Revisitando Castelo Branco

08/08/2012

NOSSA SENHORA DO CAMINHO

Autor: António José Salgado Rodrigues

 

SR DO CAMINHO CAPELA il

 

No meu tempo de criança,
Quando era  inocentinho,
Eu já punha a minha esp”rança
          Na Senhora do Caminho.           

Aprendi a venerá-la
Ao colo de minha mãe,
Que me ensinou a invoca-la
Nos males que o mundo tem.

Render-lhe a minha homenagem
Oh! quantas  vezes eu ia !
Encantava-me essa imagem,
Linda imagem de Maria.

Sempre que eu a contemplava
Voltada p”ra Mogadouro,
Par”cia nos ofertava
Do coração o tesouro.

Na pequena e pobre ermida,
Mesmo á beira da estrada,
Como que a todos convida
Para a celeste morada.

Ninguém passa por ali
Sem a cabeça inclinar;
E muitas vezes eu vi
Que paravam a rezar.

Agente da minha terra,
E a dos povos ao redor,
E o pastorinho da serra
Consagram-lhe muito amor.

É que nunca esqueceram,
Cada um de pequenino,
Os favores que deveram
À Senhora do Caminho.

Quem padece uma aflição,
Vai a caminho da ermida,
A pedir a proteção
Da Virgem Santa e querida.

E não sei que alguém saísse
Desse recinto sagrado,
Sem que logo se sentisse
Muito e muito aliviado.

Ali a mãe não se esquece,
Ao embalar o filhinho,
De dirigir uma prece
Á senhora do Caminho.

Mãe piedosa!  ela murmura
Junto do berço a rezar –
Ó bondosa, santa e pura,
Vem meu filho encaminhar.

E a criança vai ouvindo
As preces de sua mãe,
Ergue as mãozinhas sorrindo,
E reza á virgem também

Desde então fica gravada
Em seu coração tenrinho,
Aquela imagem sagrada,
Da Senhora do Caminho.

E se algum dia gemeu
Sob o peso da desdita,
A quem é que recorreu?
Á Virgem Santa e bendita.

Bem aja a mãe que ensinar
O filho, de pequenino,
A bem dizer e amar
A Senhora do Caminho.

Autor: António José Salgado Rodrigues

07/08/2012

O IMIGRANTE

Autor: Alberto Paulo


I
Ao partir já com saudade,
A vossa aldeia abraçais,
Beijos de fraternidade
Abraços com ansiedade,
Pode ser p´ra nunca mais.

II
Vai p´ra um país melhor,
Já sem malas de cartão,
Mas há na boca amargor,
Dentro do peito um furor,
Que abala o coração.

III
Esforço, trabalho duro,
Esperam o imigrante,
Só a pensar no futuro
Que sabem ser inseguro
E no país já distante.

IV
A mulher trabalhadora,
Que também cuida dos filhos,
Quantas vezes ela chora,
Suspirando d´ora à hora,
Em desconhecidos trilhos.

V
Lutar por vida melhor,
Não é a única meta,
É ter um filho Doutor,
Viver em paz e amor,
Ser avó, ter uma neta.

VI
Fazer casa, ter um lar,
Voltar ao seu Portugal,
Ouvir o sino tocar,
Pegar o terço e rezar,
Bendita terra natal.

01/08/2012

Nostalgia

 

Nostalgia em olhares pela história

No jardim de Mogadouro

Autor: Marina Craveiro

CAPELA SRA DO CAMINHO MOGADOURO

Admirando a paisagem
Sentada neste banco
Belos jardins nos rodeiam
Estou também neste canto

A nossa mãe do caminho
Está aqui ao pé de mim
Ela me acompanha sempre
Que eu venho para aqui

Logo bem cedo ao chegar
Tenho um encontro com ela
Peço-lhe para me guiar
Vendo-a na sua capela

A porta está fechada
Mas eu vejo-a muito bem
Eu olho-a bem nos olhos
Porque ela é nossa mãe

Eu vou falando com ela
Todos os dias rezando
Que me ilumine o caminho
Por onde eu vou andando

Pelo que tens feito por mim
Obrigada minha mãe
Porque sempre tu me ouves
Eu te agradeço também.

Marina Craveiro