Foto: Isabel Pardal - Nossa Senhora e o Menino Jesus - Igreja Matriz de Blumenau. |
Que o Natal seja repleto de paz e bem, amor e saúde e que esses sentimentos estejam presentes em nossas vidas todos os dias de 2012.
Autor: Luís Pardal
O dia 25 de Novembro é uma data muito especial para um casal muito querido por todos de Castelo Branco.
Na capela de Santo António, às 11horas do dia 26 de novembro de 2011, Teresa e Dário celebraram 50 anos de casados. A cerimônia foi organizada pelos filhos e nora e reuniu a todos neste momento tão singular. Bodas de Ouro de uma união muito feliz, coroada pela presença dos dois filhos Dulce e Rogério, da Nora São Pires, dos netos, Teresa, Ana Rita, Rogério e um grupo de amigos.
Para eternizar este momento publico as fotos que recebi da filha Dulce, a quem agradeço pela partilha.
Autor: Alberto Paulo
FACAS E CANIVETES
A faca sempre desempenhou um papel importante na sobrevivência da raça humana. A utilização de facas feitas pelo Homem é uma das características distintivas entre o homo sapiens e a maior parte dos restantes animais.
A história da faca começa na idade da pedra. Os utensílios pré-históricos para cortar eram feitos de osso, chifre, madeira, ou pedra, só mais tarde veio o cobre e o ferro. Hoje os aços das facas podem ter na sua composição Carbono, Crómio, Molibdénio, Vanádio, Níquel etc. Existem já facas com a folha em porcelana o fio não é tão bom mas tem a particularidade de nunca precisarem de ser afiadas.
Temos na região de Miranda bons artesãos em cutelaria, ainda está a tempo de começar a sua colecção de facas ou de outra coisa que goste, verá que é muito gratificante.
(Clique nas fotos para aumentar)
O CANIVETE
Meu maior defeito, nos despreocupados dias da infância, consistia em desanimar com demasiada facilidade quando uma tarefa qualquer me parecia difícil. Eu podia ser tudo, menos um menino persistente. Foi quando, certa noite, meu pai me chamou para conversarmos. Tinha nas mãos uma tabuinha de pequena espessura e um canivete aberto. Ele me disse quando me aproximei: - Meu filho, risque com o canivete uma linha em toda a largura da tábua. Obedeci e, em seguida, tábua e canivete foram guardados na escrivaninha. A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes. Ao fim da semana eu não podia mais de curiosidade. A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com um canivete, uma só vez, o sulco que se aprofundava. Afinal chegou um dia em que não havia mais sulco. Meu derradeiro e leve esforço cortara a tábua em duas. Papai olhou longamente para mim, e depois disse: - Você nunca acreditaria que isto fosse possível com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou o fracasso de sua vida não depende tanto da força que você põe em uma tentativa, mas na persistência no que fizer. Essa foi uma lição-de-vida impossível de esquecer e que mesmo um garoto de dez anos pôde e soube aproveitar, não apenas na infância, mas durante toda a vida.
(Wallace Leal V. Rodrigues Extraído do livro - E, para o resto da vida... Contos que tocam o coração.) Com Estimas Prof. Walter Pereira
Autor: Alberto Paulo
Autor:António José Salgado Rodrigues
ANIVERSÁRIO DA SUA MORTE
Passou mais um aniversário da morte do ilustre escritor e magistrado Trindade Coelho ,103 anos (9/8/908 a 9/8/2011), morte trágica e por muitos defendida devido “à maldita da política”, o que é uma realidade, mas não deixa também de ser verdade que outros motivos estranhos à política contribuíram para o estado depressivo e desespero do escritor.
