Autor: António José Salgado Rodrigues
-SE BEM ME LEMBRO,
A rapaziada lá conseguiu organizar um bailarico num Domingo à tarde em casa do senhor Francisco Parreira – pai do Arlindo -, pois a Felisbela e irmãos também gostavam de dar à perna, mas o pior era pai “Chico cabra”, que não ia nada em bailes nem autorizava, de maneira com o consentimento da mãe Ernestina e filhos lá convenceram que o pai fosse até uma propriedade ainda longe, para dar tempo a que se organizasse o bailarico, depois mal seria se quando chegasse, armasse “um pé de vento”.
Dançou-se a bom dançar com a alegria natural da mocidade, mas o baile terminou de maneira muito ardilosa e sem que ninguém o fizesse esperar.
Pai “Chico cabra”, chegou a casa mais cedo do que a rapaziada esperava e ao deparar com o baile, sem dar nas vistas nem dar qualquer atenção ao mesmo, recolheu a burra que lhe servira de transporte e dirigiu-se para uma adega que ficava por baixo da sala do baile e com a sua matreirice feito “mula”, diz lá para os seus botões:”deixai-vos dançar que a dança sai da pança” e vai daí, arranja um pouco de enxofre e pega-lhe fogo, pelo que o fumo e cheiro característico do enxofre queimado e tóxicos, começaram a subir pelas frechas do soalho e a serem inalados pelos dançarinos que começaram a espirrar e tossir e olhos a começarem a arder, pelo que tiveram que sair a toda a pressa e deixar o baile fazendo os comentários mais apropriados acompanhados de fortes risadas, isto só do “Chico mula”. E assim terminou um bailarico que deu muito que falar no bom sentido.
Lembras-te bem ò Arlindo com as tuas tramas que fizeste e contas em alguns textos, bem se pode dizer que herdaste os livros, pois as travessuras que idealizaste e levaste a cabo com tanta matreirice, são bem apanágio descende e que ficam na memória dos que se riram com tanta malandrice salutar. Era caso para dizer:
- Ó TEMPO VOLTA PRA TRÁS…
E já que falamos em tempo: - ó Arlindo, sabes a idade do tempo?
Então aí vai.
O TEMPO PERGUNTOU AO TEMPO QUANTO TEMPO O TEMPO TEM? O TEMPO RESPONDEU AO TEMPO QUE O TEMPO TEM TANTO TEMPO, QUANTO TEMPO O TEMPO TEM.
Forte abraço do António José Salgado Rodrigues
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