou" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROvMDJJwI/AAAAAAAAKHs/X3mfqX3wF0o/DSC02154_thumb%5B12%5D.jpg?imgmax=800" width="401" height="306"></a> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div><a href="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROwLZCkJI/AAAAAAAAKH0/BycLEjJ-Awo/s1600-h/DSC00698%5B19%5D.jpg"><img title="Vista do termo de Castelo Branco ao fim da tarde" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; float: none; margin-left: auto; display: block; border-top-width: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Vista do termo de Castelo Branco ao fim da tarde" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROw1Ck33I/AAAAAAAAKH4/rc8eIQyiPmQ/DSC00698_thumb%5B21%5D.jpg?imgmax=800" width="400" height="204"></a> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-24858609116125632582015-02-27T00:11:00.000-03:002015-02-27T00:32:15.459-03:00O sonho de um homem<strong><span style="font-size: xx-small">Artigo: Luis Pardal</span></strong><br><a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1RODVIjb-I/AAAAAAAAKEk/YlfW_8BU-lM/s1600-h/DSC02143%5B20%5D.jpg"><img title="Ribeira das Pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; background-image: none; border-bottom-width: 0px; float: none; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin: 10px auto; display: block; padding-right: 0px; border-top-width: 0px" border="0" alt="Ribeira das Pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROEW-e97I/AAAAAAAAKEo/ywVcQmw5jdY/DSC02143_thumb%5B16%5D.jpg?imgmax=800" width="296" height="227"></a><br> <h2 align="justify">Até hoje quero crer</h2> <div align="justify">que ainda se podem ouvir os estouros de fragas a ecoar por todos os montes e vales das pombinhas. Pelo menos, sempre que vou por lá, ainda sinto a terra tremer e escuto o rugir das explosões repetido pelo eco, como se fosse uma trovoada a chegar. </div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">Acredito que isso não ocorre só comigo, mas com todos os que por ali passam e param por alguns instantes com os ouvidos alertas, na escuta. Se lá forem, e eu recomendo que vão! Parem um pouco á espera... Fiquem de ouvidos bem abertos! A qualquer momento, vão ouvir e sentir também. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Mas, não, não se assustem,</h2> <div align="justify">não é trovoada, tão pouco precisam chamar Sta. Barbara ou São Bernardino, estão seguros! O lugar é de calma e de paz! </div> <div align="justify">Quando lá forem, quero que me contem o que se passou por lá. Fica desde já combinado, trato é trato, quem escutar vai ter que contar aqui. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">De qualquer modo, </h2> <div align="justify">vale a experiência de um passeio maravilhoso para se fazer no fim da primavera, ou no começo do verão. Sair a pé, ribeira abaixo, pelos caminhos e ribeiras até as cardanhas, é imperdível. Passem por lá!</div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Nas fragas ainda se podem ver</h2> <div align="justify">alguns dos buracos abertos para rebentar as pedras e que não foram utilizados com pólvora e estopim. Impressiona muito ver tudo isto. Estas marcas fazem olhar e refletir como a natureza humana e a força de caráter são capazes de superar todas as adversidades e limitações. Um exemplo de vida, que incentiva. </div> <div align="justify"> </div> <h2 align="justify">Por mais que a vida</h2> <div align="justify">e natureza teimem em nos colocar dificuldades e desafios, se tivermos fé, força de caráter, vontade e determinação de vencer, não haverá dificuldade grande o suficiente para nos deter ou desestruturar. </div> <h2 align="justify">Mas entendam porque lhes digo isso...</h2> <a name='more'></a> <div align="justify">Talvez sejam poucos os que ainda se lembram dele. Na verdade nem eu me recordo muito bem. Partiu quando em tinha de quatro para cinco anos e, o tempo já apagou da memória as imagens das feições e traços. Restaram as marcas dos feitos e da personalidade, destes sim, eu confesso, que me lembro muito bem. Impressionavam nele a força, a determinação e a vontade de vencer.</div> <h3 align="justify">O Ti Pauzinho. </h3> <div align="justify">O apelido veio do aspecto magro e fino, que lembrava um galho seco “pauzinho”. A fome e necessidades deram-lhe a aparência e o nome, mas fizeram também a têmpera do caráter, da vontade férrea e teimosia. </div> <div align="justify">O homem tem a medida do seu sonho. Não é a origem nem a falta de sorte que traçam o destino, são as idéias ou a falta delas. Assim o objetivo que traçamos para nós mesmos e a força que colocamos na determinação de alcançar a meta, são determinantes para o resultado de toda uma existência. </div> <div align="justify">Nasceu em Vale Verde, de família muito pobre. Mudou para Castelo Branco para procurar trabalho e sustento. Foi empregado da “Casa Grande”. Serviu como pastor, podador, lavrador e tantos outros afazeres da vida na aldeia. </div> <div align="justify">Do trabalho braçal e das economias de uma vida de sacrifícios conseguiu juntar um patrimônio razoável. Deixou de herança algumas vinhas, olivais e hortas, todas conquistadas, pelas economias e apertos de vida inteira de trabalhos lutas e canseiras. Ficou presente em todos estes lugares a marca do grande homem que foi. As várias vinhas que plantou com a ajuda dos dois filhos e filha, destacavam-se pela variedade e qualidade da casta de uvas. O vinho que produzia, sempre foi um vinho apreciado. Quem teve a sorte de passar perto da adega e de tomar uns canecos, teve a oportunidade única de provar um dos melhores vinhos que Castelo Branco já produziu. Em todas as vinhas, olivais e hortas, construiu uma casa e um poço. Plantou cerejais, macieiras, pessegueiros e amendoeiras. Um legado que passou dele para a filha Arminda e desta para as filhas Amélia e Guilhermina.</div> <div align="justify">Mas teve um lugar que realmente foi a marca maior desta existência lutadora e para quem o conheceu diria comigo que foi o “estopim” de toda uma vida. Um sonho materializado debaixo de suor, dor e lágrimas.</div> <div align="justify">Este lugar de que quero lhes falar é da horta das pombinhas. </div> <div align="justify">Depois de muitos anos de trabalhos, conseguiu comprar as terras. Eram distantes do povo em um lugar de acesso difícil e com a agravante de que em boa parte do ano a ribeira crescia e não se podia passar para o outro lado facilmente. Mas isso talvez tenha sido um argumento a mais pra negociar e firmar o negócio da compra das terras. </div> <div align="justify">Comprou uma encosta de fragas, piçarras e pedras. Quem conhece o lugar sabe o que digo. O terreno é íngreme, quase a pique, mas tem uma faixa estreita de terra arável fértil e promissora. Esta faixa na época era apenas uma promessa, onde ele antevia grandes colheitas de batatas e verduras, e a garantia da alimentação e futuro da família. Era um homem visionário e de muitos planos, um empreendedor nato, de muita garra e determinação. Mas os dias de fartura só vieram depois de muitos anos de trabalhos e luta contra os revezes que a natureza. </div> <div align="justify">Um dos lados da horta fica paralelo á ribeira que nas grandes trovoadas cresce e leva tudo na frente com a enxurrada. Foram sucessivas reconstruções e perdas de tudo o que plantara. Este fato faria qualquer um desistir. Mas para o Ti Pauzinho não passaram de desafios diante da teimosia e determinação dele. O mais forte ou o mais teimoso há de vencer. Registrem: Foi ele que venceu!</div> <div align="justify">Não teve dúvidas e formulou um plano. Construir uma parede ao longo da propriedade capaz vencer as águas da ribeira mesmo quando viessem as maiores trovoadas. Pedra não faltava nas fragas da encosta. Mas tinha que ser solta para poder ser usada. </div> <div align="justify">Assim pensou e melhor o fez. Comprou pólvora e estopim e deitou mãos á obra. Com a experiência do trabalho nas minas onde aprendeu sobre explosões e dinamite, fez e aconteceu. Este conhecimento foi o seu maior aliado no desafio de vencer as fragas e a ribeira. Os dias de trabalho e as explosões de fragas foram muitos e duraram alguns anos. Mas o resultado é visível até hoje. Se forem lá olhem a parede que ladeia a ribeira e protege toda a propriedade. Ficarão impressionados...