Revisitando Castelo Branco

03/02/2010

Crónicas do ultimo Regedor de Castelo Branco

Autor: Arlindo Parreira
Para os que chegaram agora ao site, sugiro que antes de lerem esta crónica, leiam o primeiro artigo para poderem acompanhar a cronologia dos factos e actos.(Clique aqui para ler o artigo)
Depois das eleições e da instauração da mucracia em Castelo Branco. Dirigi-me à câmara de Mogadouro para ser empossado.
Lá estava eu, o novo Regedor, pronto e cheio de vontade de exercer o cargo. Recebi os equipamentos, as instruções, orientações e passaram-me a cartilha com as ideias do que era ser um bom Regedor.
Uma das primeiras actividades de que tomei parte foi a de nomear e numerar as ruas e casas de Castelo Branco. Alguns da época ainda devem lembrar-se disso. Os mais novos saibam que os nomes actuais são os que foram dados naqueles tempos.
E pasmem, estes nomes permanecem até hoje. Ao usarem os “GPS” no carro ou quando forem pesquisar no Google maps, e no Google heart, as ruas de Castelo Branco, vão encontrar os nomes que foram dados naqueles anos.
Quem diria que ficariam na história e permaneceriam até hoje? Sigam o link para verem o mapa actual.
Olhando para trás acredito que tivemos uma visão de futuro. E esta visão demonstrou ser muito acertada. Já estávamos a pensar que um dia teríamos nos carros de bois e machos, ou nos tractores, um GPS instalado para fazer a acarreja.
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Voltando ao facto histórico:
A mucracia e o progresso exigiam que fossem nomeadas e classificadas as ruas de todos os lugares e mesmo sendo pequena a aldeia era uma orientação pertinente.
Vai que algum dos habitantes se perdia ou não conseguia achar o caminho da volta da horta para casa.
Agora imaginem o trabalho que isto deu. Cada um queria por o nome de parentes ou conhecidos ás ruas. Não foi fácil chegar a um acordo para definir os nomes.
Porem quero deixar registado um facto que é muito importante:
Recordo que na época fiz de tudo, mas de tudo mesmo, para dar o nome de Cândido Peixe à Rua que hoje se chama, de Rua das flores.
O motivo de querer dar este nome: Era no café dele que nos encontrávamos para combinar, discutir e acertar o que se precisava para a aldeia. Era lá mesmo, enquanto bebíamos uns copos pedíamos opiniões e confesso que muitas delas foram extremamente importantes para o futuro e a bem da mucracia e de Castelo Branco.
O meu saudoso e estimado amigo. O nosso amigo Cândido sempre nos ajudou com muita paciência e disposição. Antes de eu ser regedor ele já eu era meu amigo da brincadeira provocatória, e depois que fui eleito ele passou a ser também um conselheiro. O meu obrigado a ele.
Infelizmente não consegui e, fui voto vencido, na escolha do nome dele para a rua. A maioria não aceitou. Fiquei triste por não ter conseguido e hoje até entendo que iria constranger os demais que também queriam o nome da família na sua rua, mas este era um caso bem especial, que teria homenageado para sempre quem tanto ajudou.
O que poucos conhecem é que mesmo a rua não tendo o nome dele foi ele que a nomeou e escolheu o nome de rua das Flores. Portanto mesmo sem ter o seu nome na rua  foi ele que a baptizou.

Quero aproveitar deste espaço para isso e em memória faço este testemunho e depoimento como uma homenagem. Os que viveram aqueles dias lembram-se bem dele e do grande homem que foi.
Das outras histórias, que estão por contar é só vir por aqui de vez em quando. Continuem a ler, que tenho muito o que falar.

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