Autor: Alberto Paulo
I
Oh!... Quem me dera ser pintor,
Castelo Branco pintava,
Um rebanho e seu pastor,
E um rouxinol que cantava.
II
Pintava a torre sineira,
E o que dela se avista,
Ver na tela a solheira,
O sonho de um artista.
III
Pintava folhas caídas,
No moinho da nogueira,
E as árvores despidas,
Nessa margem da ribeira.
IV
Pintava o romper da aurora,
E o pôr-do-sol à tardinha,
Junto do sino onde outrora,
Criava uma andorinha.
V
Pintava um rosto de mãe,
Fazendo renda de esperança,
E a graça que um riso tem,
Nos lábios duma criança.
VI
Pintava os verdes campos,
Com rebanhos a pastar,
Luzinhas de pirilampos,
Numa noite de luar.
VII
Pintava a neve na serra,
E a fogueira do Natal,
A gente da minha terra,
Que regressa a Portugal.
VIII
Olho p´ró céu ensejo,
Em noites de lua cheia,
Fecho os olhos e vejo,
A tela da minha aldeia.
Alberto Paulo
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