Senão atentemos nas palavras constantes da sua Auto-Biografia:”MEU PAE ERA A ÚNICA PESSOA COM QUEM EU PODIA CONTAR, - E MINHA MULHER ERA TAMBÉM ORPHÃ DE PAE; E COMPLICAÇÕES QUE SE DERAM NA MINHA VIDA POR CAUSA DA MORTE DE MEU PAE LEVARAM-NOS QUASI TUDO O QUE TINHAMOS, POIS PAGUEI A TODOS OS CREDORES DE MEU PAE O QUE SE LHES DEVIA, E OS DEVEDORES DE MEU PAE NUNCA NOS PAGARAM UM REAL, NEM OS OBRIGÁMOS A ISSO, E O QUE NOS DEVIAM ERA QUATRO VEZES O QUE NÓS DEVÍAMOS! …
DE MODO QUE ME VI NA VIDA SÓZINHO E POBRE, E COM MULHER E UM FILHO. COMECEI A ADVOGAR, MAS FUGIA DE PEDIR DINHEIRO PELOS MEUS SERVIÇOS, - E AINDA ESTIVE UMA TEMPORADA ADMINISTRADOR (MAIRE) INTERINO DE COIMBRA, E O GOVERNADOR CIVIL GOSTAVA DE MIM, MAS OS POLITICOS EMBIRRAVAM PORQUE A MINHA “POLÍTICA” ERA SÓ … A “LEI!”.
“LEVARAM-ME QUASE TUDO”, neste quase tudo enquadram-se todos os bens imóveis -(casa e propriedades de oliveiras na Quinta da Roca (Valverde)- que uns pseudo- amigos compraram por “UMAS CASCAS DE ALHOS”,como soi dizer-se, em vez do justo valor, que poderia contribuir para mais amenizar as dívidas .NÃO teria sido também uma das causas que contribuíram para a sua trágica morte?
Lindo o soneto que Gomes Leal publicou no Jornal Republicano “O MUNDO” que levava como epígrafe TUDO ISTO PELA MALDITA POLÍTICA! Com a indicação ÚLTIMAS PALAVRAS DO SUICIDA. Eis os dramáticos versos:
“APONTASTE A ARMA AO PEITO E VOASTE DO DESTERRO,
AO VER COMO CATÃO A LIBERDADE MORTA.
POVO CHORA ESTE HEROI, CHORA-O DE PORTA EM PORTA,
TU, VERDADE, VAI TAMBÉM ATRÁS DO ENTERRO!
QUE FAZES TU AQUI, JÁ QUE O BRIO É UM PERRO,
QUE ENGRAXA A BOTA DOS REIS E A HONRA É FIRME TORTA
QUE BEIJA O PRÓPRIO ENXURRO E O PONTAPÉ SUPORTA
ENQUANTO A PLEBE GEME OS SEUS VARÕES DE FERRO?...
VAI-TE ENTERRAR TAMBÉM, JÁ QUE NÃO ÉS O QUE ERAS.
QUANTO A TRINDADE, A TI, VARÃO DE HERÓICAS HORAS,
TU VINGAS-TE DESTA VIL GAFARIA!
UM TIRO. OUVIU-SE UM TIRO. HORA D´ÂNSIA E RESPEITO;
MAS NÃO FOI A TI NÃO, QUE ESTRANGULASTE O PEITO.
- FOSTE TU QUE FURASTE A TRIPA À MONARQUIA.”
(PAZ à sua alma, digo eu)
O Monograma que tenho a honra e prazer de ilustrar pertença a um familiar de JOSÉ FRANCISCO TRINDADE COELHO, onde se denotam as iniciais JFTC e a data
10
18------77
6
Texto de: António José Salgado Rodrigues
Autor: Arminda Neto
Sem recorrer a termos confusos da alta pedagogia, o mestre, na lição de hoje, exteriorizava uma certa comoção, assumindo escrupulosamente a missão que Deus lhe confiou: instruir o espírito.
Ali estava, à sua frente, a sala de aula; cheia. Registavam-se algumas faltas mas, na escola da alma, cabe a cada um justificar as ausências… ou as presenças !
“ Só é possível ter paz, branqueando o nosso coração e a nossa alma em pensamentos e ações”.
Palavras do padre Paulo que, na sua extensão evangélica, tentava fazer-nos entender a vantagem de tomar Deus como Mestre, como Pai, como Doutor. Com Ele não se temem críticas nem malquerenças, vencem-se as apatias, desfazem-se os empecilhos, prepara-se a alma decisiva para a luta. Grandes ensinamentos! À altura daqueles que, pelo exemplo salutar de alguns mestres, educaram e prepararam gerações para a vida. Outros tempos!!!
Sim, fizemos da escola das “raparigas” a nossa igreja. Solução, temporária, para continuar a vivenciar o mistério de Deus. Com a provação de muitos e, como sempre, a crítica (não construtiva) de poucos. Quando se luta por um restauro interior da nossa fé, a aproximação da Virgem Maria vai acontecendo, tornando-se uma fé adulta. Aí entende-se que o principal templo de oração é o coração de cada um.
