Revisitando Castelo Branco

15/04/2011

Um aroma de folar…

Autor: Sara Ingueira

Olá a todos, bom dia.

Conto os dias como uma criança feliz! Faz algum tempo que ando a contar os dias que faltam para ir passar a Pascoa a nossa terra.

folarPassaram mais de 40 anos, porem o tempo não tem datas nem idade, pois por estes dias chegou  forte ao  meu nariz o aroma e perfume do folar acabado de tirar do forno, tão forte como se tivesse sido ontem mesmo.

Nesta época do ano, logo depois do domingo de ramos ao longo da Semana Santa,  era o mesmo aroma que perfumava a todas as ruas e lugares de nossa aldeia. Havia fornos pelos quatro cantos de nossa terra onde se faziam os mais deliciosos folares do mundo.

Quando criança, minha avó servia-se sempre do forno da senhora Marquinhas das Patas no curral do Tio Pardal. Era para nós garotas uma grade festa. Esperávamos inquietas pela bolinha que nos faziam para  provar logo. O meu Avo trazia uma carga de escovas secas para aquecer o forno. Eram uns costais muito bem feitinhos, ainda estou ouvindo a minha avo Arminda a dizer: GAROTAS saltai daí, ide desfazer os costais (enquanto bem arranjadinhos era mais fácil para os meter no forno). Mas, uma vez sozinhas no curral, em vez de trabalhar nós ficávamos a saltar em cima da lenha. Algum tempo antes da semana santa começávamos a guardar os ovos caseiros, assim o folar era mais amarelinho. Recordo que por vezes a minha avo também trocava os ovos por peixe (era negocio) pois nos só tínhamos 3 ou 4 pitas.

Quanto aos folares, uma vez cozidos e frios, lá iam eles envelopados numa toalha para a arca de madeira que se encontrava no cimo das escadas, Dentro desta arca não iam secar tanto enquanto chegava o domingo de PASCOA para encertar o maior.

Passados tantos anos, ao recordar estes momentos tão simples,  sinto-me de novo criança. Uma  criança grande, feliz,  por estes e tantos outros momentos maravilhosos que vivi na nossa terra.

Sara Ingueira

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