</div> <div align="justify">São toneladas de fraga e pedras carregadas e arrastadas com a ajuda de uma junta de bois. De onde ele tirou a força não sei, as pedras arrastadas são enormes e pesadas. Mesmo nos dias de hoje com as maquinas que dispomos, seria difícil de colocar, assentar, alinhar e fazer parede devido ao formato e tamanho. </div> <div align="justify">A parede não foi o único marco. Construiu lá uma casa, uma corte. Escavou dois poços na fraga, uma cisterna de onde nasce uma fotaela de água fresca e pura. Construiu e montou uma nória junto da ribeira com todos os aparatos e engrenagens. E fez uma ponte para poder atravessar a ribeira nos tempos em que ia cheia. Mas não se pode vencer sempre e, a ribeira levou a melhor nesta partida, a ponte anos depois de ter sido construída foi totalmente destruída em uma trovoada fortíssima.</div> <div align="justify">Tempos atrás na ultima ida a Portugal quis ir ás pombinhas. Quando garoto passei muitos dias e horas por lá a guardar as vacas no lameiro enquanto meu pai e minha mãe lidavam na horta. É um lugar que guardo no peito como um lugar encantado e que visito nos meus sonhos vezes sem conta. </div> <div align="justify">Confesso que fiquei muito impressionado. Apesar de a paisagem ter mudado muito nos ultimo anos, visto que plantaram eucaliptos em todas as encostas que ladeiam a ribeira da Veiga até lá, o que me impressionou foi o carinho e o restauro que minha irmã Guilhermina o Ernesto e os filhos deram a este lugar. No ano passado o meu sobrinho Abilio mandou algumas fotografias para me avivar a memória.</div> <div align="justify">Vejam nas fotos o que lhes conto. E quem sabe vão lá visitar as pombinhas também. Falem com a Guilhermina e o Ernesto. Acredito que terão orgulho e será um prazer receber os amigos por lá. </div> <div align="justify">Depois da visita contem se ainda se escutam os estouros das fragas. Vou gostar de saber! </div> <div><a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROHl7mMeI/AAAAAAAAKEs/V2A8_sRMqyQ/s1600-h/DSC02158%5B11%5D.jpg"><img title="Ribeira das Pombinhas, em castelo Branco Mogadouro" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Ribeira das Pombinhas, em castelo Branco Mogadouro" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROIwU4JeI/AAAAAAAAKEw/JbOKQ7WKDGQ/DSC02158_thumb%5B9%5D.jpg?imgmax=800" width="397" height="303"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1RONYJHRtI/AAAAAAAAKGU/IZRvcoRfjHM/s1600-h/DSC02137%5B13%5D.jpg"><img title="Oliveira e trator perto da horta das pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Oliveira e trator perto da horta das pombinhas em Castelo Branco Mogadouro" src="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROOTzHeCI/AAAAAAAAKGc/dHryJ9x_rg4/DSC02137_thumb%5B11%5D.jpg?imgmax=800" width="396" height="302"></a> <a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROP8rg-OI/AAAAAAAAKGk/tvW9zxM2WGA/s1600-h/DSC02139%5B13%5D.jpg"><img title="Corte do Ernesto e da Guilhermina na horta das pombinhas" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Corte do Ernesto e da Guilhermina na horta das pombinhas" src="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROQ1AvBgI/AAAAAAAAKGo/OO_iZoavZ2I/DSC02139_thumb%5B11%5D.jpg?imgmax=800" width="397" height="303"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROTWgnVFI/AAAAAAAAKFE/0dzJ-cO8zAU/s1600-h/DSC02141%5B9%5D.jpg"><img title="Vista da Casa e horta das pombinhas" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista da Casa e horta das pombinhas" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROUUWefhI/AAAAAAAAKFI/ZgCzZ6gnmeM/DSC02141_thumb%5B7%5D.jpg?imgmax=800" width="398" height="304"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROXOuY7PI/AAAAAAAAKG0/MR-WkDAoJek/s1600-h/DSC02143%5B21%5D.jpg"><img title="Ribeira das Pombinhas perto da horta do Ti Pauzinho" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Ribeira das Pombinhas perto da horta do Ti Pauzinho" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROYIwDUcI/AAAAAAAAKG4/JSsoRWPR-6U/DSC02143_thumb%5B17%5D.jpg?imgmax=800" width="399" height="304"></a> <a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1RObMKX9QI/AAAAAAAAKFU/amMTiPvqaz4/s1600-h/DSC02144%5B9%5D.jpg"><img title="Vista da casa e Curralada " style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista da casa e Curralada " src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROcxvc7cI/AAAAAAAAKFY/cxvFvD4fc8g/DSC02144_thumb%5B7%5D.jpg?imgmax=800" width="400" height="306"></a> <a href="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROfuz3VTI/AAAAAAAAKFc/mEqrVuFG-bQ/s1600-h/DSC02147%5B17%5D.jpg"><img title="Vista da ribeira ao longo da propriedade e da parede" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista da ribeira ao longo da propriedade e da parede" src="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROgjh4wDI/AAAAAAAAKFk/v0OCHTbYOJY/DSC02147_thumb%5B15%5D.jpg?imgmax=800" width="401" height="306"></a> <a href="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROjfpN6QI/AAAAAAAAKFo/3K6LKPnExT4/s1600-h/DSC02148%5B10%5D.jpg"><img title="vista lateral" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="vista lateral" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROkV-UqFI/AAAAAAAAKFs/FLUr618u7GU/DSC02148_thumb%5B8%5D.jpg?imgmax=800" width="399" height="304"></a> <a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROmPyjToI/AAAAAAAAKHE/rvOaTblZFqE/s1600-h/DSC02151%5B11%5D.jpg"><img title="Vista do poço e das paredes" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista do poço e das paredes" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROoQvkvwI/AAAAAAAAKHM/AkwYopv9v-o/DSC02151_thumb%5B9%5D.jpg?imgmax=800" width="399" height="305"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROqfy7bWI/AAAAAAAAKHU/mo25Zh_DF14/s1600-h/DSC02152%5B9%5D.jpg"><img title="Vista das fragas " style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; display: inline; border-top-width: 0px" border="0" alt="Vista das fragas " src="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROrSbvBYI/AAAAAAAAKHc/x7z3Iy-DraU/DSC02152_thumb%5B7%5D.jpg?imgmax=800" width="400" height="305"></a> <a href="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROuERwSoI/AAAAAAAAKHk/DsBI9BA0xD8/s1600-h/DSC02154%5B14%5D.jpg"></div><img title="Amendoeira em Flor. Esta ainda foi o Ti Pauzinho que plantou" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; float: none; margin-left: auto; display: block; border-top-width: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Amendoeira em Flor. Esta ainda foi o Ti Pauzinho que plantou" src="http://lh6.