Meus amigos, acredito que como eu, lembram da igreja abarrotada de ramos de oliveira, bucho e rosmaninho. Uma verdadeira disputa para ver quem trazia e mostrava o maior. Os ramos e os donos formavam um autêntico “jardim das oliveiras”.
Uma imagem que ficou em mim desde criança: Domingo de ramos, Jesus Cristo a entrar em Jerusalém, rodeado pela multidão a cantar o Hosana, o Hosana, o filho de David. Porém, à volta dele, estava a malta de Castelo Branco, a carregar os ramos junto com os apóstolos. No meu sonho, o próprio Cristo ficava impressionado e satisfeito com o entusiasmo e tamanho dos galhos das oliveiras de Castelo Branco. Davam nas vistas... e Ele sorria satisfeito pra rapaziada... Já o mesmo não acontecia com os donos dos olivais, pela devassa nas oliveiras.
Tinha os românticos quem iam de moto ao rio Sabor buscar uns ramos de buxo e o rosmaninho, já que isso sempre impressionava as moças solteiras e era assunto falado.
Uma data bonita. A procissão de ramos à volta da igreja, o pálio, as cantigas da igreja, o cheiro do incenso, flores de rosmaninho, e a primavera a chegar, com sinais de renovação e alegria pelos campos e hortas.
Os ramos tinham vários usos, o principal era pedir o fular à madrinha, mas havia outras funções, como deixar os ramos dentro da tulha do trigo e centeio para que a fartura não faltasse na casa. Havia ainda, quem espetasse os ramos no meio dos trigais e lavouras. Ramos bentos!
Enfim, os tempos eram outros. Falo isto para os que estão longe e não participam de uma missa de ramos na “santa terrinha” há muitos anos.
É uma constatação verificar no o site e blog, que escrevemos de outros tempos, pelas nossas lembranças do que vivemos em Castelo Branco, anos atrás. São poucos os que lá vivem que participam com novidades do dia a dia. É como se fossem duas aldeias: a de antigamente, que é constantemente visitada nas nossas crônicas; e a de hoje, a real e concreta, que se mantém muda e da qual poucas vezes temos novidades, com raras exceções.
Não falo em tom de crítica, mas de observação. Dos acessos ao site e blog as estatísticas são muito interessantes e retratam que a presença na internet, na “Castelo Branco virtual”, é na sua maioria, dos que moram fora dela, quer seja em outras regiões de Portugal ou dos que como eu, estão espalhados pelo mundo. Mas isto tambem tem lá uma razão de ser, somos em maioria afinal faz anos que os filhos da terra saíram de lá em busca de melhores oportunidades.
Mas a participação é sempre muito bem vinda. Uma hora isso muda. A nós resta-nos manter vivas as tradições em nossos corações.
Uma feliz Páscoa a todos.
Um forte abraço Albicastrense.
Luis Pardal
FEliz PASCOA para todos.LUIS,otimo o que escreviste sobre o domingo de ramos,e aqueles enfeites que a gente punha neles ? AS vezes ja nao eram ramos ,tao grandes como uns galhos.A minha madrinha que me dava sempre um bom fular entao enfeitava o melhor que podia.Bolachas onde enfiavamos uma linha para atar au ramo,e rebuçados,e la iamos todos contentes para o benzer.cada vez mais saudades um abraço
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