Revisitando Castelo Branco

28/11/2010

Pastoreio

Autor: Albano Solheira

pastor

 

Sarrão de borrego a pender das costas,

Pastor de ovelhas e mil pensamentos.

Pastoreias rebanho desces as encostas

Guardas do mundo os teus sentimentos.

 

As rugas do sol, vincam no teu rosto,

Sinais dos trabalhos passados na vida,

Fadigas aparentes exaustão da lida,  

Canseira da vida mereces descanso

 

Olhos sentinelas sempre acostumados,

Lêem no poente o final  que espreita.

O dia  termina, atordoados sentidos,

Caminho, rebanho, a sorte, tão estreita.

 

Mais um dia acaba, depois outro igual

Vida que vagueia num pasto sem fim.

Existência  rotina como a do rebanho

Igual a do pastor que te deu a vida.

CORES DA NATUREZA(Parte 2)

Autor: Isaias Cordeiro

Na primavera do ano de 2010 escrevi um pequeno texto pelo qual fiz referência a Cores da Natureza e que intitulei de Mantos de Flores, encostas com beleza tendo sido ilustrado com algumas fotos que confesso, amante da natureza que sou são sempre as minhas preferidas. Mesmo assim não pretendo plagiar Vicent Van Gog no que toca á sua arte e ás suas tendências Impressionistas, Expressionistas, Abstraccionistas nem em quaisquer outras das suas obras. Por aqui nem girassol se cultiva para ao menos tentarmos uma imitação perfeita dos seus belos quadros dessa obra por muitos admirada.

Com as obras de construção do IC5 em curso é imperativo circular com á máxima prudência na ligação que nós Albicastrense mais utilizamos, Castelo Branco- Mogadouro-Castelo Branco. Ao trânsito habitual juntam-se as viaturas de grande porte e máquinas de toda a espécie, estas numa correria desenfreada talvez pelo cumprimento dos prazos de execução.

Quem viaja de Mogadouro no sentido de Moncorvo depara-se com imagens impressionantes até á bem pouco tempo impensável vê-las. Os mais cépticos acreditam finalmente numa via de comunicação melhor mas não deixam de lamentar as mossas geradas pela sua implementação mais concretamente na alteração da paisagem que nalguns casos é completamente destruída. A bem do progresso e desenvolvimento, diz-se como forma de atenuar todo o impacto ambiental e paisagístico que só assim o justificam.

Quase todos os dias faço este percurso e consequentemente tenho acompanhado o evoluir das obras. Aqui e ali vou parando, fazendo umas fotos e como sempre, olhando a beleza que mesmo nestas circunstâncias a natureza nos proporciona.

A neve tem caído um pouco por todo o lado e a nossa zona não é excepção. Até pode ser incómoda e limitativa em alguns aspectos mas não deixa de dar beleza e pintar de branco a paisagem que a natureza transforma a seu gosto no respeito pelas estações do ano. No local onde a 24 de Abril recolhi um verde e amarelo e comparei com a Bandeira do Brasil ,recolhi agora um manto branco embora um pouco adulterado com vestígios visíveis de obras do IC5.

Vale a pena comparar as imagens, tentar compreender melhor a natureza e sua capacidade de transformação e sobretudo respeitá-la para que nos possibilite uma vida melhor.

Saudações Albicastrenses

Isaías Cordeiro

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23/11/2010

SE EU FOSSE PINTOR

Autor: Alberto Paulo

 

Gravura tela a oleo com vista do campanario da Igreja de Castelo Branco de pintor desconhecido

 

I

Oh!... Quem me dera ser pintor,

Castelo Branco pintava,

Um rebanho e seu pastor,

E um rouxinol que cantava.

II

Pintava a torre sineira,

E o que dela se avista,

Ver na tela a solheira,

O sonho de um artista.

III

Pintava folhas caídas,

No moinho da nogueira,

E as árvores despidas,

Nessa margem da ribeira.

IV

Pintava o romper da aurora,

E o pôr-do-sol à tardinha,

Junto do sino onde outrora,

Criava uma andorinha.

V

Pintava um rosto de mãe,

Fazendo renda de esperança,

E a graça que um riso tem,

Nos lábios duma criança.