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROvMDJJwI/AAAAAAAAKHs/X3mfqX3wF0o/DSC02154_thumb%5B12%5D.jpg?imgmax=800" width="401" height="306"></a> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div> <div></div><a href="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROwLZCkJI/AAAAAAAAKH0/BycLEjJ-Awo/s1600-h/DSC00698%5B19%5D.jpg"><img title="Vista do termo de Castelo Branco ao fim da tarde" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; float: none; margin-left: auto; display: block; border-top-width: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Vista do termo de Castelo Branco ao fim da tarde" src="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S1ROw1Ck33I/AAAAAAAAKH4/rc8eIQyiPmQ/DSC00698_thumb%5B21%5D.jpg?imgmax=800" width="400" height="204"></a> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-88320987744413839622015-02-22T20:35:00.000-03:002015-02-23T22:53:17.605-03:00A retorta<p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7pKLa1hMCfiPrbc11mq8s8zcw-8h4Fc1mwjJGiSqsydh13s2F_DCRlkB-CDFtRDt5jRx3_LerV93ywDfJj4IhGqhnXZr52iLXdObAdv1eyFxMALcHOUzCQ4SeUbYdBYRsSLlSIGgB_QtI/s1600-h/uKn4HS720424-02.jpg"><font size="3"><img title="Foto: Artur Claro " style="float: none; margin: 12px auto 0px; display: block" border="0" alt="Capela da vila velha por cima da retorta" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7pKLa1hMCfiPrbc11mq8s8zcw-8h4Fc1mwjJGiSqsydh13s2F_DCRlkB-CDFtRDt5jRx3_LerV93ywDfJj4IhGqhnXZr52iLXdObAdv1eyFxMALcHOUzCQ4SeUbYdBYRsSLlSIGgB_QtI/s400/uKn4HS720424-02.jpg"></font></a><font size="3"> </font><span style="font-family: georgia"></p> <h2>No São Bernardino, </h2> <p>o verão começa a aparecer junto com as cerejas. Quando pintam é o sinal de que a primavera está para sair é o verão a dar sinais. Os trigais ficam pálidos e o verde vivo, vai dando lugar ao dourado, nos tons das espigas a amadurecer e da erva a secar nos montes. Os campos enchem-se, com os sons das cotovias, e dos “chincha-la-raiz” enamorados, ocupados em se acasalar, ou em fazer os ninho. O cuco chegou cheio de vontade, este ano, e anda pelos ares, atendo á vida alheia, para ver se arruma casa e lugar para por os ovos e deixar os filhos para criar com as mães enganadas. </p> <h2>Por todo o lado,</h2> <p align="justify">uma sinfonia de sons e de aromas , cigarras, cucos, gaios, rolas, melros, pardais, bandos de pintassilgos. Voam e cantam felizes por cima de quem passa e deixam os campos repletos de uma trilha sonora encantadora e perfeita: uma "sinfonia de pássaros". As perdizes e os perdigotos espalham-se pelos caminhos, e confundem quem passa como se fossem pedras a correr em fila.</p> <h2 align="justify">As aulas na escola,</h2> <p align="justify"> depois da festa, começam a ficar pesadas e as horas intermináveis. Mas apesar disso e para compensar, os dias já são mais longos, e sobra mais tempo para os jogos na praça. Ao fim do dia ouve-se os gritos dos rapazes a correr á volta das casas a brincar ao tiro-liro ou a voltar de jogar á bola nos lameiros do chafariz, ou das eiras. <h2> </h2> <h2>Naquela época</h2> <p align="justify"> eu guardava vacas. Sim vacas. Eram três, a Mimosa, a Castanheira e a Picolina. Outro dia falo da origem dos nomes, isto porque é muito interessante saber desta origem, tem seus motivos, e podem crer vale bem a pena escrever uma crónica para lhes contar. </p></span> <a name='more'></a><span style="font-family: georgia"> <h2>Guardar vacas... </h2> <p align="justify">Esta era minha parcela de responsabilidade nas lidas familiares de sustento e de trabalho. “Trabalho de menino é pouco mas quem o perde é louco”. Realmente o que eu fazia era pouco, era mesmo, alem de que, eu ia contrariado e com má vontade atrás das vacas, sempre resmungando uma ladainha de palavrões e de nomes que não posso contar aqui. Não que eu não gostasse do trabalho, sempre gostei de ser útil e produtivo, mas com oito anos eu acreditava que meu tempo seria mais bem empregue indo para a retorta e passando lá o dia com meus amigos a nadar de papo para o ar o verão inteiro. Digam-me lá, bem no fundo e com sinceridade, quando tinham oito anos, por acaso pensavam diferente? Duvido, eu e as vacas eramos inimigos elas destruiam lazer e minhas férias e passar os dias atrás delas nao era lá muito interessante. <h2 align="justify"> </h2> <h2 align="justify">Verão</h2> <p align="justify">Sim é nesta época é que a retorta toma o lugar principal nas vidas dos rapazes da aldeia. Não que ela ficasse esquecida durante o resto do ano. Mas, com o verão e o calor a chegar todos da aldeia pensam ir para lá e não se fala de outra coisa. Será que este ano está funda? Dúvida cruel. Aquela trovoada de final de maio, afundou-a mais ainda... Já medimos a fundura e este ano cobre os mais velhos... <h2> </h2> <h2>Todos os anos</h2> <p align="justify"> as previsões eram as mesmas, fazíamos planos e promessas para aproveitar o verão da melhor maneira possível. Era lá que aprendíamos a nadar entre outras coisas. Algumas vezes tinha quem nos ensinasse outras eramos arremessados, pelos mais velhos, para o meio do poço. Sim os "grandes" ficaram irritados porque turbávamos a água de lodo com nossos nados de aprendizes na borda do poço e soltavamos o barro do fundo turvando a água. Com raiva e para nos fazerem desistir, pegavam-nos de dupla e jogavam-nos no meio do fecho para intimidar. Quase sempre era uma convivência pacifica, agora eu penso, mas será que era mesmo? <p align="justify">Foi um lugar fantástico, que ficou recheado de lembranças e aventuras na memória dos que tivemos a sorte de lá ter passado e vivido bons momentos. Para conhecer este lugar é preciso viajar no tempo e voltar uns 30 anos. Voltar aquelas tardes de verão, ás primeiras braçadas, aos mergulhos do fecho, ás histórias que lá contavamos e as aventuras e descobertas que lá vivemos. <p align="justify">Este lugar, ainda existe, mas por artes do destino, e das mudanças que o clima do planeta tem atravessado, não tem mais o encanto, nem a magia que tinha nesses tempos da minha infância e da dos meus contemporâneos. Tudo mudou. <p align="justify">Daqueles tempos restou apenas a ribeira. Continua sozinha correndo por lá. Vai no mesmo leito, não mudou de lugar, porem foi totalmente esquecida pelos garotos e rapazes da aldeia. Ao me lembrar dela penso que deve ficar a chorar pelos tempos que passaram, como uma senhora de idade, sentada ao sol, a fazer a renda, e a reclamar dos filhos e dos netos ausentes, que não aparecem mais, nem para passar as férias do verão. Nisto a aldeia se espelha e se retrata também. Só ficaram as avós. Os netos e filhos partiram sem volta. <h2 align="justify"> </h2> <h2 align="justify">Deste tempo apenas as lembranças.</h2> <p align="justify"> Éramos ás dezenas, um pior que o outro. Andávamos em bando e incomodávamos, a serenidade das tardes de verão. Imitávamos os pardais a correr pelas ruas no fim do dia, chilreando felizes como se fossemos todos um só, a voar de meda em meda, nas eiras, de papo cheio, a preparar o corpo para o frio e a fome do inverno. Pintávamos e bordávamos o sete o maior número de vezes possível. <p align="justify">Fiquei surpreso ao falar com meus sobrinhos. Eles são uns quinze anos mais novos do que eu e ainda vivem na aldeia, mas não viveram essa paixão que fazia nossos verões ficarem maravilhosos. Não a conheceram nem tiveram por ela a mesma paixão que me alimentou dos 06 aos 20 anos. Mas eles são de outra geração, outras eras. <p align="justify">Mas ao lembrar desse lugar e de tudo o que lá vivemos, comecei a falar para dentro de mim mesmo para outro tempo. Pus-me a falar com o Luis Pardal de oito anos. Contei o que iria acontecer, precisavam ver a cara que ele fez ao contar de como as coisas estão hoje. Encarrancou o rosto e arremedou com cara de incrédulo, falou que isso era impossível de acontecer, pôs a língua de fora e disse que eu era um grande aldrabão, e que estava prá li a contar lorotas, um borra botas. Antes fosse Luis Pardal, antes fosse. Mas é a mais pura e certa das verdades, infelizmente. <p align="justify">Apesar disso a retorta continua com seus encantos e é um lugar que vale a pena visitar no fim da tarde descendo o caminho da vila velha, então chegando perto da capela, setar-se no muro e ficar ali a olhar o poço e reviver os tempos. <p align="justify"> <h2>Afinal ela é a retorta.