Revisitando Castelo Branco

07/09/2008

Um café na Praça

Foto: Abilio Freitas

Na porta do café, espero Sentado, até a hora chegar.
Fito as ruas vazias, os paralelos do chão,
A poeira no vento, um cão que passa,
Que calma.

Acreditem, fico ali por um café
Forte, sem açucar, amargo,
Puro, para esquentar,
A alma.

Esqueço que o mundo roda o universo viaja e o tempo escorre.
Mato os minutos, silêncio.
Suspiro.

Busco o gosto amargo,
Aroma intenso, encorpado
De um expresso, que expresso, bem tirado.

Finalmente ouço que desce a escada.
O Sr. Fernando chega a pergunta o que quero.

Demoro, até pensar, nesta tensão filosófica
Com a mente confusa, digo sem convicção:
Um café, é só um café, que quero tomar,
Na praça de minha aldeia, amargo para esquentar.
Com gosto sincero, com verdade em cada gole,
Autêntico, amargo, forte, religiosamente,
Com alma.

Luis Pardal

1 comentário:

  1. Anónimo17.9.08

    Muito bom o poema. Fantástica a noção de calma que transmite. Parabéns!
    Antero Neto

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