VI

Pintava os verdes campos,

Com rebanhos a pastar,

Luzinhas de pirilampos,

Numa noite de luar.

VII

Pintava a neve na serra,

E a fogueira do Natal,

A gente da minha terra,

Que regressa a Portugal.

VIII

Olho p´ró céu ensejo,

Em noites de lua cheia,

Fecho os olhos e vejo,

A tela da minha aldeia.

Alberto Paulo

21/11/2010

MÚSICA RAMA Ó QUE LINDA RAMA

Autor: Alberto Paulo
I
Nascemos em Trás-os-Montes,
Concelho de Mogadouro,
Com oliveiras e fontes,
Entre o Sabor e o Douro.
II
Entre o Sabor e o Douro,
Nesta terra hospitaleira,
Toda ela é um tesouro,
Desde o val até à eira.
III
Passeio p”lo povo inteiro,
Quem é que morava ali?
Olha ali era o barbeiro,
E o tendeiro era aqui,
IV
Da forja já não me lembro,
Mas lembro-me do lagar,
Da”zeitona em Dezembro,
E do forno a fumegar.
V
Castelo branco bem-haja,
Bem-haja quem nela mora,
O turista que viaja,
Tem pena de se ir embora.
VI
Do Natal até ao verão,
O tempo nunca mais passa,
Que saudades tenho então,
Da gente naquela praça.
Alberto Paulo
Nascemos em Trás-os-Montes,Concelho de Mogadouro, em Castelo Branco

15/11/2010

Um fim próximo... ou o início?

Autor: Zé Fraga
Imagens para guardar de lembrança nos olhos e no coração.
O fim do vale do sabor, tem gosto amargo, e uma data certa. Faltam poucos meses para o vale ficar encoberto pelas águas da barragem. A paisagem e a fisionomia do rio, deixarão de existir, serão substituídas por uma nova, irreconhecível. O rio será um completo estranho entre os seus.
Sinal dos tempos… Águas futuras que encobrirão as margens que o passado deixou livres.
Um dos últimos rios da Europa intocado pelo homem, ficará em poucos meses irreconhecível, mesmo para quem o viu, por muitos anos, passar perto de si. Mas nem este titulo lhe serviu como salvação.
Aos poucos a paisagem e a geografia destes lugares e gentes será mudada. Aos que virão, restará ouvir contar dos que viveram, uma narrativa saudosa de dos tempos e momentos por aquelas margens. Mas que nenhuma crônica em vídeo poderá retratar na sua total expressão.
O progresso dizem…
A civilização abre passagem para valores e interesses maiores que os representados pela vida de um rio ancestral que sobreviveu a milênios de transformação do planeta. 
Que seja feito um monumento e que nele sejam gravados em bronze os nomes dos que decretaram este destino. Que a história possa lembrar deles.
Ao futuro, ao novo rio Sabor!

Vídeos incorporados do youtube. Clique no video para seguir o link e assistir na origem.



Zé Fraga

Tradições mantidas

Autor: Arlindo Parreira
Os Pauliteiros de Duas Igrejas,  Miranda do Douro,  estiveram no Canada' para varias actuacoes, na cidade de Mississauga. Participaram durante tres dias no Festival Multicultural Carassauga no Pavilhao Portugal organizado por o Centro Cultural Portugues. Uma semana depois, participaram na grande Parada do Dia de Portugal na cidade de Toronto. Os Pauliteiros desfilaram na Rua Dundas ate' o Trinity Bellwoods Park onde houve o Festival de Folclore "Raizes do Nosso Povo". Foram muito aplaudidos por as suas exibicoes das dancas. http://www.gentetv.com/

02/11/2010

Capela em homenagem a Sra de Fatima

Autor: Antonio Pires
Foi inaugurado  no dia 31 de outubro mais um monumento na nossa aldeia. Parabéns ao albicastrense que ofereceu esta linda imagem de Nossa Senhora.
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Antonio Pires