</h2></span><span style="font-family: georgia"> <p><font size="3" face="Times New Roman"></font></p></span><font size="3"></font> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-46888471227379011232015-02-22T02:46:00.000-03:002015-02-23T20:25:39.550-03:00O ferrador<p><a href="http://lh5.ggpht.com/-znXHVw847ME/VOq-pkG85kI/AAAAAAAAibc/838IdxBgQdg/s1600-h/porta-de-madeira-velha-com-ferradura-thumb18407567%25255B6%25255D.jpg"><img title="porta-de-madeira-velha-com-ferradura-thumb18407567" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; background-image: none; border-bottom-width: 0px; float: left; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin: 9px 14px 0px 0px; display: inline; padding-right: 0px; border-top-width: 0px" border="0" alt="umas no cravo e outras na ferradura. Considerada por muitas pessoas um amuleto ligado à sorte e felicidade, acredita-se que a ferradura protege contra mau-olhado e desgraças. Ela está ligada a uma crença que vem desde a Grécia Antiga: os gregos tinham o ferro como um elemento que afastava o mal e acreditavam que a Lua Crescente afugentava a infertilidade e a má sorte." src="http://lh6.ggpht.com/-ALWk-X-_gF0/VOq-qdXmYFI/AAAAAAAAibk/PHQkavLdOfM/porta-de-madeira-velha-com-ferradura-thumb18407567_thumb%25255B9%25255D.jpg?imgmax=800" width="149" align="left" height="180"></a></p> <p align="justify">Ti Zé ferrador era um homem de hábitos certos e seguros. A cada domingo depois da lua nova chegava na aldeia cedo, antes de aurora, a cavalo em um macho amarelo, tão velho e desbotado pelo sol, que seu aspecto descolorido e pálido contrastava com os arreios, a albarda e as alforjas vistosas, sempre limpos e impecáveis como o dono que vestia uma jaqueta riscada e camisa branca. Uma figura de respeito este Ti Zé. </p> <a name='more'></a> <p align="justify">Por ser domingo enquanto uns iam na missa, outros com maior devoção, compunham afazeres mais necessários do que salvar a alma. Pelo menos no que se refere ao pão que sustenta o corpo, ferrar os machos e as mulas, burras e vacas, era tarefa de primeira necessidade e falava mais alto que a devoção. </p> <p align="justify">Atividade dominical que a cada mês enraivecia o pároco. Os poucos homens que frequentavam a missa, faltavam nesses dias e o abade tinha que dividir os fieis com a função do ferrador. Dizem as más línguas que já ameaçara o Ti Zé com a excomunhão. Não fosse este ateu, e estaria com a porta das chaves de São Pedro cerrada para sempre. Mês a mês e lá estava ele a trabalhar sem medo de ir para o inferno. Com umas no cravo outras na ferradura calçava as bestas com as melhores ferraduras do concelho num dia de trabalho de sol a sol.</p> <p align="justify">Montou a tenda e o tronco de improviso. Jogados em aparente desordem, estavam espalhados pelo chão martelos, marras e cravos, e mais para canto uma fogueira ladeada por um murilho das pedras da parede de alvenaria da cortinha. Bigorna ao lado com uma bacia de agua para temperar o aço. Pares de ferraduras em tamanhos variados reluziam no chão organizados do maior para o menor.</p> <p align="justify">As bestas ficavam inquietas pelo barulho do matraquear do martelo a bater nos cascos e nas ferraduras. Uma apos outra as ferraduras eram forjadas na fogueira e acertadas ao tamanho do casco de cada animal. </p> <div align="justify">Trabalho lento de artesão com jeito e sabedoria para lidar com os animais e com os donos que as vezes eram mais reles que as bestas. A todos transmitia calma e serenidade. Sempre com uma palavra de animo e incentivo orientava sobre a saúde dos animais as mudanças de estação e as novidades do concelho. </div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">Trazia recados de uns, levava noticias pra outros, arrematava negócios ao afiançar a idade e a índole dos animais, enfim juiz de acordos e alianças.</div> <div align="justify"> </div> <div align="justify">E por muitos anos assim foi. </div> <div align="justify"> </div> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-67517266991097431162015-02-13T22:37:00.000-02:002015-02-14T22:05:37.325-02:00Jarra de vinho<p><a href="http://lh3.ggpht.com/-hIz38hE4H6U/VN3Er5rejTI/AAAAAAAAiQw/IkC2YLlb02k/s1600-h/jarra%25255B7%25255D.jpg"><img title="jarra" style="float: left; margin: 3px 7px 0px 0px; display: inline" alt="Castelo Branco, Mogadouro: jarra de vinho" src="http://lh3.ggpht.com/-nT5ka92aRhw/VN3EsjcnSSI/AAAAAAAAiQ4/Hz72J3ntMAk/jarra_thumb%25255B4%25255D.jpg?imgmax=800" width="155" align="left" height="155"></a></p> <p>Não tenho a medida certa nem o valor da sede. Com quantas jarras se seca o pipo… <p>Era noite de entrudo, e os cepos ao lume a apagar na cinza, encostados ao murilho de cantaria, com remelas das brasas cansadas, reluziam sem força, amedrontados por estarem a chegar ao fim. <p>Na tremula e pálida luz da candeia, o Alcides, arregalava os olhos na escuridão, como que para ver melhor os pensamentos. <p>De tempos em tempos, em cadencia incerta, levava na boca o caneco de barro, e engolia em seco o vinho com apressada sofreguidão a tentar afogar as magoas. <p>Casaram a Maria, com o Joaquim da fonte! Arre conho… </p> <a name='more'></a> <p>Foram meses de acordos entre os solteiros, rodadas de vinho na taberna para os rapazes, e alguns favores de trabalhos na segada, na acarreja e na colheita. Mas, tudo perdido, tudo passou em branco, e o botifarras do Joaquim Freixo, conseguiu de ultima hora fazer com que o casassem com ela. <p>Mas isso não ia ficar assim… <p>No intimo já imaginara o pai a abrir a porta de casa com ela abraçad a mae á porta da sala, com a mesa posta com as rosquilhas,. Rodadas de licor de ginja e jeropiga e quando ja estivessem atisfeitos e feitas as bodas sairiam com ela para o baile para dançar a noite inteira. Ia deixar os demais rapazes de inveja. <p>Era a moça mais bela da aldeia e dos arredores. Com um rosto airoso de feições trigueiras que se iluminavam com a candura dos dentes ladeados por duass covinhas uma de cada lado do rosto, ao brindar de sorrisos todos que por ela passavam. <p>Quantas vezes ficara ali na rua só pra vê-la ir ao sóto e depois a voltar pra casa. Os minutos e as horas passavam devagar na espera. Longa e ansiosa agonia de antecipado deleite mas inebriante momento de plena felicidade que a passagem proporcionava. Maria… <p>Entrudo traiçoeiro, entrudo dos enganos, ate o casar era mentira. Uma mentira doce que antecipava a imagem do que podia ser um dia, viver no mesmo teto dela. Entrudo… <p>Ao lembrar do que aconteceu, apertou o caneco na mão que estilhaçou em mil cacarecos barulhentos pelo chão da cozinha. <p>Lá estava ele. <p>Ali ao lado da porta. Pronto, feliz, orgulhoso para chegar na soleira… <p>Ó Sr Felisberto AU, a Sua Maria já se quer casar! Quem lhe havemos de dar pra contentar? Hade ser o… <p>E deu mais um passo para a porta e ja ia a puxar a aldrava quando incredulo escuta da voz do Arnaldo que fazia os casamentos pelo embude… Hade ser o Joaquim Freixo que é capaz de a governar… É bom rapaz é bom rapaz… <p>Tremeram-lhe as pernas…Em um primeiro impulso ficou paralisado, por quase um minuto, incrédulo e incapaz de acreditar no que acontecia… <p>Depois como uma mula picada pela mosca, pulou como um relâmpago e assentou um coice de direita no focinho do Arnaldo. <p>O punho curtido na pá e nos ganchos entortou o embude e a metade da cara do cafajeste. Traíram-no por um maço de “definitivos”… <p>Agora entendia o golpe, a lembrar do Joaquim, minutos antes de pararem a porta da rapariga, a por no bolso da camisa, do casamenteiro, um maço de cigarros . <p>Tratantes! Judas Escariotes, vendidos, arrenego do careto… mafarrico… <p>Baixou quantas vezes pode os punhos fechados nas fuças dos dois. Assentou mais uns tabefes e jogou o embude pro meio da curtinha. A briga comeu solta com a revolta dos outros rapazes solteiros que de pronto acudiram a injustiça de tamanha traição. Acabaram os casamentos <p>Apartado depois de muito custo, levaram-no pra casa. E ali estava agora só com a alça do caneco na mão. E pensar que teria toda a coresma sem poder dançar com ela nos bailes dos domingos. Exatos quarenta dias. Que sofrimento. <p>Mas um rasgo de alegria e iluminou as faces do rapaz. Pois que assim seja, se tiver que esperar até a Pascoa, esta decidido! Vou pedi-la em casamento despois da missa, na porta da Igreja para o pai dela. Deste ano não me escapa. <p>E desatou a rir como um tolo, feliz de tanta alegria. <p>Na Pascoa! Que assim seja! <p>E aleluia… e aleluia, <p>Este ano o folar terá outro gosto.</p> <p>Albano Solheira – Memórias de minha aldeia.