Revisitando Castelo Branco

20/04/2011

De Roma ao Eiró no dia de ramos

Autor: Sara Ingueira

No domingo de manhã quando passeava pelas ruas da cidade, ouvi ao longe uns cânticos que não me eram desconhecidos, pelo menos pela melodia, porem não consegui lembrar-me da letra. Eram cânticos que ficaram guardados na minha lembrança, que só ouvira quando criança, e que para minha surpresa chegavam como que a me chamar. Meus passos me fizeram seguir na direção de onde vinha o som. Caminhei sem conhecer por onde ia, apenas guiada pela minha vontade de saber de onde e porque estavam a cantar estas músicas que eu conhecia tão bem e que me fizeram voltar ao tempo de menina. De repente em uma rua estreita dei cara com a procissão dos ramos.

Este fim de semana fui visitar Roma. Uma cidade linda cheia de encantos. Vi a maravilha das maravilhas. No domingo de manhã quando passeava pelas ruas da cidade, ouvi ao longe uns cânticos que não eram desconhecidos, pelo menos pela melodia, porem não consegui lembrar a letra. Eram cânticos que ficaram guardados na minha lembrança, que só ouvira quando criança, e que para minha surpresa chegavam como que a chamar baixinho. Meus passos fizeram-me seguir na direção de onde vinha o som. Caminhei sem conhecer por onde ia, apenas guiada pela minha vontade de saber de onde e porquê estavam a cantar estas músicas que eu conhecia tão bem do meu tempo de menina. De repente em uma rua estreita dei cara com a procissão dos ramos.

Fiquei encantada não esperava que algo assim acontecesse. Sem mais nem menos fui atrás. Senti-me tão em casa que acho até, que acabei por cantar junto com as pessoas o mesmo cântico elas em Italiano e eu em português. Na hora o coração cantou sozinho e eu fui entoando sem saber muito bem o que cantava…

Enquanto isso, comecei a sonhar acordada enlevada por estas memórias tão fortes. Quando me apercebi estava no eiró, rodeada pelas pessoas de nossa terra e, como acontecia em todos os dias de festa, todos entoavam cantos enquanto seguiam em procissão. Feliz no meio de nossa gente, segui junto a cantar até a igreja… Estava em dois lugares ao mesmo tempo, na Itália, nos dias de hoje e em Castelo Branco muitos anos atrás.

Nesta procissão italiana a guitarra dava o tom e o acompanhamento das musicas e só nisso era diferente das procissões de nossa terra. Mas os ramos eram os mesmos ramos de oliveira. E as pessoas também os agitavam bem alto alegres e felizes na devoção. E ao ver este gesto tão familiar sonhei de novo com um domingo de ramos ha muitos anos atrás. Revivi  os galhos de oliveira enfeitados com rebuçados e bolachas, e a garotada a sair a correr da igreja para os ir oferecer aos padrinhos. Uma algazarra feliz e cheia de sentimento. Mas…o agitar e o barulho de dois grandes ramos de palmeira bem na minha frente fizeram-me voltar a realidade.

Mesmo muito longe, a minha terra faz-me sonhar e viver momentos felizes que ali passei, e que nunca vou esquecer,esteja eu onde estiver

Sara Ingueira

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