Revisitando Castelo Branco

01/04/2011

MONCORVO - O Manquinho da Açoreira

 

Texto original extraido com a autorização do autor do blog: http://lelodemoncorvo.blogspot.com 

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Esta foto das 3 irmãs ceguinhas da Açoreira tem 50 anos, serviram de mote a uns versos escritos pelo Manquinho da Açoreira em forma de reportório.

O Manquinho, cujo primeiro nome era Francisco, era natural da Açoreira onde tinha uma casa modesta de xisto e era tocador exímio de instrumentos de corda. O seu preferido era a «rabeca», com que acompanhava a sua primeira mulher,Maria, no canto. 

Tocava em tabernas, feiras e mercados, passando grandes temporadas em Castelo Branco de Mogadouro e Santiago, onde está sepultado. Teve dois filhos conhecidos, um rapaz de nome Santiago e uma menina de nome Del Pilar, que, a demanda do comerciante David Sarapicos, foram entregues a familia de adopção.

Muito se conta deste homem que, paralisado dos membros inferiores, não deixava fazer o ninho atrás das orelhas e, irritado, dava saltos de rã com a ajuda dos membros superiores e defendia-se das picardias do mais pintado, mas era na música que ele dava cartas, ensinando muitos tocadores e deliciando quem o escutava.

Quando questionado pelo tiuo Fachico de Felgueiras se ele tocava por pauta ou ouvido, ele respondeu: "Toco por necessidade...". A sua 2ª mulher de nome Albertina ajudava-o não no canto mas na arte do vime, quando as moedas escassas no chapéu eram insuficientes ao conduto no inverno.

A sua rabeca encontra-se em Mogadouro na posse dum privado que foi sensível ao mérito deste  homem que gozava de fama no planalto e zonas raianas, onde era conhecido por Manquinho da Açoreira.
Paulo Patoleia

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