</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-74006223784651358302015-02-12T23:03:00.000-02:002015-02-13T23:08:41.656-02:00Vila Velha<div class="separator" style="text-align: center; clear: both"> </div> <div class="separator" style="text-align: center; clear: both"><a style="margin-left: 1em; margin-right: 1em" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2_0A606MFRDG5OGZYdnwo1HMWTOtVqvgeLonjljtDaGSkkIb8BDjsT2a-MOU4toWtUk9-T7ar7Hwvlf99cNdA41AXr7DDqzD4ixdW0AL6TZ-PttSP4rNRv7GMOMfF67gY4p-ekmUDiUG9/s640/blogger-image--1795166487.jpg" imageanchor="1"><img style="float: none; margin-left: auto; display: block; margin-right: auto" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2_0A606MFRDG5OGZYdnwo1HMWTOtVqvgeLonjljtDaGSkkIb8BDjsT2a-MOU4toWtUk9-T7ar7Hwvlf99cNdA41AXr7DDqzD4ixdW0AL6TZ-PttSP4rNRv7GMOMfF67gY4p-ekmUDiUG9/s640/blogger-image--1795166487.jpg"></a></div> <p align="justify">Ha muito tempo por ordem Del Rei, Dom Dinis, três frades da ordem Beneditina, chegaram a estes lados para pastorear o rebanho, das almas dos cristãos, que ocupavam as terras reconquistada dos sarracenos. </p> <a name='more'></a> <p align="justify">Os cavaleiros templários da ordem de Cristo, lutaram durante anos para livrar estes vales dos invasores. Rios de sangue e batalhas sem fim fizeram ecoar nas encostas os gritos dos guerreiros e do aço das espadas. Mas enfim a paz reinou e as lutas mudaram para outras localidades ao sul do rio Douro. Enfim a população retomou as atividades de pastoreio e agricultura e fez-se necessário instruir os habitantes técnicas de cultivo que garantissem o sustento e a fixação para repovoar e garantir a continuidade do reino.<br><br>Os Beneditinos foram escolhidos pelo monarca pela característica mais pratica, eram frades que oravam e trabalhavam. No entorno de seus conventos as populações, cresciam e prosperavam graças aos ensinamentos dos frades, nas técnicas de cultivo e manuseio das terras, sementes, e criação de gado. <br><br>Um frade e dois noviços do convento foram enviados pelo abade do Priorado de Nossa Senhora da Assunção de Lamego para iniciar a paroquia de Santa Maria.<br><br>A primeira atividade foi erguer a capela que depois de pronta agregaria os fieis e aproximaria as almas de seus guias espirituais facilitando o trabalho de evangelização e aprendizado das lidas dos campos e rebanhos.<br><br>Vieram frades e gentes de varias paroquias e da sede do convento. Um grande mutirão que reuniu, aldeões, artesãos e religiosos de todo o concelho. Em duas semanas levantaram as paredes da nave principal e da sacristia. Depois em mais uma semana cortaram as toras e madeiras do telhado que cobriram com colmo de giestas.<br><br>Os alicerces da ermida foram construídos sobre as ruínas de uma antiga mesquita e mantiveram o mesmo traçado da construção anterior que por sua vez também fora construída no mesmo lugar onde os antigos celtas do castro que ali existia, tinham seu local de cultos e sacrifícios. <br><br>E assim começaram os trabalhos... </p> <p>Albano Solheira – Momórias de minha aldeia</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-9804630139660581162014-12-31T21:21:00.001-02:002014-12-31T21:21:48.439-02:00E viva o novo!<p dir="ltr">Já pra lá vão alguns anos que por aqui não venho...</p>
<p dir="ltr">Andei ocupado e com afazeres que me tomavam o tempo que tinha disponível. Nasceu minha piquena e foi necessário olhar pra cá em vez de lá. Senti que também era hora, de parar um pouco,  para descansar e, repensar o propósito deste blog. </p>
<p dir="ltr">Volto com a convicção de que esta lavoura é singular e pessoal. Por estas linhas farei meus sulcos na terra das minhas lembranças para avivar meu respeito e saudases por minha terra e suas gentes.</p>
<p dir="ltr">Forte abraço.</p>
<p dir="ltr">Feliz 2015!<br>
</p>
JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-12925202031854824932014-12-01T17:12:00.000-02:002015-05-17T16:12:38.407-03:00Dia de fazer o folar<div><font size="3"></font></div> <div align="justify"><a href="http://lh4.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S7XrXB8-uUI/AAAAAAAALN4/VKcOCoJhP6s/s1600-h/IMG_7524%5B11%5D.jpg"><font size="3"><img title="Folar feito no forno da Amélia há alguns anos" style="margin: 0px 10px 0px 0px; display: inline" alt="Folar feito no forno da Amélia há alguns anos" src="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S7XrX_qcPVI/AAAAAAAALN8/E72M9AbfBRg/IMG_7524_thumb%5B12%5D.jpg?imgmax=800" width="246" align="left" height="165"></font></a><font size="3"> Ó Tia Maria, se ainda não o fez já é hora. Falta pouco para a páscoa e a esta altura, a fila nos fornos da aldeia já deve estar grande! Tem outras mais ligeiras que chegaram primeiro. Afinal quem de trás anda diante se queixa. - É ou não é tia Maria? Mas sempre tem lugar e cabe mais um .</font></div> <div align="justify"><font size="3">Pegue logo as giestas e escovas secas para esquentar o forno, podem ser galhos de oliveira que também sevem bem pra isso, se a senhora limpou as suas deve ter alguma lenha. </font></div> <div align="justify"><a href="http://lh3.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S7XrY8h-OSI/AAAAAAAALOA/UnBZN7fM-Fo/s1600-h/IMG_7530%5B14%5D.jpg"><font size="3"><img title="O fogo da lenha para preparar o folar, no forno da Amélia" style="margin: 0px 15px 0px 0px" alt="O fogo da lenha para preparar o folar, no forno da Amélia" src="http://lh5.ggpht.com/_w6SKLciGBH8/S7XrZ-SE4RI/AAAAAAAALOE/V-1Y7NQmRko/IMG_7530_thumb%5B16%5D.jpg?imgmax=800" width="153" align="left" height="123"></font></a><font size="3">Bote também na lista, tudo o que tem que levar para o forno: mantas, lençóis de linho para levedar a massa, farinha de trigo, ovos, azeite, salpicões, lingüiças, presunto. Diga-me se esqueci de alguma coisa? Hoje é dia de por as mãos na massa e fazer o folar. Páscoa sem ele em Castelo Branco não tem vez. </font></div> <div align="justify"><font size="3">Se não tiver mais lugar, não fique parada, vá lá falar com a Amélia ou a Guilhermina que as duas têm forno e vão gostar de poder dar uma força. E se já esqueceu a receita, peça que elas sabem como se faz um ótimo folar. A receita delas é das boas. </font></div> <div align="justify"><font size="3">O folar pelas nossas terras é o pão da Pascoa, um alimento ancestral, que combina com maestria o ritual cristão com a alquímica da água , azeite, sal, ovos e farinha de trigo. Representa a saída da quaresma, do jejum e abstinência que o rito católico prescreve. </font></div> <div align="justify"><font size="3">A tradição do folar tem como base um ritual de partilha, solidariedade e confraternização, bem enraizado na gastronomia popular que se perde no tempo e profundamente carregado de significado simbólico e religioso. Existe neste ato uma ligação muito forte entre o folar e o pão que Jesus repartiu com os discípulos na última ceia e a celebraçlão do renascimento e Ressurreição do dia de Páscoa. Na segunda feira de Pascoa o Padre visita as casas para tirar o folar. A benção das casas, o pagamento do dizimo, podem ser considerados um verdadeiro elo de união entre o Terreno e o Divino pela carga simbólica que representam. </font></div> <div align="justify"><font size="3">É também a oferenda aos afilhados pelos padrinhos. Não vão esquecer dos seus.</font></div> <div align="justify"><font size="3">Na nossa terra o dia da Páscoa e da visita pascal são dias de muita alegria e festa que não se esquecem jamais.</font></div> <div align="justify"><font size="3">Falando em não esquecer. Avisem a malta nova que é tradição tocar o sino de meia noite de sábado aleluia. Vai que já se esqueceram... O padre não liga!</font></div> <div align="justify"><font size="3">Quero deixar um forte abraço á minha madrinha Dometilia e meu padrinho Luiz. Uma feliz Pascoa para todos!!!</font></div> <p><font size="3"></font></p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-34791004787401186922014-11-01T23:13:00.000-02:002015-02-13T23:13:41.984-02:00Luz do dia<span style="-webkit-text-size-adjust: auto"> <p><br>Luz do dia a nascer. A geada ainda branca nas cortinhas, brilha com os raios de sol ralampejando no ar fagulhas de aurora.