Autor: Marina Craveiro
Na minha aldeia o entrudo
Ainda é muito festejado.
Ninguém fica em casa, sai tudo.
Depois de bem almoçado,
Fica o povo animado
Fazem grandes brincadeiras
No dia de carnaval
“Entrudo passa tudo”
Já é ditado velho e ninguém leva a mal
Vai o povo para a rua
Levam sacos de farinha
Da gosto ver os rapazes
Enfarinhar as meninas
E lançarem serpentinas
Elas fogem dos rapazes
Para não serem apanhadas
As que não querem farinha
Escondem-se em suas casas
Mesmo assim não escapam
De serem enfarinhadas
Depois chegam os mascarados
Que todos gostam de ver
Esquecemos as tristezas
Porque é entrudo a valer
Sabe-se lá se para o ano
Ainda o voltamos a ver
Mais tarde ao anoitecer
Os rapazes preparam tudo
E com tochas a arder
Vão pela rua a correr
A enterrar o entrudo
Depois de morto e enterrado
Há muita festa pra ver
Vão casar as raparigas
E lhes dão um namorado
Que elas não podem escolher
Lá vão os casamenteiros
A casar as raparigas
Só com rapazes solteiros
Mas algumas ficam zangadas
E não há noivo que lhes sirva
Se o noivo for de seu agrado
Ela fica bem contente
Se dele ela não gostar
Não há rosquilhas pra dar
E nem abre a porta aquela gente
Esta nossa tradição
Nunca havia de acabar
Pois há muita animação
Já chegou a acontecer
De namorados de carnaval
Se transformarem em realidade
Muito linda e real esta poesia. Ao ler, voltei ao passado. Obrigada Marina Craveiro
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