01/11/2010

NUMISMÁTICA

Autor: Alberto Paulo
Todos nós em qualquer altura das nossas vidas já coleccionámos alguma coisa. Cromos, berlindes, selos, velharias etc.
Coleccionar é cultura, é transmitir ao futuro o que foi o passado. Quem sabe se a moeda antiga que você guardou há tanto tempo um dia não vai ficar exposta num museu!
Se isso acontecer, que esse museu seja em Castelo Branco Mogadouro; Porque não? Nada é impossível, basta um cantinho na escola ou noutro qualquer lugar para poder expor as relíquias que cada um possa ter.
Por saber que quase toda a gente gosta de guardar uma ou outra moeda antiga, resolvi escrever este artigo sobre numismática, e algumas curiosidades sobre as moedas da república, ou seja, sobre o escudo. Por exemplo o estado de conservação das moedas é muito importante.
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Existem sete graus de conservação
FDC – Flor de cunho.
SOB – Soberba.
BELA.
MBC – Muito bem conservada.
BC – Bem conservada.
REG – Regular.
MC – Mal conservada.
As classificações mais usuais são:
Bela – moeda que aparenta não ter circulado, mas com ligeiro desgaste nos pontos mais altos do relevo.
MBC – moeda pouco circulada, mas com algum desgaste e pequenas mossas.
BC – moeda com visíveis sinais de desgaste, mas com legenda e data bem visíveis. Agora já pode classificar as suas moedas.
A importância do estado da moeda. Exemplo:
Para adquirir a moeda de um escudo em alpaca de 1935, moeda muito rara, no estado de BC, custar-lhe-ia 260€,
MBC, 820€ e no estado de BELA 5500€ valores aproximados.
Ainda existem as moedas B.N.C. brilhantes não circuladas e «Proof»
Estas são moeda em metais nobres com acabamento especial, o fundo é espelhado e o relevo. Fosco.
Eixos verticais, são moedas que rodando para a esquerda ou para a direita, as duas faces são vistas no mesmo sentido, as moedas de cinquenta centavos de alpaca, e as de dois escudos e cinquenta centavos em prata são eixo vertical.
Quando nas moedas de eixo horizontal aparece uma de eixo vertical, esta é muito mais valiosa.
METAIS
Os metais mais usuais nas moedas da república foram: Ferro, Bronze, Alumínio, Cuproníquel, Alpaca, Prata, Ouro, Paládio e Platina.
Sabia que o escudo poderia ter-se chamado” Luso” várias referências na imprensa da época chegaram a atribuir à nova moeda da República aquele nome.
Foram mesmo produzidas maquetas com a inscrição” Luso”.
Afinal vingou o escudo, a primeira moeda cunhada durante a primeira República Portuguesa 1910-1926 foi um escudo de prata com data de 1910 contudo só foi cunhada em 1914, é comemorativa do 5 de Outubro de 1910 data da implantação da República, No seio da numismática é considerada uma das mais belas moedas Portuguesas.
Em 2001 foi também cunhado um escudo em ouro.
O real chegou a circular com o escudo mais de 20 anos
Moedas comemorativas:
Existem muitas moedas comemorativas a colecção mais numerosa tem mais de 40 moedas e é alusiva aos Descobrimentos Portugueses, estas moedas foram cunhadas em cuproníquel, prata, prata proof, ouro, platina e Paládio.
Curiosidade a moeda comemorativa de cem escudos da UNICEF para as crianças do mundo, existe com erro em República PORTUGUSA
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Moedas de quinhentos escudos foram cunhadas oito moedas, cinco das quais em proof bimetálicas, ou seja o anverso em ouro e o reverso em prata alusivas ao banco de Portugal, Padre Vieira, Ponte Vasco da Gama, Macau e centenário da morte de Eça de Queiroz.
Moeda de setecentos e cinquenta escudos só existe uma e pertence à colecção de três moedas de quinhentos, setecentos e cinquenta, e mil escudos da XVII exposição internacional.
De mil escudos foram cunhadas vinte e uma moeda, em cuproníquel, prata, ouro, platina e Paládio.
Todas elas são moedas muito lindas, eu destaco o Lobo, o Cavalo Lusitano, Ano internacional dos oceanos, Nª. Sª. da Conceição, e Dança dos pauliteiros.
Quem sabe se um dia os Albicastrenses não reúnem todas as suas relíquias para poderem ser vistas num museu em Castelo branco Mogadouro. Aqui fica a ideia.
Alberto Paulo.
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Alberto Paulo