</p> <p>Perfume de insenso no ar das giestas acesas no lume das lareiras .</p> <p>Nasce o dia..</span></p> <div> <div class="separator" style="clear: both"><a style="margin-left: 1em; margin-right: 1em" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg00my9RVzl4HfNpYK12zZNutLtwVPBuRD-r6kkzikxlJCnrAZ_t73r0hmuZU_ryHMvuOMgO7KCKSbemh4T3izWV0gmy6Cy3ODAd6wHmgoXDfzbAQ9o2AP58LyzzgTRTaKw6O3TfXi6R8Ea/s640/blogger-image-342118737.jpg" imageanchor="1"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg00my9RVzl4HfNpYK12zZNutLtwVPBuRD-r6kkzikxlJCnrAZ_t73r0hmuZU_ryHMvuOMgO7KCKSbemh4T3izWV0gmy6Cy3ODAd6wHmgoXDfzbAQ9o2AP58LyzzgTRTaKw6O3TfXi6R8Ea/s640/blogger-image-342118737.jpg"></a></div> <div> </div></div> <a name='more'></a> <div> <div>Nasce o dia inteiro na minha alma. </div> <div>Como nasce da terra a semente.</div> <div> </div> <div>Ao longe as lembranças sao fumo </div> <div>Aqui sao realidade nos chupões.</div> <div> </div> <div> </div> <div> <br></div> <div><br></div> <div><br></div> <div><br></div></div> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-87772166449294750732014-11-01T22:57:00.000-02:002015-02-13T23:01:34.720-02:00Ditados antigos mas sempre atuais.<p>Participação especial: Ricardo Pereira</p> <p><img style="border-top: 0px; border-right: 0px; background-image: none; border-bottom: 0px; float: left; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 9px 0px 0px; border-left: 0px; display: inline; padding-right: 0px; alt: "Resultado" border="0" src="https://encrypted-tbn1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ1Gc17IXbN1ZosMfvXuV6ADcWd1EGzyuIjVDMgNyx_tw0NQyhU" width="164" align="left" height="138" lusitanos? arreios para imagem de>'Quando a besta é reles quem lhe vale são os arreios`<br>'Raposa vestida de chita raposa é, raposa fica´<br>DITADOS SOBRE VINHO E VINHA:<br>'À mulher e à vinha o homem dá alegria.'<br>'Antes de casar, arranja casa para mo¬rar, terras para lavrar e vinhas para podar.'<br>'Ao pé da silveira padece a videira.'<br>'A quem tem mulher formosa, castelo na fronteira e vinha na carreira, nunca lhe fal¬ta canseira.'<br>'A seu tempo vêm as uvas e as maçãs maduras.'<br>'Com o tempo maduram as uvas.'<br>'De boa cepa a vinha e de boa mãe a fïlha.'<br>'Muita parra, pouca uva.'<br>'Mais guarda a vinha o medo que o vinhateiro.'<br>'Dia de S. Tiago [25 de Julho] vai à vinha e acharás bago.'<br>'Em Fevereiro chuva, em Agosto uva.'<br>'Em dia de S. Lourenço [10 de Agosto] vai à vinha e enche o lenço.'<br>'Nem mulher casada, nem vinha vindimada.'<br>'Uvas, pão e queijo sabem a beijo!'<br>'Quando a raposa se zanga com a vinha, muitas uvas se poupam.'<br>'Poda tardio, semeia temporão, terás vinho e pão.'<br>'Podar em Março, é ser madraço! '<br>'Oliveira do meu avô, figueira a de meu pai, vinha a que eu puser.'<br>'No S. Tiago [25 de Julho] pinta o bago.'<br>'No S. Mateus [21 de Setembro] vindimam os sisudos e semeiam os sandeus.'<br>'Nem por casa nem por vinha cases com mulher mesquinha (parida)'<br>'Com pão e vinho anda-se caminho.'<br>'Agosto madura, Setembro vindima.'<br>'Ainda que entres na vinha e voltes o gibão, se não trabalhares, não te darão pão.'<br>'Chuva no S. João talha o vinho e não dá pão.'<br>'Chuva de S. João tira o vinho e o azeite e não dá pão.'<br>'Carne que baste, vinho que farte e pão que sobre.'<br>'Cada cuba cheira ao vinho que tem.'<br>'Bom vinho, má cabeça!'<br>'Bebe vinho, mas não bebas o siso!'<br>'Azeite, vinho e amigo, o mais antigo.'<br>'Ao que vai à adega, por vez se lhe conta, beba ou não beba!'<br>'Ao menino e ao borracho, põe-lhes Deus a mão por baixo!'<br>'Ao bom comer ou ao mau comer, três ve¬zes beber!'<br>'Amor de rameira e vinho de frasco, pela manhã é bom, e à noite gasto.'<br>'A mulher, o estudo, a experiência e o vinho mudam a natureza do homem.'<br>'A mulher e o vinho tiram o homem de seu juízo!'<br>'Afoga-se mais gente em vinho do que em água.'<br>'Mais vale pão e água com amor que vi¬nho bom e galinha com dor.'<br>'Maio frio, Junho quente, bom pão, vinho valente.'<br>'Homem atrevido, odre de bom vinho e vaso de vidro duram pouco.'<br>'Em Agosto sardinha e mosto.'<br>'Foge [livra-te] do mau vizinho e do excesso de vinho.'<br>'Do vinho e da mulher, livre-se o homem se puder.'<br>'Conselho de vinho é falso caminho.'<br>'De bom vinho bom vinagre.'<br>'Dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.'<br>'Pão que veja, vinho que salte, queijo que chore.'<br>'Pão, carne e vinho andam caminho que não moço garrido.'<br>'Ovo de uma hora, pão de um dia, vinho de um ano, mulher de vinte, amigo de trinta e deitarás boa conta.'<br>'O tonel nunca perde o cheiro a vinho. Ouro velho, vinho velho, amigo velho; casa nova, navio novo, vestido novo.'<br>'O pródigo e o bebedor de vinho nunca têm casa nem moinho.'<br>'Mel novo, vinho velho.'<br>'O tonel não pode dar senão do vinho que tem.'<br>'0 pão pela cor, o vinho pelo sabor.'<br>'Onde todos pagam não é o vinho caro.'<br>'Onde entre o beber sai o saber.'<br>'Neste mundo mesquinho quando há para pão não há para vinho.'<br>'No dia de S. Martinho mata o porco e prova o teu vinho.'<br>'No S. Martinho fura o teu pipinho.'<br>'Pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que salte aos olhos.'<br>'Ninguém se embebeda com o vinho da sua adega.'<br>'Numa porta se põe o ramo e noutra se vende o vinho.'<br>'Nada escapa aos homens senão o vinho que as mulheres bebem.'<br>'Por cima de pêras vinho bebas e tanto que nadem as pêras.'<br>'Valentes e vinho bom duram pouco.'<br>' Vinho de Março nem vai ao cabaço.'<br>'Sobre figos água; sobre pêras vinho.'<br>'Se queres o velho menino, em cima de doce dá-lhe vinho.'<br>'Se queres ser bem disposto, bebe vinho, nanja mosto.'<br>'Se bêbado te vires sentir, foge à companhia e vai dormir.'<br>'Sábados a chover e bêbados a beber, nunca ninguém os pode vencer.'<br>'Quem vive na taberna, morre no hospital.'<br>'Quem tem bom vinho tem bom amigo.'<br>'Quem se lava com vinho torna-se menino.'<br>'Porco fresco e vinho novo, cristão morto.'<br>'Quem compra pão na praça e vinho na taberna, filhos alheios governa.'<br>'Quando o vinho desce, as palavras sobem.'<br>'Por S. Simão e S. Judas [28 de Outubro] colhidas são as uvas.'<br>'Por S. Lucas [12 de Outubro] mata teus porcos e tapa tuas cubas.'<br>'Por cima de melão, vinho de tostão.'<br>'Por S. Lucas sabem as uvas.'<br>'Vinho do meio, mel do fundo, azeite de riba.'<br>'Vinho turvo, madeira verde e pão quente são três inimigos da gente.'<br>'Vinho sobre melancia faz pneumonia. '<br>'Vinho que nasce em Maio é para o Gaio; o que nasce em Abril vai ao funil; o que nasce em Março fica no regaço.'<br>'Vinho, mulheres e tabaco põem o homem fraco.'<br>'Vinho e medo descobrem segredo. ' </p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-74904070875338004022014-07-09T05:48:00.001-03:002014-07-09T05:48:02.530-03:00Olhares<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFB3zIDR5Y9n6KYOVxSeoFpj8J8HoVcRwVdhUH9eZHYvf3wDNTUlApMn8cFWCUM9lDlr0UcNUWR1K8C5OvaB0OPo9jVHG3UhBlOdHlYY1xHKfZbjTIYcZi4N28yFfGvm6JmcMWcfXFNcKb/s1600/castelo+solheira+o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFB3zIDR5Y9n6KYOVxSeoFpj8J8HoVcRwVdhUH9eZHYvf3wDNTUlApMn8cFWCUM9lDlr0UcNUWR1K8C5OvaB0OPo9jVHG3UhBlOdHlYY1xHKfZbjTIYcZi4N28yFfGvm6JmcMWcfXFNcKb/s320/castelo+solheira+o.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzu9UMuyPFgCfGsCVUbGrjuTtZKRHtxF4vXwXu5sZO9N3GksEYgg2AJnXSP50N0wGOdUp-139vheSXk6MlglOZw_ernW4sdF35I772HktZrhb-EYvUe-cOH75bMcQFRFs7stvwmImrRCGp/s1600/vista+aerea+Belarmino.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgzu9UMuyPFgCfGsCVUbGrjuTtZKRHtxF4vXwXu5sZO9N3GksEYgg2AJnXSP50N0wGOdUp-139vheSXk6MlglOZw_ernW4sdF35I772HktZrhb-EYvUe-cOH75bMcQFRFs7stvwmImrRCGp/s320/vista+aerea+Belarmino.