Revisitando Castelo Branco

07/03/2011

Carnaval de minha aldeia

Autor: Marina Craveiro

 entrudo cópia

Na minha aldeia o entrudo

Ainda é muito festejado.

Ninguém fica em casa, sai tudo.

Depois de bem almoçado,

Fica o povo animado

 

Fazem grandes brincadeiras

No dia de carnaval

“Entrudo passa tudo”

Já é ditado velho e ninguém leva a mal

 

Vai o povo para a rua

Levam sacos de farinha

Da gosto ver os rapazes

Enfarinhar as meninas

E lançarem serpentinas

 

Elas fogem dos rapazes

Para não serem apanhadas

As que não querem farinha

Escondem-se em suas casas

Mesmo assim não escapam

De serem enfarinhadas

 

Depois chegam os mascarados

Que todos gostam de ver

Esquecemos as tristezas

Porque é entrudo a valer

Sabe-se lá se para o ano

Ainda o voltamos a ver

 

Mais tarde ao anoitecer

Os rapazes preparam tudo

E com tochas a arder

Vão pela rua a correr

A enterrar o entrudo

 

Depois de morto e enterrado

Há muita festa pra ver

Vão casar as raparigas

E lhes dão um namorado

Que elas não podem escolher

 

Lá vão os casamenteiros

A casar as raparigas

Só com rapazes solteiros

Mas algumas ficam zangadas

E não há noivo que lhes sirva

 

Se o noivo for de seu agrado

Ela fica bem contente

Se dele ela não gostar

Não há rosquilhas pra dar

E nem abre a porta aquela gente

 

Esta nossa tradição

Nunca havia de acabar

Pois há muita animação

Já chegou a acontecer

De namorados de carnaval

Se transformarem em realidade

 

Marina Craveiro

 

1 comentário:

  1. Aldina Geraldes7.3.11

    Muito linda e real esta poesia. Ao ler, voltei ao passado. Obrigada Marina Craveiro

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