Num sincero saudosismo os olhares espraiavam-se pelo espaço; do interior ao exterior. As exclamações sucediam-se. O passado torna-se presente e….em abono da verdade não se recorda propriamente o bom da vida, mas aquilo que, de uma forma sólida e menos pedagógica, deixa marcas. As lembranças registam claramente os créditos firmados pelo professor que era também educador, pai e catequista. Nobre, mas pesado fardo, legado a tantos educandos que pelos caminhos da vida se afirmaram nos mais variados “mundos”: da família, das artes, da educação, da ciência, da fé.
Ao registar estas palavras faço-o a pensar em duas pessoas que considero fundamentais nesta rede social. O Luís Pardal; sobretudo pela sua perseverança em sentir-se, genuinamente, filho de Castelo Branco mas também filho de Deus. O tio Arlindo porque sei o quão feliz vai ficar ao ver a escola, com tendência a devoluta, ganhar de novo vida. Desta vez não foi a dos “rapazes” mas…tudo a seu tempo. Todas as necessidades têm uma solução.
Autor: Arlindo Parreira
Pensavam que estava esquecido, mas um regedor é, e será sempre um regedor. Creio que é algo assim do tipo: Quem é rei nunca perde a majestade! É ou não é?
Para os admiradores, aqui vai mais uma crônica, para os que não o são, recomendo que parem por aqui esta leitura, não quero ser culpado de macular tão sensíveis e virginais olhos.
Como todos sabem a rodela era o pentágono onde os capitães e generais do gamanço tinham o seu quartel secreto, mas não era o único. Havia outros, como este, de que vou falar agora. Um lugar que tinha o segundo grau de importância estratégia das tropas. “Pirocas” um nome conhecido, mas com um significado muito maior para os iniciados em tão distintas artes, estes guerreiros podiam bem ser comparados aos templários pela vontade férrea de vencer, mas silenciosos como as cobras quando em ação nunca se deram ao trabalho de fazer tal comparação.
Pos é pasmem! Tínhamos mais de um local secreto.
O ritual de iniciação era todo ele realizado neste quartel pirocas. Nele os generais instituiram a base de treinamento dos recrutas, tudo feito com muito rigor e dedicação. Pirocas, era tambem como um código que só era dado para o recruta depois de ter passado a pronto.
Provas muito rigorosas eram feitas para testar a capacidade da malta recrutada. Quem passava nos testes recebia a chave e o código de entrada para o pirocas junto com um mapa dos galinheiros. Juro que se houvesse GPS naqueles tempos teriamos sido a maior e mais precisa tropa de elite do distrito de Bragança. Mas, para a ocasião em que foi, já fomos muito além. As nossas armas eram umas bengalas de mamarmeleiro. Armas letais quando postas em ação dentro dos galinheiros.
Nao pensem que treinar no pirocas fosse mole não. Os nossos instrutores eram muito exigentes. Para gamar uns pirus e umas pitas, era preciso saber a idade e estado de saúde das aves escolhidas, nada de gamar galinha ou pirua choca, não podiamos permitir que a espécie acabasse. Era um exército com muita consciência ecológica. Outra regra importante: não era permitido trabalhar por conta própria, só com autorização e acompanhado dos mais velhos.
O Pirocas éra um lugar tranquilo. Todas as tardes na varanda, o silêncio era cortado pelo cantar das rãs e dos grilos e o perfume da noite transformavam este lugar em local de sonho romântico. O belo amanhecer pelo orvalho da manhã enquanto cantavam os pássaros no extenso arvoredo.
O Pirocas tinha cerca de 3 hectares de terra fértil, avermelhada da cor do sol-posto, onde dava de tudo: batata a murro, xixa assada, bacalhau com grãos, toucinho, pita frita, pita assada, pita cabidela, pita com piripiri, xouriça defumada, frutas de toda a qualidade.
Ao fundo do Pirocas, o choupal perto da fonte que oferece uma sombra fresca saudável, todo rodeado do grande poço com peixes das mais variadas qualidades tamanhos e cores, tinha até congrio e xixarros com pimentos.