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXtQvMlTT706Fz7t6Hd9NMsKWsdKFjWmiiLcHKbSGuqhr-tHFg6ueiWDvJQIgLDxGUzlMl6MZchWc1Zt8bEcbXSVh6_2aSXBync-Qh9DIENgg7JSxJlAAEgFe5ihXUO5k8aAkhBPGPnoTy/s1600/vista+aerea+belarmino+2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXtQvMlTT706Fz7t6Hd9NMsKWsdKFjWmiiLcHKbSGuqhr-tHFg6ueiWDvJQIgLDxGUzlMl6MZchWc1Zt8bEcbXSVh6_2aSXBync-Qh9DIENgg7JSxJlAAEgFe5ihXUO5k8aAkhBPGPnoTy/s320/vista+aerea+belarmino+2.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8dYSi5rmEZOfiYNTBLAyZLQZaS7HiaGaF6jhnOvZx2b14Me9PMaYDWXoCCTS115TYmNte98NsNEM45HSoAncWbESGFLdZDGVd1zOF6WOh1wz2bLeQk1H364fLEeYrK30MlmLyZ0xqmuDJ/s1600/folderima13_VERDE_JPEG.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8dYSi5rmEZOfiYNTBLAyZLQZaS7HiaGaF6jhnOvZx2b14Me9PMaYDWXoCCTS115TYmNte98NsNEM45HSoAncWbESGFLdZDGVd1zOF6WOh1wz2bLeQk1H364fLEeYrK30MlmLyZ0xqmuDJ/s320/folderima13_VERDE_JPEG.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1G_BljEw4IUB0h0-OB_tujhsnSCovpq8y4E6ukVxAIrWMbM_5UvzPOqBcUYy_lez_Z6LWDeoBzzqJrX_HfL62unGDd9hrbaJ4dVoDjAQoQb8yreiJy1sL-Lb1RLjbhA79SGSBHX6qB_rJ/s1600/capela2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg1G_BljEw4IUB0h0-OB_tujhsnSCovpq8y4E6ukVxAIrWMbM_5UvzPOqBcUYy_lez_Z6LWDeoBzzqJrX_HfL62unGDd9hrbaJ4dVoDjAQoQb8yreiJy1sL-Lb1RLjbhA79SGSBHX6qB_rJ/s320/capela2.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYi8mhcjLT29dhmFhmTSGuMiDrKa5MPGR-IHSkRg3gFER2SVGPEM3EC3xRsYbLzS19CUL00IISOVzpYKeZU0Ufy94rfPNrBiOEZ7E3_Jr9PZvCQpHmm3Xh4JY8hqnsBG3bN8bJvqqK0hzC/s1600/vindima.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYi8mhcjLT29dhmFhmTSGuMiDrKa5MPGR-IHSkRg3gFER2SVGPEM3EC3xRsYbLzS19CUL00IISOVzpYKeZU0Ufy94rfPNrBiOEZ7E3_Jr9PZvCQpHmm3Xh4JY8hqnsBG3bN8bJvqqK0hzC/s320/vindima.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdigcuhhjpXD3DczfedK5xaeb4wMHZYcord6d6R0wZoJUlJ64IUgvAw9GC6mu60tQ4yLuft7ZSG4Pz96LjPn6sX93bQXKCicaanOb6HjYoJ823_J8rXXXgZAJwyKdoC_6goWwB1pekLSLW/s1600/fotos+do+douro+0351.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdigcuhhjpXD3DczfedK5xaeb4wMHZYcord6d6R0wZoJUlJ64IUgvAw9GC6mu60tQ4yLuft7ZSG4Pz96LjPn6sX93bQXKCicaanOb6HjYoJ823_J8rXXXgZAJwyKdoC_6goWwB1pekLSLW/s320/fotos+do+douro+0351.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd9DF6wHDv1FKie9WGJSpeO3Ei8VVy8fTAKiqtVWiZeSBdfrNxQkbQpp2dXYb0O3hmcLaqpC7IkziOwVdUNasn4cF_ANIo1GvLTxzb-mLvkvZxTwuVS3FrzhScff0GIRyfUZNTnqHj3ZhX/s1600/fotos+do+douro+001.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjd9DF6wHDv1FKie9WGJSpeO3Ei8VVy8fTAKiqtVWiZeSBdfrNxQkbQpp2dXYb0O3hmcLaqpC7IkziOwVdUNasn4cF_ANIo1GvLTxzb-mLvkvZxTwuVS3FrzhScff0GIRyfUZNTnqHj3ZhX/s320/fotos+do+douro+001.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhij516-eJABm7xMRRQOv10DuHQNVt6IwhOb2k2Djf0NwBgWYeo5k_N_B4XS0GqqP3TDxmmAy2kgh0dx71HzgzP6KOSdkdC8p8GE0tcXB9_TtOqHW2uj9YhrqtrqtLhBu0UpVPFWzTLEqlS/s1600/s+joao+2008+030.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhij516-eJABm7xMRRQOv10DuHQNVt6IwhOb2k2Djf0NwBgWYeo5k_N_B4XS0GqqP3TDxmmAy2kgh0dx71HzgzP6KOSdkdC8p8GE0tcXB9_TtOqHW2uj9YhrqtrqtLhBu0UpVPFWzTLEqlS/s320/s+joao+2008+030.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUraedNAJsr2onyuRb_RAXUlzSroLMAq99vFCG3krC8ZgpfmZIEDe3k2V7OOGNLAz9RR85Gcoomg3mqnPzHDlBA1ND9QoF0QKVQSMZ4KqT-ZBROeoYuQvTbiYspZUfyIUWMwBSuPLWiE-t/s1600/DSC01610.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgUraedNAJsr2onyuRb_RAXUlzSroLMAq99vFCG3krC8ZgpfmZIEDe3k2V7OOGNLAz9RR85Gcoomg3mqnPzHDlBA1ND9QoF0QKVQSMZ4KqT-ZBROeoYuQvTbiYspZUfyIUWMwBSuPLWiE-t/s320/DSC01610.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga8sCbx3VMlfzWYY4tbQKtjMzIpMxjbNY9OtgHLHoU71_3lJnw4Fnmo0-PRC41OW_I61dn8CzjDwdZHw5x6Y5wDq_FgKfm71XysAoZUYDqgPO4__ClOxtEnjn586e4RA7MyTHmYTZb5e2l/s1600/DSC01609.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEga8sCbx3VMlfzWYY4tbQKtjMzIpMxjbNY9OtgHLHoU71_3lJnw4Fnmo0-PRC41OW_I61dn8CzjDwdZHw5x6Y5wDq_FgKfm71XysAoZUYDqgPO4__ClOxtEnjn586e4RA7MyTHmYTZb5e2l/s320/DSC01609.JPG" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUtldk-j9nhPTZYSr5vx-M3k-EpqQPReV5-c9yQdgzEHX7OtEuxLGI2YR2EsrmFydjcCzDlrwCf3GnGoy3bPITCMnfHWuNczWoWhM2vnokYwVvcr2Teqc3gHdW6iwz6fuHpXm33rzW4Tt1/s1600/DSC01611.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUtldk-j9nhPTZYSr5vx-M3k-EpqQPReV5-c9yQdgzEHX7OtEuxLGI2YR2EsrmFydjcCzDlrwCf3GnGoy3bPITCMnfHWuNczWoWhM2vnokYwVvcr2Teqc3gHdW6iwz6fuHpXm33rzW4Tt1/s320/DSC01611.JPG" /></a></div>JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-7802961673726868702014-05-26T19:03:00.001-03:002014-05-26T19:03:52.886-03:00FARRAPOS DE MEMÓRIA: O solar com 365 portas e janelas,por Tiago Patríci...<a href="http://lelodemoncorvo.blogspot.com/2014/05/o-solar-com-365-portas-e-janelaspor.html?spref=bl">FARRAPOS DE MEMÓRIA: O solar com 365 portas e janelas,por Tiago Patríci...</a>: Nu m a a l de i a cha m ada C a s t e l o Br a nco v i veu um professor ded i cado, que escrev i a ensa i os r i gorosos sob...JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-26229937230713793302013-10-27T18:48:00.001-02:002013-10-27T18:48:46.289-02:00Quase verão mas ainda primavera<div style="margin: 0px auto 10px; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQphT5KOfQe0hn0v0uBajANmKOybGWmaOx6v-lmKo7jGQrHpQ6xRo8fYRUGQwCl2h4dKLpmQUumba3CaMLF9YEw44bmWdmEBGsY0-U7GtfA0eyJZK35WGEwuRK1xHUw7qM4_39O8bFsIfn/s1600/IMG_0439.JPG"><img alt="" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQphT5KOfQe0hn0v0uBajANmKOybGWmaOx6v-lmKo7jGQrHpQ6xRo8fYRUGQwCl2h4dKLpmQUumba3CaMLF9YEw44bmWdmEBGsY0-U7GtfA0eyJZK35WGEwuRK1xHUw7qM4_39O8bFsIfn/s400/IMG_0439.JPG" /></a> </div><div style='clear:both; text-align:CENTER'><a href='http://picasa.google.com/blogger/' target='ext'><img src='http://photos1.blogger.com/pbp.gif' alt='Posted by Picasa' style='border: 0px none ; padding: 0px; background: transparent none repeat scroll 0% 50%; -moz-background-clip: initial; -moz-background-origin: initial; -moz-background-inline-policy: initial;' align='middle' border='0' /></a></div>JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-73208005088713711392013-10-25T17:02:00.001-02:002013-10-25T17:02:20.816-02:00Lavrar a alma.<p> <p><a href="http://lh6.ggpht.com/-IQvo13W5K_M/UmrAM5_oSVI/AAAAAAAAQqM/kXu41z8YewU/s1600-h/1380574_523111744445175_733261199_n%25255B205%25255D.jpg" target="_blank"><img title="Lavrar a alma com relhas de aço" style="border-top: 0px; border-right: 0px; background-image: none; border-bottom: 0px; float: none; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin-left: auto; border-left: 0px; display: block; padding-right: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Lavrar a alma com relhas de aço" src="http://lh6.ggpht.com/-6g0wqAY4EOQ/UmrAOgVdu9I/AAAAAAAAQqU/gXGMx1hXc5Q/1380574_523111744445175_733261199_n_thumb%25255B203%25255D.jpg?imgmax=800" width="435" height="290"></a></p> <p align="justify">Vi um lavrador lavrar a alma com palavras fortes como o aço, lamentando a vida, as estações, a sorte. Vi que lhe rompiam o peito e rasgavam as fibras do coração, as ideias de vencer a sina de quebrar o fado, a realidade de comer o pão com o suor do rosto e a gana de matar a fome que lhe toma os dias.</p> <p align="justify">Pensamentos que iam e voltavam como sulcos de uma lavra continua do chão do ser onde teimava em semear os sonhos de dias melhores de terras férteis fartura e prosperidade.</p> <p align="justify">Ao rasgar a terra, rasgava a alma, virava a vida, eterna lavoura.</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-69065036861200184882013-10-17T08:31:00.001-03:002013-10-17T08:33:33.416-03:00Perguntas…<p> </p> <p><a href="http://lh5.ggpht.com/-lWblqZ4_G8c/Ul_LB8mCldI/AAAAAAAAQoY/gZ9mJ9LfJqA/s1600-h/1381713_519395274816822_756190930_n%25255B15%25255D.jpg" target="_blank"><img title="Capela da Sra. da Vila Velha em Castelo Branco Mogadouro" style="border-top: 0px; border-right: 0px; background-image: none; border-bottom: 0px; float: none; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin-left: auto; border-left: 0px; display: block; padding-right: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="Capela da Sra. da Vila Velha em Castelo Branco Mogadouro" src="http://lh4.ggpht.com/-vl2QNKKHCEE/Ul_KejLK6JI/AAAAAAAAQog/46Pe9-I_tv4/1381713_519395274816822_756190930_n_thumb%25255B1%25255D.jpg?imgmax=800" width="459" height="265"></a></p> <p align="justify">Ao fundo a capela da Vila Velha, na frente os choupos e freixos da ribeira, no meio os pensamentos e as visões de outros tempos doutras emoções. E o outono a moldar os sentimentos desta paisagem, tão querida tão distante.