19/11/2011
17/11/2011
Retratos albicastrenses
15/11/2011
COLECIONISMO
Autor: Alberto Paulo
FACAS E CANIVETES
A faca sempre desempenhou um papel importante na sobrevivência da raça humana. A utilização de facas feitas pelo Homem é uma das características distintivas entre o homo sapiens e a maior parte dos restantes animais.
A história da faca começa na idade da pedra. Os utensílios pré-históricos para cortar eram feitos de osso, chifre, madeira, ou pedra, só mais tarde veio o cobre e o ferro. Hoje os aços das facas podem ter na sua composição Carbono, Crómio, Molibdénio, Vanádio, Níquel etc. Existem já facas com a folha em porcelana o fio não é tão bom mas tem a particularidade de nunca precisarem de ser afiadas.
Temos na região de Miranda bons artesãos em cutelaria, ainda está a tempo de começar a sua colecção de facas ou de outra coisa que goste, verá que é muito gratificante.
(Clique nas fotos para aumentar)
O CANIVETE
Meu maior defeito, nos despreocupados dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um menino persistente. Foi quando, certa noite, meu pai me chamou para conversarmos. Tinha nas mãos uma tabuinha de pequena espessura e um canivete aberto. Ele me disse quando me aproximei: - Meu filho, risque com o canivete uma linha em toda a largura da tábua. Obedeci e, em seguida, tábua e canivete foram guardados na escrivaninha. A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes. Ao fim da semana eu não podia mais de curiosidade. A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com um canivete, uma só vez, o sulco que se aprofundava. Afinal chegou um dia em que não havia mais sulco. Meu derradeiro e leve esforço cortara a tábua em duas. Papai olhou longamente para mim, e depois disse: - Você nunca acreditaria que isto fosse possível com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou o fracasso de sua vida não depende tanto da força que você põe em uma tentativa, mas na persistência no que fizer. Essa foi uma lição-de-vida impossível de esquecer e que mesmo um garoto de dez anos pôde e soube aproveitar, não apenas na infância, mas durante toda a vida.
(Wallace Leal V. Rodrigues Extraído do livro - E, para o resto da vida... Contos que tocam o coração.) Com Estimas Prof. Walter Pereira
Autor: Alberto Paulo
TRINDADE COELHO - 09/08/2011
Autor:António José Salgado Rodrigues
ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE
Passou mais um aniversário da morte do ilustre escritor e magistrado Trindade Coelho ,103 anos (9/8/908 a 9/8/2011), morte trágica e por muitos defendida devido “à maldita da política”, o que é uma realidade, mas não deixa também de ser verdade que outros motivos estranhos à política contribuíram para o estado depressivo e desespero do escritor.
Senão atentemos nas palavras constantes da sua Auto-Biografia:”MEU PAE ERA A ÚNICA PESSOA COM QUEM EU PODIA CONTAR, - E MINHA MULHER ERA TAMBÉM ORPHÃ DE PAE; E COMPLICAÇÕES QUE SE DERAM NA MINHA VIDA POR CAUSA DA MORTE DE MEU PAE LEVARAM-NOS QUASI TUDO O QUE TINHAMOS, POIS PAGUEI A TODOS OS CREDORES DE MEU PAE O QUE SE LHES DEVIA, E OS DEVEDORES DE MEU PAE NUNCA NOS PAGARAM UM REAL, NEM OS OBRIGÁMOS A ISSO, E O QUE NOS DEVIAM ERA QUATRO VEZES O QUE NÓS DEVÍAMOS! …
DE MODO QUE ME VI NA VIDA SÓZINHO E POBRE, E COM MULHER E UM FILHO. COMECEI A ADVOGAR, MAS FUGIA DE PEDIR DINHEIRO PELOS MEUS SERVIÇOS, - E AINDA ESTIVE UMA TEMPORADA ADMINISTRADOR (MAIRE) INTERINO DE COIMBRA, E O GOVERNADOR CIVIL GOSTAVA DE MIM, MAS OS POLITICOS EMBIRRAVAM PORQUE A MINHA “POLÍTICA” ERA SÓ … A “LEI!”.
“LEVARAM-ME QUASE TUDO”, neste quase tudo enquadram-se todos os bens imóveis -(casa e propriedades de oliveiras na Quinta da Roca (Valverde)- que uns pseudo- amigos compraram por “UMAS CASCAS DE ALHOS”,como soi dizer-se, em vez do justo valor, que poderia contribuir para mais amenizar as dívidas .NÃO teria sido também uma das causas que contribuíram para a sua trágica morte?
