Revisitando Castelo Branco

03/09/2010

Vamos salvar a nossa escola!

Autor: Arlindo Parreira
Estou sem saber como publicar estas fotos. Falta-me coragem e não sei que nome dar a este artigo.
 
O prédio e as salas onde funcionou a nossa escola primária está em total estado de degradação e abandono. As portas e janelas estão quebradas, assim como as cadeiras amontoadas e espalhadas pelos cantos, cobertas de camadas de pó de alguns anos. Castelo Branco. Salas onde funcionou a nossa escola primária está em total estado de degradação e abandono. As portas e janelas estão quebradas, assim como as cadeiras amontoadas e espalhadas pelos cantos, cobertas de camadas de pó de alguns anos. As andorinhas fazem ninhos por tudo e sujam as paredes e o piso. Os morcegos tomaram conta da chaminé e dividem com os ratos as salas de aula. Sinal dos tempos. Em outras épocas, estas salas vibravam de vida e de entusiasmo. Mas, nos nossos dias, foi este o cenário que lá encontrei. Não há mais alunos, nem professores, foi dado ao desprezo e abandono este lugar que um dia teve um papel tão importante e tão especial na vida de Castelo Branco.
 
Os livros onde a maioria de nós estudou, estão espalhados pelos cantos sujos e cobertos com fezes de morcegos, andorinhas e ratos.  Está tudo abandonado, em cacos. Castelo Branco: Os livros onde a maioria de nós estudou, estão espalhados pelos cantos sujos e cobertos com fezes de morcegos, andorinhas e ratos. Parece a cena de um filme que mostra um lugar onde aconteceu um terremoto. Está tudo abandonado, em cacos. IMG_1238 IMG_1240São gavetas caídas no chão, fora de lugar, com rimas de pastas, onde os ratos fazem ninho. Em uma destas gavetas, pude ver mais pastas com o nome de cada aluno dos anos 60, e nelas ainda estavam o aproveitamento escolar. Em outras, vi desenhos dos alunos, raparigas e rapazes, com dedicatórias feitas aos pais e professores. Tudo em desordem e abandono...
 
Nossa terra teve e tem tantos licenciados. Gente ilustre que nasceu e aprendeu, nestas salas de aula, as suas primeiras letras. São muitos os conterrâneos que brilharam, enriqueceram e levaram mundo a fora o legado desta escola, seus professores e colegas de carteira.
 
Nos quarenta minutos que permaneci lá dentro, tive que sair e entrar várias vezes para encher os pulmões de ar e poder respirar. Não foi fácil suportar o mau cheiro e o ar insalubre e irrespirável lá de dentro.
 
Apesar do estado de abandono das salas, só de estar lá de novo, o meu coração ficou feliz e bateu mais rápido, e fez-me voltar no tempo, para reviver outras épocas mais felizes.
 
Recordei-me imediatamente dos meus amigos e das brincadeiras que fazíamos. Relembrei do meu professor e ao recordar dele, quase chorei. Pude vê-lo novamente na cadeira a dizer para a turma manter silêncio, e fazer o trabalho com calma. Tantas imagens que vieram, aventuras e artes que ali pintamos e bordamos...
 
As fotos falam por si, no lado de fora não está diferente de lá de dentro. A erva tem quase 80cm de altura com risco de incêndio
 
Que falta faz por ali o meu professor e amigo Francisco Rodrigues, lembrei dele nas tardes depois do horário da escola, em que podávamos as roseiras, tirávamos as ervas daninhas e mantínhamos a escola linda e limpa. Lembro dele e de tantos outros professores que passaram por aquelas salas e dos seus alunos. Em memória destes mestres que dedicaram sua vida a educação da nossa aldeia, nossa escola merece um destino melhor.
 
Este prédio que perdeu função quando desativaram a escola primária, deveria ter um destino mais digno. Ouvi alguém na aldeia falar de um museu. Porque não fazer nestas salas um espaço multimídia para jovens e antigos passarem as horas? Deve haver algum fundo do Governo, da Câmara Municipal ou então, dos albicastrenses para salvar este lugar!
 
Fica o apelo: Vamos salvar a nossa escola.
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1 comentário:

  1. xavier3.9.10

    De facto é uma grande tristeza ver a escola neste estado. Era um bom partido montar umas salas de entretenimento para as pessoas passarem o seu tempo ler livros, internet, televisão, jogos, tomar um cha , muitas coisas se podem fazer

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