</p> <p align="justify">Melancolia de tantas saudades de tantos rostos, momentos vividos, pessoas.</p> <p align="justify">Tudo neste contexto, é vida. A minha a de meus pais, irmãos e de todos que ali nascemos, que neste cenário tomou forma e dele partiu para o mundo e para outras dimensões. </p> <p align="justify">Quem vem a vila velha leva no peito a presença de tudo isto. </p> <p align="justify">E por isso é bela. Por isto é impar e sem igual. Como a padroeira, que a todos recheia a vida com a fé. A intimidade deste lugar exige os olhos abertos para o divino, para o não material.</p> <p align="justify">Sempre me questionei porque a capela fica de costas para o caminho que sai da aldeia e termina nela? Para onde aponta a porta? Que sentido tem esta escolha da orientação oposta ao caminho? </p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-52292992553722812622013-10-16T11:33:00.001-03:002013-10-16T11:33:07.416-03:00Perguntas…<p> </p> <p><a href="http://lh6.ggpht.com/-TPiNXBgALvs/Ul6jdzEUIDI/AAAAAAAAQmY/peM2JdzRmlI/s1600-h/1381713_519395274816822_756190930_n%25255B3%25255D.jpg"><img title="1381713_519395274816822_756190930_n" style="border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; background-image: none; border-bottom-width: 0px; float: none; padding-top: 0px; padding-left: 0px; margin-left: auto; display: block; padding-right: 0px; border-top-width: 0px; margin-right: auto" border="0" alt="1381713_519395274816822_756190930_n" src="http://lh3.ggpht.com/-D03iaBtzS0Q/Ul6jnk-mS3I/AAAAAAAAQmg/uD9MSHl1ErE/1381713_519395274816822_756190930_n_thumb%25255B1%25255D.jpg?imgmax=800" width="463" height="266"></a></p> <p align="justify">Ao fundo a capela da Vila Velha, na frente os choupos e freixos da ribeira, no meio os pensamentos e as visões de outros tempos doutras emoções. E o outono a moldar os sentimentos desta paisagem, tão querida tão distante.</p> <p align="justify">Melancolia de tantas saudades de tantos rostos, momentos vividos, pessoas.</p> <p align="justify">Tudo neste contexto, é vida. A minha a de meus pais, irmãos e de todos que ali nascemos, que neste cenário tomou forma e dele partiu para o mundo e para outras dimensões. </p> <p align="justify">Quem vem a vila velha leva no peito a presença de tudo isto. </p> <p align="justify">E por isso é bela. Por isto é impar e sem igual. Como a padroeira, que a todos recheia a vida com a fé. A intimidade deste lugar exige os olhos abertos para o divino, para o não material.</p> <p align="justify">Sempre me questionei porque a capela fica de costas para o caminho que sai da aldeia e termina nela? Para onde aponta a porta? Que sentido tem esta escolha da orientação oposta ao caminho? Há sentido nesta posição?</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-63466297393851215782013-09-26T20:43:00.000-03:002013-09-27T05:12:09.073-03:00Lavrador de versos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://1.bp.blogspot.com/-0r1Cgc_6TZw/S2I-QNGcL-I/AAAAAAAAKk0/ow4i7MC8rhs/s1600/DSC02494.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="http://1.bp.blogspot.com/-0r1Cgc_6TZw/S2I-QNGcL-I/AAAAAAAAKk0/ow4i7MC8rhs/s320/DSC02494.JPG" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
Vivo como um lavrador de versos, <br />
A arar, o papel, com mil palavras. <br />
A cada dia vinco mais dispersos, <br />
Sulcos, das minhas idéias e lavras. <br />
<br />
Soltam-se da minha folha mensagens, <br />
Sonhos longos, eternos, profundos <br />
Palavras novas, vontades, miragens, <br />
Rodas vivas, visões de novos mundos. <br />
<br />
Com a profundidade de estar perdido <br />
Entre a vontade de conhecer saborear, <br />
Tudo o que tiver maior valor sentido <br />
O amor, viver, ou um simples pensar. <br />
<br />
Procuro, o renascer, o constante chegar <br />
Nesta lavoura, da vida, eterno advir. <br />
Busco uma forma de sempre germinar <br />
E com novo jeito ser, viver e sentir. <br />
<br />
Albano SolheiraJOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-33983629465455575752013-09-25T21:51:00.000-03:002013-09-25T21:55:55.225-03:00Minha aldeia<p> </p> <p><a style="margin-left: 1em; margin-right: 1em" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1dOy86Uz5oZODteZ81VtXmfVodOavp41FSdp0YNPCj3zEhKGw5mUDKN_-bRAR2TOxUTAe1YOlB1RKJy42hrnCf0q52IBYkB6uY_6mDCZTX5oQoUubztw5d0DsQaUX2qEYEy_DIkvUwAX/s640/blogger-image--117818261.jpg" imageanchor="1"><img style="float: none; margin-left: auto; display: block; margin-right: auto" border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEis1dOy86Uz5oZODteZ81VtXmfVodOavp41FSdp0YNPCj3zEhKGw5mUDKN_-bRAR2TOxUTAe1YOlB1RKJy42hrnCf0q52IBYkB6uY_6mDCZTX5oQoUubztw5d0DsQaUX2qEYEy_DIkvUwAX/s640/blogger-image--117818261.jpg" width="466" height="224"></a></p> <p>Tudo é tão lindo visto daqui<br>As ruas, casas, telhados, muros<br>Homens, mulheres, animais.<br>Aquarela viva, cenário, presépio.<br>Tudo tem seu lugar e proposito<br>E parece tão certo, eterno e presente.<br></p> <p>Só os que sabem disso,<br>Tem nos olhos o encanto de ver, que<br>A vista mais bela é a da minha aldeia, <br>Pois o mundo não é tão grande Nem maior que a minha aldeia,<br>Porque não cabe dentro nem passa por ela.<br></p> <p>O Mundo tem grandes cidades<br>E se revive, existe, nelas somente.<br>Como tantos que buscam em tudo o que lá não está,<br>Pois que a memória das gentes é vaga.<br></p> <p>Minha aldeia esta ali, onde sempre esteve,<br>Poucos sabem disso,<br>E sequer me importo com isso.<br></p> <p>O mundo ficou pequeno<br>Toda a gente sabe.<br>Mas poucos reconhecem onde estão<br>Vão e de onde veem<br>E por isso ele pertence a tanta gente…</p> <p> <br>É mais livre e maior o povo da minha aldeia. Chegar na minha aldeia é sair do mundo,<br>Para entrar em outro mundo.<br>Para além do qual há outros lugares.<br>Ninguém nunca pensou no que lá há antes.<br>E depois que importância isso tem?<br></p> <p>Minha aldeia não faz pensar em nada.<br>Quem está nela, está apenas nela.<br>No mundo ninguém sabe nunca onde esta.<br>E vive com pressa de ir, de chegar, de partir.<br></p> <p>Aqui vive-se um dia depois do outro.<br>E viver e estar são a mesma coisa.<br>No fim ou no começo,<br>Tudo é, e isso basta.</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-269789968988208531.post-86819997638371094622013-09-24T22:55:00.001-03:002013-09-25T15:36:28.571-03:00Purgatório<div class="separator" style="text-align: center; clear: both"><img title="" style="float: left; margin: 0px 13px 0px 0px; display: inline" alt="Toto da igreja matriz de Castelo Branco Mogadouro, imagem da padroeira, pintura a oleo de autor desconhecido" align="left" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjy_QDFtu67SjZLEwFOhr-rYmPeCZ6vVUW8j-Ix-7PZR_GbYtQ-3vD3-L_qWZCiox_Cv4DJbbh4SDdGbQPMD9D0-0_t0hOiS-aisY6mOyERNVcx0iZzDITTvELnJkqIN4vasVcqqqe45SWs/s320/17D8A305-B3A9-40FA-A512-7517EDDE25DD.JPG" width="282" height="215"></div> <p align="justify">Quando criança acreditava que o purgatório ficava atrás do altar da igreja e que por lá estavam todas as almas que tinham que pagar os pecados antes de seguirem para o céu. Confesso que fiquei muitas missas a olhar para o altar e a imaginar como por lá estariam e que tormentas teriam que purgar para passar para a etapa seguinte. <br><br>Intrigado como podiam caber tantas almas em um lugar tão apertado. Uma matemática e geometria muito intrigante para quem tinha quatro para cinco anos. Metafisica prática e simples. Tudo tinha lugar e motivo, mesmo não entendendo ao certo o que seriam, o céu e o inferno, criava o cenário para os poder entender. </p> <p align="justify">Mas os anos passam e as coisas mudam de lugar.</p> JOSE LUIS PARDALhttp://www.blogger.com/profile/13707817210851241429noreply@blogger.com0