Autor: Isaias Cordeiro
Fazia bom tempo e mesmo ouvindo na TV que o índice polínico era acentuado vesti-me em conformidade calcei umas sapatilhas já treinadas e na sacola as companhias habituais, uma maquineta que faz umas fotos que não sendo óptimas dão para entender e um telemóvel não vá o diabo tecê-las principalmente quando se faz isto sozinho.
Amante da Natureza que sou e saber que resta já pouco tempo para saborear esta Primavera tal como gostamos de a ver, aí vou eu dar mais um do passeio pelo campo. Disse restar pouco tempo porque todos sabemos que o mês de Junho é o Outono da Primavera, quase todas as flores silvestres deram já nesse mês lugar a sementes que outras farão germinar.
Num alto bem perto da Aldeia sentei-me um pouco. Olhei em toda a volta, nalgumas casas a chaminé fumegava claro sinal de frio que ainda se faz sentir, e nos campos também aqui e ali se via fumo resultado da queima de restos das limpas e podas. O mais fascinante, um sem fim de flores silvestres de todas as cores. Biodiversidade, inúmeras espécies de seres vivos que a sua origem de vida levanta questões científicas e não só mas que da minha parte me abstenho de comentar.
Embebido em pensamentos reparei num pormenor que me chamou á atenção! O ordenamento das espécies! Nos seres humanos por exemplo sabemos da existência em todas as civilizações de grupos variados em que cada um marcava o seu próprio território e por ele lutava até á morte. Até aqui nada de anormal mas permitam-me a seguinte pergunta. Quem ordenou quase em formas geométricas o espaço ocupado pela flora silvestre? O homem não foi de certeza pois com ela trava uma luta constante e apelida de daninhas! Demarcam-se umas das outras, cada uma ocupa o seu território e de quando em vez misturam-se apenas para medir forças, ver qual será a vencedora e ali ficar tomando o solo como sua pertença. Nas plantações efectuadas na nossa serra “ Gajope” vemos em muitos lugares árvores que depois de adultas rejeitam toda e qualquer espécie de arbustos a seus pés.
Reparei que logo ali á minha frente tinha um caso destes em particular mas de outros me lembrei por ter visto em dias atrás. Sem olhar a cansaço segui encosta a encosta, da Serrinha á Rodela, Carvalhal, Noro, Devesa, Lameirões á procura de uma explicação convincente mas que não encontrei nem ninguém vai encontrar. Encontrei beleza sem fim uma grande dádiva da mãe Natureza em redor do nosso Castelo Branco que registei e partilho com todos os Albicastrenses e amigos a quem dedico estas linhas e envio um grande abraço.
Isaías cordeiro
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