Revisitando Castelo Branco

05/06/2009

FOTOS ANTIGAS, COISAS E LOUSAS: UM PEDIDO ESPECIAL!!!

Amigo,
Aqui segue algo que surgiu pelos contornos deste prolongado fim semana. Se achares interessante colocar no teu blog. Há mais sobre o resto do fim de semana na aldeia (e sobre sala museu) mas ainda não acabei. Contudo, se quiseres colocar algo poderá ser nos seguintes termos:
Mais uma ideia para salvagardar a nossa história e património surgiu e depressa todos a adoptaram. Uma sala museu para resguardar memórias das gentes, trabalhos e tradições. Por isso peço também que adoptem este projecto da Junta de freguesia. Quem tiver fotografias das nossas gentes, das suas ocupações, objecto, coisas e loisas que queira partilhar ou doar aqui estamos nós para a recolha.
Os objectos podem ser entregues nas respectivas secretarias da junta e as fotos ou imagens digitalizadas podem também ser enviadas para mim, Aida Freitas Ferreira, Rua das Cegonhas, 89 hab 13, 4250 121 Porto - Portugal, aida.olimpia@gmail.com. Estou já em fase de inventariação e tratamento de imagem do que já conseguimos recolher.

Obrigada e um bem haja a todos.
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Mais uns dias de passagem pela nossa aldeia. Ou como me costumam dizer – Então?! Mais uma visita de médico!
É verdade, faço visitas de médico, como se do Sr. Doutor se tratasse, pois pelo menos uma vez por mês lá vou eu. Não pé na estrada mas, pé no acelerador. “Mortinha por chegar a casa”. Contudo desta vez a viagem foi feita com mais calma graças ao Sr. de Matosinhos, cidade onde trabalho há mais de 10 anos.
Por falar em Sr. de Matosinhos, aproveito para vos falar das grandiosas festas de hoje e do significado que esta romaria sempre teve para as gentes de todo o Norte, nomeadamente os Galelos (não os galegos transmontanos, mas os da vizinha Galiza, desses falarei outro dia) mas, provavelmente não sabe a origem do nome. Curiosa como sou (os que me conhecem sabem disso!) e fazendo parte do meu percurso académico e laboral a investigação há muito que procurei essa origem. È uma lenda fantástica. Se um Spilberg ou um Peter Jackson a conhecessem teríamos direito a adaptação cinematográfica como aconteceu com o romance de J.R.R. Tolkien. A história é meramente o resultado de uma mitologia e de uma fantasia popular, tão necessária às gentes daquele tempo.
“Será durante este lendário transporte marítimo do corpo martirizado do santo desde a Palestina até à Galiza que ocorrerá o episódio que explica a associação da vieira a Santiago. Tal viagem, repleta de acontecimentos fabulosos e miraculosos, incluirá, com efeito, um encontro da embarcação que transporta o corpo do santo com um cavaleiro que ficará recoberto de vieiras, dando origem a esta associação e à importância simbólica que, a partir daí, esta concha assumirá no culto de Santiago.”  

Matosinhos é, desde há 400 anos, o local apontado como o da origem da associação da vieira à devoção a Santiago de Compostela. Desde então praticamente todas as versões redigidas da lenda, em Portugal, mas também em Espanha (Castellá Ferrer 1610, Cunha 1623, Cardoso 1666, Huerta y Veja 1736, Pinto 1737…) indicam como palco dos acontecimentos um vasto areal no lugar de Bouças (designação, até ao início do século XX, do actual concelho de Matosinhos). Foi esse o local escolhido, pela sua vastidão e largueza, pelo grande senhor romano da região, Cayo Carpo, para realizar as festas do seu casamento. A praia do Espinheiro. Correria o ano de 44 d.C.
Durante tais festividades, o noivo desafia os restantes cavaleiros para uma corrida invulgar de cavalos: venceria quem conseguisse penetrar mais longe mar adentro. Iniciada a prova, rapidamente Cayo Carpo se destacará dos restantes competidores. Para sua surpresa, e de todos os que permanecem no areal, o seu cavalo avança, desenfreado, em direcção ao horizonte e, miraculosamente, cavalgando sobre as águas semse afundar.
Mas as surpresas não terminam para o senhor romano   pagão. Maravilhado constatará que a sua montada se dirige para um barco, em pedra (!), que passa ao largo. Trata-se da embarcação que, velozmente e em apenas três dias, transporta o corpo de Santiago desde a Palestina até à Galiza. Perante os milagres de que é testemunha participativa, e face às explicações dos tripulantes do barco, Cayo Carpo converte-se nesse instante    ao cristianismo.
Durante o seu regresso a terra, onde a multidão espera expectante e maravilhada por uma explicação, o noivo e o seu cavalo desaparecerão engolidos pelas águas do mar. E, quando a apreensão se começa a instalar entre as gentes, eis que o cavaleiro e a sua montada ressurgem já muito próximos do areal. Mas, novo milagre se havia processado: Cayo Carpo e o seu cavalo vêm completamente recobertos de vieiras, convertidas, a partir daí, num dos símbolos de Santiago. Nalgumas versões da lenda este episódio das conchas ocorrera antes, durante a cavalgada em direcção ao barco.
Nas narrativas mais antigas que conhecemos escreve-se que Cayo Carpo e a sua montada surgem na praia totalmente “matizados” de vieiras e, por tal motivo, este senhor romano passará a ser conhecido, desde então, por “Matizadinho” e, o local onde tudo isto se passou, por praia do “Matizadinho” – topónimo que evoluirá, durante os séculos seguintes, para Matosinhos.”
http://portoponto.blogs.sapo.pt
artigo assinado por:
Aida Freitas Ferreira,
Contato: aida.olimpia@gmail.com

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