Autor: Arminda Neto
Sem recorrer a termos confusos da alta pedagogia, o mestre, na lição de hoje, exteriorizava uma certa comoção, assumindo escrupulosamente a missão que Deus lhe confiou: instruir o espírito.
Ali estava, à sua frente, a sala de aula; cheia. Registavam-se algumas faltas mas, na escola da alma, cabe a cada um justificar as ausências… ou as presenças !
“ Só é possível ter paz, branqueando o nosso coração e a nossa alma em pensamentos e ações”.
Palavras do padre Paulo que, na sua extensão evangélica, tentava fazer-nos entender a vantagem de tomar Deus como Mestre, como Pai, como Doutor. Com Ele não se temem críticas nem malquerenças, vencem-se as apatias, desfazem-se os empecilhos, prepara-se a alma decisiva para a luta. Grandes ensinamentos! À altura daqueles que, pelo exemplo salutar de alguns mestres, educaram e prepararam gerações para a vida. Outros tempos!!!
Sim, fizemos da escola das “raparigas” a nossa igreja. Solução, temporária, para continuar a vivenciar o mistério de Deus. Com a provação de muitos e, como sempre, a crítica (não construtiva) de poucos. Quando se luta por um restauro interior da nossa fé, a aproximação da Virgem Maria vai acontecendo, tornando-se uma fé adulta. Aí entende-se que o principal templo de oração é o coração de cada um.
Num sincero saudosismo os olhares espraiavam-se pelo espaço; do interior ao exterior. As exclamações sucediam-se. O passado torna-se presente e….em abono da verdade não se recorda propriamente o bom da vida, mas aquilo que, de uma forma sólida e menos pedagógica, deixa marcas. As lembranças registam claramente os créditos firmados pelo professor que era também educador, pai e catequista. Nobre, mas pesado fardo, legado a tantos educandos que pelos caminhos da vida se afirmaram nos mais variados “mundos”: da família, das artes, da educação, da ciência, da fé.
Ao registar estas palavras faço-o a pensar em duas pessoas que considero fundamentais nesta rede social. O Luís Pardal; sobretudo pela sua perseverança em sentir-se, genuinamente, filho de Castelo Branco mas também filho de Deus. O tio Arlindo porque sei o quão feliz vai ficar ao ver a escola, com tendência a devoluta, ganhar de novo vida. Desta vez não foi a dos “rapazes” mas…tudo a seu tempo. Todas as necessidades têm uma solução.
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