Autor: António José Salgado Rodrigues
No meu tempo de criança,
Quando era inocentinho,
Eu já punha a minha esp”rança
Na Senhora do Caminho.
Aprendi a venerá-la
Ao colo de minha mãe,
Que me ensinou a invoca-la
Nos males que o mundo tem.
Render-lhe a minha homenagem
Oh! quantas vezes eu ia !
Encantava-me essa imagem,
Linda imagem de Maria.
Sempre que eu a contemplava
Voltada p”ra Mogadouro,
Par”cia nos ofertava
Do coração o tesouro.
Na pequena e pobre ermida,
Mesmo á beira da estrada,
Como que a todos convida
Para a celeste morada.
Ninguém passa por ali
Sem a cabeça inclinar;
E muitas vezes eu vi
Que paravam a rezar.
Agente da minha terra,
E a dos povos ao redor,
E o pastorinho da serra
Consagram-lhe muito amor.
É que nunca esqueceram,
Cada um de pequenino,
Os favores que deveram
À Senhora do Caminho.
Quem padece uma aflição,
Vai a caminho da ermida,
A pedir a proteção
Da Virgem Santa e querida.
E não sei que alguém saísse
Desse recinto sagrado,
Sem que logo se sentisse
Muito e muito aliviado.
Ali a mãe não se esquece,
Ao embalar o filhinho,
De dirigir uma prece
Á senhora do Caminho.
Mãe piedosa! ela murmura
Junto do berço a rezar –
Ó bondosa, santa e pura,
Vem meu filho encaminhar.
E a criança vai ouvindo
As preces de sua mãe,
Ergue as mãozinhas sorrindo,
E reza á virgem também
Desde então fica gravada
Em seu coração tenrinho,
Aquela imagem sagrada,
Da Senhora do Caminho.
E se algum dia gemeu
Sob o peso da desdita,
A quem é que recorreu?
Á Virgem Santa e bendita.
Bem aja a mãe que ensinar
O filho, de pequenino,
A bem dizer e amar
A Senhora do Caminho.
Autor: António José Salgado Rodrigues
Linda poesia.
ResponderEliminarParabéns.
Helenice