Autor: Arminda Neto
Segunda-feira…mais uma vez…”tirou-se o folar.”
Aguardamos certamente imagens maravilhosas deste dia; os registos fotográficos sucediam-se, memorizando o momento.
Num todo harmonioso, num impulso natural de cumplicidade, devoção e convívio fizeram a diferença: Castelo Branco, neste dia, foi genuinamente, Povo de Deus. Viveu-se a Festa do Aleluia… a Alegria em Festa.
Os sinos, a essência materializada dos cânticos do Céu, repicam e a sua candura sonora, enraizada nos costumes da nossa gente, contagia o grito de alegria e júbilo.
As casas, cuidadosamente preparadas escancaram as suas portas… Jesus vai entrar e, com Ele, familiares, amigos, vizinhos… O Padre Paulo alimenta espiritualmente o momento, não descorando a bênção de tudo e todos e, entre clamores “empresta” a sua voz a Cristo para até nós chegar a mensagem de que tudo tem mais valor se fizermos dos nossos corações perpétuas moradas do “Bem”, enquanto vontade de Deus… assim eu o entendo…”Beija-se a Cruz”, melhor, beija-se Cristo que pela cruz venceu a morte para nos “trazer à vida.
E… o cortejo pascal vai-se adensando com a chegada de uns e de outros que têm já um lugar cativo neste tão devoto itinerário. Enchem-se as casas, ocupam-se as ruas, soltam-se saudações e sorrisos, contraria-se a dor, usufrui-se da reconfortante saudade: saudade dos entes queridos que partiram; saudade da terra onde nascemos mas que, sem ter culpa, não pode garantir sustentos ou realizações pessoais e nos empurra para as terras adotivas; saudade de um bem-estar que, por momentos, nos torna ausentes de uma realidade social que muito nos constrange.
E…faz-se festa!!! As mesas postas, belamente ornamentadas, espelham o espírito hospitaleiro do nosso povo, onde o religioso e o profano interagem serenamente. De um lado um crucifixo, uma vela acesa, uma Sagrada Família… a “Páscoa” para o Sr. Padre; do outro, o folar, os doces os licores, as amêndoas. Então, entre cânticos de alegria, faz-se homenagem aos nossos ancestrais que nos deixaram o testemunho de fé, confiantes na perseverança das gerações seguintes. DEUS complementa – nos… mentor das nossas vidas, não apenas neste dia nas que espera ouvir de nós um Sim quotidiano.
Com os corações mais fortalecidos, recolhemos às nossas casas, convictos de que há momentos que fazem história…a história da nossa gente…a história de cada um nós.
Arminda Neto
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