Este paraíso foi sempre o lugar preferido para os estudantes escreverem os textos e poemas para o portal de Castelo Branco. E claro que nao podia deixar de ser, muitas as pitas e piruas foram depenadas nesse jardim do eden e regadas a suaves goles do vinho da terra.
Como se passaram muitos anos e a tropa foi dispensada, só agora pude revelar o segredo do local exato onde tudo isso acontecia.
Nos tínhamos uma propriedade no caminho de quem vai para a devesa a que chamamos boca das bouças, tinhamos lá uma horta e um olival e era nesta beleza de sitio que fiziamos nossos muitos faditos.
Aos meus amigos de sempre. em exaltada memória, muitos abraços!
E como quem conta um conto aumenta um ponto, e eu sou atentado, já o sabem, fiz meus aumentos. Memórias são assim mesmo. São de cada um que as quer contar.
De Toronto para o Portal de Castelo Branco, o último regedor de Castelo Branco:
Arlindo Parreira.
Autor: Arminda Neto
Rosto? Fé? Mas, a fé tem rosto?
Sendo Jesus a dar-nos a resposta, hoje, seria certamente, esta: “Tem, a comunidade de Castelo Branco.”
As palavras que se seguem são ditadas pela voz do interior e integram um sentimento de admiração pelo agir do povo de Castelo Branco. Entre pareceres desencontrados, mágoas, distâncias, no final a resposta é: “estamos cá, vamos a isso, contem connosco.”
A nossa vida por cá é um treino constante; treinam-se os valores, as atitudes, os pensamentos, as contrariedades, as amizades e … dos treinos resultam as aprendizagens. O percurso não é fácil a não ser que façamos uma das melhores opções: usufruir dos ensinamentos de Deus, como uma rotina interiorizada. Também Jesus tem rotinas; uma delas é bater todos os dias à nossa porta, sempre com um propósito:”Se abrires, Eu entro e terei um lugar cativo no teu coração”… porque… “ Eu sou a videira e vós sois os ramos.” O resultado vê-se nas horas de trabalho que cada um de nós tem na Sua vinha.
O povo de Castelo Branco não se tem poupado a esforços para cuidar das propriedades que, sendo do Senhor, são suas. Assim, ter fé, é ter certezas, é saber sentir a necessidade no momento certo, é procurar a resposta que soluciona. É o que acontece em Castelo Branco. Consideravelmente gente do povo nas suas origens, na ausência de privilégios sociais, é de louvar a humildade, a camaradagem, a fortaleza e a grandeza de coração, valores tantas vezes materializados. Estas qualidades, passando de geração em geração e vividas à época, vão fazendo o curso da nossa história, moral e física.
Hoje, dia 9/10/2011, com uma feijoada comunitária para angariar fundos para as janelas da Igreja, foi assim. A afluência foi massiva. “O povo está cansado de tanto dar! Sempre a pedir, sempre a pedir! São expressões que as bocas libertam mas que o coração não dita pois vai-se respondendo sempre ao apelo. A voz que chama sabe convencer. Não vem daqui ou dali, vem do Alto, cheia de sabedoria e, através dos que já vêm aprendendo a escutar, consegue chegar aos ouvidos de muitos. Como resultado temos um povo unido que tem feito prodígios. Com Nª Sª da Vila Velha e S. Bernardino como escudos alistam-se os soldados nas batalhas, conseguindo-se grandes vitórias no património religioso da nossa paróquia. Vai certamente ser assim com a restauração da nossa igreja. Vamos conseguir, como sempre. Sem promessas mas com um agir conducente ao abreviar das obras em que no final todos vão ficar bem. Adensam-se os generosos e solidários com contributos gratificantes em dinheiro, em trabalho, em divulgação apelativa, em levar para o terreno a união e o entendimento.
Lá está, a certeza da fé que só se consegue pelo diálogo, pela partilha e pela evidência da lealdade e, neste caso pelo estômago, deliciando-se com a mega feijoada “lucrativa”.
Com um olhar saudoso sobre os que já partiram, mas sempre presentes e que tanto defenderam estas causas; com a presença no coração dos filhos da terra (defensores dessa filiação) que se encontram ausentes; com a presença dos residentes em Castelo Branco, manifestando mais uma vez a sua generosidade viveu-se este dia na graça de Deus, sempre com Ele a supervisionar. Tenho a certeza, como também tenho de quão os albicastrenses merecem estas palavras.
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Arminda Neto