Revisitando Castelo Branco

25/04/2010

Longe dos olhos mas perto do coração

Gravura da Casa Grande gentilmente enviada por Jose Pimentel ou Zé Sanches como todos conhecemos.
Uma gravura do Zé Sanches e, um poema do Alberto Paulo, são mais que suficientes para dizer que Castelo Branco só está longe dos olhos mas perto do coração.

RECORDAÇÕES
I
Eram tempos já passados,
Eu era ainda criança,
Lembro charruas, arados,
E sementeiras de esperança.
II
Lembro ranchos a ceifar,
Gente amanhando a horta,
Criancinhas a nadar,
Lá prós lados da retorta.
III
Lembro do ferrador,
Do trolha, do albardeiro,
Com a serra o serrador,
Com o martelo o latoeiro.
IV
Do Inverno lembro a neve,
Dos suínos a matança,
Da taberna o que se bebe,
Sob o olhar duma criança.
V
Lembro da minha rua,
Nas noites de escuridão,
A luz de então era a lua,
Ou o fiel lampião.
VI
Lembro de ir à escola,
Depois do sino tocar,
À tiracolo a sacola,
E os livros para estudar.
VII
Lembro da Sra. Luzia,
Da Sra. Elisa Praça,
Que com a sua alegria,
Contamina quem passa.
VIII
Lembro da missa do galo,
Da fogueira do Natal,
Do Menino, de beijá-lo,
Junto à pia baptismal,
IX
Vou reter na minha mente,
Recordações de criança,
Quem não recorda não sente,
Que o mundo é de esperança.
X
Nasci em Castelo Branco,
Há meio século e tanto,
Sou trasmontano de gema.
À minha aldeia futura,
Eu dedico com ternura,
Este simples poema.
Poema da autoria de : Alberto Paulo
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