Uma gravura do Zé Sanches e, um poema do Alberto Paulo, são mais que suficientes para dizer que Castelo Branco só está longe dos olhos mas perto do coração.
RECORDAÇÕES
I
Eram tempos já passados,
Eu era ainda criança,
Lembro charruas, arados,
E sementeiras de esperança.
II
Lembro ranchos a ceifar,
Gente amanhando a horta,
Criancinhas a nadar,
Lá prós lados da retorta.
III
Lembro do ferrador,
Do trolha, do albardeiro,
Com a serra o serrador,
Com o martelo o latoeiro.
IV
Do Inverno lembro a neve,
Dos suínos a matança,
Da taberna o que se bebe,
Sob o olhar duma criança.
V
Lembro da minha rua,
Nas noites de escuridão,
A luz de então era a lua,
Ou o fiel lampião.
VI
Lembro de ir à escola,
Depois do sino tocar,
À tiracolo a sacola,
E os livros para estudar.
VII
Lembro da Sra. Luzia,
Da Sra. Elisa Praça,
Que com a sua alegria,
Contamina quem passa.
VIII
Lembro da missa do galo,
Da fogueira do Natal,
Do Menino, de beijá-lo,
Junto à pia baptismal,
IX
Vou reter na minha mente,
Recordações de criança,
Quem não recorda não sente,
Que o mundo é de esperança.
X
Nasci em Castelo Branco,
Há meio século e tanto,
Sou trasmontano de gema.
À minha aldeia futura,
Eu dedico com ternura,
Este simples poema.
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