Revisitando Castelo Branco

24/02/2011

Serenata a Amália 30 de Junho 1994

Autor: Alcindo Costa

Alcindo Costa canta um fado de Roxo Leão "O Belo é Obra de Deus". Cantando para a Amália na Praça do Município.  Acompanham: Francisco Vasconcelos e Serrano Baptista à guitarra; João Gomes e João Oliveira à viola.

"O Belo é Obra de Deus!", que ela própria, Amália, em dado momento, pretende cantar e acompanhar-me, no alto da varanda da C. Municipal onde estava a ouvir-nos.


Serenata a Amália

22/02/2011

O fado antigo

Autor: Marina Craveiro

 

Castelo Branco antigo,

Tinha cá bons fadistas.

Já não é a mesma coisa,

Mas ainda tem alguns artistas

 

Era ao toque da guitarra

E também do bandolim

Que se faziam os bailes,

Naqueles tempos era assim

 

Juntava-se a mocidade,

Iam para aldeias vizinhas.

Com toques e guitarradas

Encantavam as raparigas.

 

E com aqueles encantos,

Algumas se embalavam,

E varias dessas raparigas,

Com alguns rapazes casaram.

 

Era lindo, naquele tempo,

E havia mais união,

Porque se juntavam os vizinhos

Todas as noites ao serão.

 

Os rapazes também faziam,

Ás portas das raparigas,

As mais belas serenatas,

Cantavam lindas cantigas.

 

Tempo que não volta mais...

E eu gostava que voltasse,

Pois gosto muito de fado,

E queria quem me ajudasse

 

Só quem nasceu nesta terra,

É que sabe dar valor.

Para mim tudo se encerra

Foi obra do criador

 

Eu deixo uma mensagem

Á gente de minha terra:

Esta vida é uma passagem

Não compensa andar em guerra

 

Marina Craveiro

06/02/2011

Telefone sem fio

Autor: Luis Pardal
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Passei muitas horas a brincar por perto da vinha que tínhamos no alto das figueirinhas. Enquanto meu pai e minha mãe cuidavam da lida das parreiras, lá ficava eu, pelos campos a matar o tempo do jeito que sabia e podia. Dizem na nossa terra que o trabalho do menino é pouco, mas quem o perde é louco. Porem tudo a seu tempo, há uma idade com a qual não se pode contar e em que na verdade a presença da criança só atrapalha nos trabalhos árduos que só exigem força e desenvoltura.
Assim para não complicar e nem dar trabalho, normalmente ou eu fazia artes ou inventava alguma coisa para me entreter. Eram brincadeiras simples de carrinhos com bugalhos, latinhas de sardinhas vazias da merenda eram perfeitos carrinhos e atrelados de tratores, ou então, com a minha navalha palaçoulo, de ponta e garfo, fazia um arado de um gancho de galho de amendoeira e pronto, tinha diversão para muito tempo. O fruto não cai longe da arvore, gostava de imitar o meu pai a lavrar a vinha. Sentado perto do caminho em alguma sombra fazia uma hortinha com a poeira e nela lavrava com meu arado até que me enfadasse.
Mas tinha a brincadeira preferida da qual não me cansava. Ao lado do caminho das figueirinhas passava uma fila de postes, da linha de telefone que ligava nossa aldeia com a rede nacional de telefonia dos CTT.
Impressionante como ainda me lembro do cheiro da madeira tratada dos postes. Gostava de me abraçar e de encostar o ouvido. Ficava assim imóvel e a minha volta tudo parava também. Quase sem respirar para ouvir melhor, me esquecia e perdia a noção do tempo.
Os postes com o rigor das estações ficavam lisos e sem farpas, era bom encostar o ouvido e ficar a escutar. Nesses momentos minha mente de menino passeava para longe, muito longe, a seguir os fios.
Quando o vento soprava o poste e os fios vibravam e começavam a falar. Eram sons que pareciam vozes e que enchiam meus ouvidos atentos de menino curioso. Imaginava que eram as ligações a passar, com muitas pessoas a falar ao mesmo tempo. Por vezes, as palavras ficavam mais altas e parecia que e que estavam a gritar uns com os outros. Outras, eram vozes a falar baixinho, ou ficava tudo mudo, sem vozes, sem sons, apenas o silencio. Mas também, trazia, murmúrios, sibilos, lamentos, gritos, risos. E eu queria escutar tudo sem nada perder. Sempre a tentar entender o que diziam... Sentia o vento vibrar e ficava ali a espera.
Outras vezes era eu a ligar. Falava com meus amigos que estavam na aldeia a brincar nas ruas, ou ligava para minhas irmãs e irmãos que moravam longe. Eram ligações internacionais para o Brasil. - Estou, ta lá? - Olá Gabriela é o Luis. - Sim estamos bem! - Olha nasceu o vitelo da minha vaca castanheira. E assim ligava para cada uma das irmãs que moravam longe. A Amélia o Zé e a Guilhermina em Lisboa, a Dulce no Barreiro, A Ilda na França. Meus telefonemas eram longos em monólogos intermináveis. Contava das coisas simples do viver na aldeia. Das cerejas que amadureceram, dos ninhos que descobri, das canas que peguei nas festas, das aulas, da escola, das varas de amendoeira e marmeleiro da professora.
O poste ouvia tudo o que dizia e as vozes também. Depois sozinho e cansado da espera, eu voltava para os meus pais um tanto desiludido, porque nunca recebia de volta as respostas das pessoas com quem eu falava.

01/02/2011

Festa de Santo Antonio 2010

Autor: Sara Ingueira

Olá a todos, faz alguns meses que queria mandar estas fotos. É sempre bom relembrar de uma linda festa e das pessoas de nossa terra em alegre convívio.

Abraço

Sara Ingueira

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