Revisitando Castelo Branco

09/04/2011

A história de Castelo Branco de Mogadouro

Autor: Antonio Cordeiro

 

Pertenceu esta região, à Galiza, pelo último terço do século I, antes de Cristo.

Os conventos jurídicos, do noroeste da Península Ibérica, pelo ano de 27.a.c., o imperador Augusto dividiu a Península Ibérica, em três partes, a Tarraconense, capital em Tarragona, Lusitânia capital em Mérida e Bética capital em Sevilha.

Nesta divisão o território do nosso concelho, pertencia a Tarroconense e faziam parte dela, inúmeros conventos jurídicos, de entre eles Astorga, e Braga que são os únicos que nos interessam, porque ambos disputavam estas terras.

O imperador Constantino no ano de 330 da nossa era dividiu a Península outra vez, em 5 províncias, a Tarraconense capital em Tarragona, Cartagena, capital em Cartagena e depois Toledo, Bética, capital Sevilha, Lusitânia, capital Mérida, e Galiza capital Braga.O que nos interessa é o que esta relacionado com a nossa região a qual pertencia a totalidade a Galiza.

O Parochial Suevo

mapa parochial suevo cópia

mapa Leste territorio Bracarense

O actual concelho de Mogadouro pertencia ao Pagus Astiastico, ficando só de fora, as aldeias que se encontram, na margem esquerda, do Sabor sentido poente, temos que concluir que Castelo Branco, pertencia ao Pagus Astiastico.

Mudou este Pagus de nome, no reinado de D. Dinis, passando a chamar-se de Terras de Miranda, que abrangia desde Lagoaça, até Miranda.

Castelo Branco, é terra de antigas tradições, com um passado, histórico-social, muito importante, sobretudo na Idade Média, depois da intervenção de D. Dinis em 1319, em que a antiga Comenda dos Templários, passou a chamar-se de Comenda da Ordem de Cristo fundada por D. Dinis para substituir a antiga dos Templários, por ordem do papa.

Naquele tempo existiam as seguintes Igrejas que eram taxadas; Mogadouro, Penas Roías, Travanca e Lagoaça, mas as outras aldeias do concelho existiam todas, embora algumas estivessem despovoadas e se chamavam os vilares novos, em contra das outras que chamavam vilares velhos, Castelo Branco era um vilar velho, quer dizer, que estava povoado, aquando da repovoação do Pais, implementada por Afonso III, chamado, o povoador.

No recenseamento de 1320, do concelho de Mogadouro já aparece Castelo Branco, sendo por isso viável, que já nesse tempo, Castelo Branco fosse onde hoje se encontra, e se Mogadouro era de Terras de Miranda também Castelo Branco devia ser.

Pela carta de povoamento, que D. Dinis, deu ao seu vilar de Lagoaça, em 28 de Abril de 1286, e sendo esta a povoação mais ao sul do concelho de Mogadouro, naquele tempo hoje pertence a Freixo de Espada a Cinta.

As inquirições de 1270 de Mogadouro, estão em parte por publicar, e com certeza que trariam muita coisa de novo.

Pelo Foral dado a Penas Roías, por El-Rey dom Afonso Conde de Bolonha, diz o seguinte; Primeiramente auemos, daver de cada, huu dos moradores destes lugares abaixo declarados, que chamam vilares velhos, quarenta e três, por respeito aos 24 soldos que pollos dito foral se mandou pagar. Os quais lugares são estes; Castello Branco, Lagoaça, Bruços, Villarinho,Villa de Sinos, Ventozelo,Paço de Vila dala, Sanctiago, Villar de Rey, Vall de Porco, o dito lugar de penasroias e Meirinhos.

No concelho de Mogadouro há um lugar que antigamente foi vila, de cuja memória se conservam, suas ruínas, em uma iminência de hû outeiro, que se mostra sobranceiras as águas líquidas da ribeira da Freixeda. Consiste, a serra e seus principais braços. O qual um deles tem por nome de casal copado,de aprazível arvoredo, e outro chamado de Cova do Manoyo, cujo o nome lhe provem , de um esforçado e valioso cavaleiro furagido (dizem que ainda existem vestígios de sua habitação) o qual se chamava Manoyo.

O seu nome é sem dúvida um mistério, embora, se diga que deve ter vindo de um castelo que existiu bem próximo da aldeia, a cerca de 1,5 quilómetros, junto a capela de Nossa Senhora da Vila Velha, onde tem aparecido, moedas e varias antigalhas, onde provavelmente deve ter sido em primeiro um castro. Há uma capela chamada de Vila velha,que talvez tenha sida cristianizada após a introdução do cristianismo na Península aproveitando as estruturas existentes possivelmente de um castro. No período do neolítico nada de concreto existe na antiga povoação de Castelo Branco, que teve um Castelo que foi sufrageneo do de Mogadouro, pertencendo por isso aos Templários. Na demarcação do termo de Castelo Branco com o de Vale de Porco, existiu um povoado denominado de Freixial, sobranceiro a ribeira do mesmo nome, que nasce nas proximidades , e onde tem sido encontradas ruínas de casas, e que o povo atribui erradamente aos mouros.

Existe um lugar denominado de lagar dos mouros, a que andam ligados sepulturas abertas na rocha.

Pertenceu a comenda dos Templários e vem mencionada no foral dado a Bemposta por D. Manuel I em 1512

No seu termo, no sito do Castelo na Quinta das Quebradas, há uma lenda de moura encantada, existem restos de muros e diz o povo que foi habitações dos mouros. Ao pé do prado do junco, fica uma ponte.nome……e a que o povo lhe atribui a lenda de moura encantada. Segundo a lenda,os povos de Alfandega, vinham ouvir missa a Capela da Vila Velha , e como a viajem tinha mais de 25 kilometros , os povos precisavam de descansar a meio do caminho, onde comiam e por vezes dormiam, onde alguns vieram a construir habitação que viria mais tarde a transformar-se em povoado e que se chama hoje Valverde.

O sítio do Freixial, anda ligado a lenda de moura encantada. (Continua…)

Antonio Cordeiro - autor do site: www.remondesonline.com

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