Lindo o soneto que Gomes Leal publicou no Jornal Republicano “O MUNDO” que levava como epígrafe TUDO ISTO PELA MALDITA POLÍTICA! Com a indicação ÚLTIMAS PALAVRAS DO SUICIDA. Eis os dramáticos versos:
“APONTASTE A ARMA AO PEITO E VOASTE DO DESTERRO,
AO VER COMO CATÃO A LIBERDADE MORTA.
POVO CHORA ESTE HEROI, CHORA-O DE PORTA EM PORTA,
TU, VERDADE, VAI TAMBÉM ATRÁS DO ENTERRO!
QUE FAZES TU AQUI, JÁ QUE O BRIO É UM PERRO,
QUE ENGRAXA A BOTA DOS REIS E A HONRA É FIRME TORTA
QUE BEIJA O PRÓPRIO ENXURRO E O PONTAPÉ SUPORTA
ENQUANTO A PLEBE GEME OS SEUS VARÕES DE FERRO?...
VAI-TE ENTERRAR TAMBÉM, JÁ QUE NÃO ÉS O QUE ERAS.
QUANTO A TRINDADE, A TI, VARÃO DE HERÓICAS HORAS,
TU VINGAS-TE DESTA VIL GAFARIA!
UM TIRO. OUVIU-SE UM TIRO. HORA D´ÂNSIA E RESPEITO;
MAS NÃO FOI A TI NÃO, QUE ESTRANGULASTE O PEITO.
- FOSTE TU QUE FURASTE A TRIPA À MONARQUIA.”
(PAZ à sua alma, digo eu)
O Monograma que tenho a honra e prazer de ilustrar pertença a um familiar de JOSÉ FRANCISCO TRINDADE COELHO, onde se denotam as iniciais JFTC e a data
10
18------77
6
Texto de: António José Salgado Rodrigues
01/11/2011
Da escola ao Templo…da ciência à oração!
Autor: Arminda Neto
Sem recorrer a termos confusos da alta pedagogia, o mestre, na lição de hoje, exteriorizava uma certa comoção, assumindo escrupulosamente a missão que Deus lhe confiou: instruir o espírito.
Ali estava, à sua frente, a sala de aula; cheia. Registavam-se algumas faltas mas, na escola da alma, cabe a cada um justificar as ausências… ou as presenças !
“ Só é possível ter paz, branqueando o nosso coração e a nossa alma em pensamentos e ações”.
Palavras do padre Paulo que, na sua extensão evangélica, tentava fazer-nos entender a vantagem de tomar Deus como Mestre, como Pai, como Doutor. Com Ele não se temem críticas nem malquerenças, vencem-se as apatias, desfazem-se os empecilhos, prepara-se a alma decisiva para a luta. Grandes ensinamentos! À altura daqueles que, pelo exemplo salutar de alguns mestres, educaram e prepararam gerações para a vida. Outros tempos!!!
Sim, fizemos da escola das “raparigas” a nossa igreja. Solução, temporária, para continuar a vivenciar o mistério de Deus. Com a provação de muitos e, como sempre, a crítica (não construtiva) de poucos. Quando se luta por um restauro interior da nossa fé, a aproximação da Virgem Maria vai acontecendo, tornando-se uma fé adulta. Aí entende-se que o principal templo de oração é o coração de cada um.
Num sincero saudosismo os olhares espraiavam-se pelo espaço; do interior ao exterior. As exclamações sucediam-se. O passado torna-se presente e….em abono da verdade não se recorda propriamente o bom da vida, mas aquilo que, de uma forma sólida e menos pedagógica, deixa marcas. As lembranças registam claramente os créditos firmados pelo professor que era também educador, pai e catequista. Nobre, mas pesado fardo, legado a tantos educandos que pelos caminhos da vida se afirmaram nos mais variados “mundos”: da família, das artes, da educação, da ciência, da fé.
Ao registar estas palavras faço-o a pensar em duas pessoas que considero fundamentais nesta rede social. O Luís Pardal; sobretudo pela sua perseverança em sentir-se, genuinamente, filho de Castelo Branco mas também filho de Deus. O tio Arlindo porque sei o quão feliz vai ficar ao ver a escola, com tendência a devoluta, ganhar de novo vida. Desta vez não foi a dos “rapazes” mas…tudo a seu tempo. Todas as necessidades têm uma solução.