Revisitando Castelo Branco

12/10/2011

O Rosto da Fé.

Autor: Arminda Neto

Rosto? Fé? Mas, a fé tem rosto?

Sendo Jesus a dar-nos a resposta, hoje, seria certamente, esta: “Tem, a comunidade de Castelo Branco.”

“ Eu sou a videira e vós sois os ramos.” O resultado vê-se nas horas de trabalho que cada um de nós tem na Sua vinha."

As palavras que se seguem são ditadas pela voz do interior e integram um sentimento de admiração pelo agir do povo de Castelo Branco. Entre pareceres desencontrados, mágoas, distâncias, no final a resposta é: “estamos cá, vamos a isso, contem connosco.”

A nossa vida por cá é um treino constante; treinam-se os valores, as atitudes, os pensamentos, as contrariedades, as amizades e … dos treinos resultam as aprendizagens. O percurso não é fácil a não ser que façamos uma das melhores opções: usufruir dos ensinamentos de Deus, como uma rotina interiorizada. Também Jesus tem rotinas; uma delas é bater todos os dias à nossa porta, sempre com um propósito:”Se abrires, Eu entro e terei um lugar cativo no teu coração”… porque… “ Eu sou a videira e vós sois os ramos.” O resultado vê-se nas horas de trabalho que cada um de nós tem na Sua vinha.

O povo de Castelo Branco não se tem poupado a esforços para cuidar das propriedades que, sendo do Senhor, são suas. Assim, ter fé, é ter certezas, é saber sentir a necessidade no momento certo, é procurar a resposta que soluciona. É o que acontece em Castelo Branco. Consideravelmente gente do povo nas suas origens, na ausência de privilégios sociais, é de louvar a humildade, a camaradagem, a fortaleza e a grandeza de coração, valores tantas vezes materializados. Estas qualidades, passando de geração em geração e vividas à época, vão fazendo o curso da nossa história, moral e física.

Hoje, dia 9/10/2011, com uma feijoada comunitária para angariar fundos para as janelas da Igreja, foi assim. A afluência foi massiva. “O povo está cansado de tanto dar! Sempre a pedir, sempre a pedir! São expressões que as bocas libertam mas que o coração não dita pois vai-se respondendo sempre ao apelo. A voz que chama sabe convencer. Não vem daqui ou dali, vem do Alto, cheia de sabedoria e, através dos que já vêm aprendendo a escutar, consegue chegar aos ouvidos de muitos. Como resultado temos um povo unido que tem feito prodígios. Com Nª Sª da Vila Velha e S. Bernardino como escudos alistam-se os soldados nas batalhas, conseguindo-se grandes vitórias no património religioso da nossa paróquia. Vai certamente ser assim com a restauração da nossa igreja. Vamos conseguir, como sempre. Sem promessas mas com um agir conducente ao abreviar das obras em que no final todos vão ficar bem. Adensam-se os generosos e solidários com contributos gratificantes em dinheiro, em trabalho, em divulgação apelativa, em levar para o terreno a união e o entendimento.

Lá está, a certeza da fé que só se consegue pelo diálogo, pela partilha e pela evidência da lealdade e, neste caso pelo estômago, deliciando-se com a mega feijoada “lucrativa”.

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Com um olhar saudoso sobre os que já partiram, mas sempre presentes e que tanto defenderam estas causas; com a presença no coração dos filhos da terra (defensores dessa filiação) que se encontram ausentes; com a presença dos residentes em Castelo Branco, manifestando mais uma vez a sua generosidade viveu-se este dia na graça de Deus, sempre com Ele a supervisionar. Tenho a certeza, como também tenho de quão os albicastrenses merecem estas palavras.

Há imagens para partilhar? Certamente…

Arminda Neto

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